quando vivi, até todos
que eu conhecera,
terem partido,
e também, até testemunhar
terem partido,
e também, até testemunhar
todos voltarem,
e não terem me reconhecido...
e não terem me reconhecido...
quando eu fui executado,
quando eu fui salvo,
quando me suicidei,
quando morri afogado,
esmagado, soterrado,
devorado por feras...
quando como eremita,
fiquei isolado,
quando em meio à multidão
também fiquei sozinho,
quando fui odiado,
quando fui muito amado,
quando fui absolvido,
quando eu fui salvo,
quando me suicidei,
quando morri afogado,
esmagado, soterrado,
devorado por feras...
quando como eremita,
fiquei isolado,
quando em meio à multidão
também fiquei sozinho,
quando fui odiado,
quando fui muito amado,
quando fui absolvido,
sendo culpado,
quando fui condenado
quando fui condenado
sendo inocente,
quando fui calado,
quando me deram voz e menti,
quando falei a verdade
e assim, ofendi...
quando não fui compreendido,
quando também não compreendi...
e tantas vezes fui herói anônimo,
quando fui calado,
quando me deram voz e menti,
quando falei a verdade
e assim, ofendi...
quando não fui compreendido,
quando também não compreendi...
e tantas vezes fui herói anônimo,
fazendo o impossível,
tantas vezes fui covarde e sujo,
tantas vezes fui covarde e sujo,
infiel e bandido,
e santo, e verdadeiro, e falso,
e santo, e verdadeiro, e falso,
e iluminado, e idiota,
e novamente martirizado, desonrado, apedrejado,
decapitado, sufocado, enforcado, morto por inanição,
sede e frio, e desidratado no calor escaldante...
e conheci a glória, e então fui triunfante e extremante feliz ...
Quando vivi várias vezes, estes mesmos instantes
e lembrei terrivelmente, cada detalhe mil vezes...
e novamente martirizado, desonrado, apedrejado,
decapitado, sufocado, enforcado, morto por inanição,
sede e frio, e desidratado no calor escaldante...
e conheci a glória, e então fui triunfante e extremante feliz ...
Quando vivi várias vezes, estes mesmos instantes
e lembrei terrivelmente, cada detalhe mil vezes...
e mais mil, só então, deixei de me importar
e apenas, comecei a observar....
preso dentro deste circuito perpétuo,
ainda que como agente, mas, impotente diante
do turbilhão de acontecimentos causais e casuais
agora, como observador,
me descobri livre...
Aos poucos, todas estas vidas inteiras
começaram fazer algum sentido,
tudo aparentemente,
mostrou-se como nada além do próprio
e intenso desejo de vive-las e revive-las...
e depois, dissolvendo-se,
veio daí, algo como um despertar ...
Então, crescente e daí, transcendida
mesmo a lucidez,
o vácuo continuado de presença
o vácuo continuado de presença
e silêncio se fez comigo,
por incontáveis éons e éons...
e para meu descanso
e minha suprema paz,
aconteceu...
Ainda que só num ínfimo instante,
cheguei ao bendito nada..!
Mas... nunca,
nunca num tão esperado
finalmente...
Pois, eu desejo sempre tudo
'acreditando' novamente...
Continuamente.
-Das asceses místicas
por incontáveis éons e éons...
e para meu descanso
e minha suprema paz,
aconteceu...
Ainda que só num ínfimo instante,
cheguei ao bendito nada..!
Mas... nunca,
nunca num tão esperado
finalmente...
Pois, eu desejo sempre tudo
'acreditando' novamente...
Continuamente.
-Das asceses místicas