sexta-feira, 22 de novembro de 2013

tua humanidade

E isto, por trás da matéria?

O que há neste teu olhar?

Quem é o ser que ai existe?

O que busca em todo o lugar?

Ser feliz ou triste...apenas rir ou chorar?

Mesmo quando o mundo, em complicar insiste... e torna difícil o teu trafegar...

Floresce assim tua humanidade... entre as tão passageiras mentiras e verdades...

e talvez, não exista algo tal como um caminho... mas sim apenas, o caminhar.
Ralleirias


Arte:  Minjae Lee

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Joga teu jogo... e só!

Joga teu jogo... e só!
não brinca com fogo...
ou transformará teus laços em nó.
Mas, apenas procura manter esta destreza,
de quem conhece a própria natureza...
Afinal, tuas interações não podem derivar subtrações...
Nem das tuas verdades, e tampouco dos sonhos alheios...
Guarda pra ti, o que supõe serem boas intenções...
as pessoas, têm seus próprios infernos,
e esses, mesmo quando muito modernos,
ainda, das profusas boas intenções, estão cheios...
Ralleirias - Do Rabo do Diabo - Fragmento


Artist: Jonathan Bartlett

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

heróis improváveis

Estes demônios, que me serviram sem o perceber.
Assim, como outros o fizeram durante muito tempo...
Pastores malandros, policiais corruptos, políticos ladrões, amigos falsos, namoradas traidoras, professores desinteressados, chefes exploradores, e toda a sorte de filhos da puta em geral...
Arderam em seus infernos particulares, aquecendo meu caldeirão, me dissolvendo até os últimos ossos...
E eles, como heróis improváveis, impensáveis... eles me libertaram deste inferno, o qual compartilhamos por eras, ...até que derretido, consumido e exausto, entendi que os seus velhos, batidos, diabólicos truques...
me tornaram imune...
Agora, eles representam apenas caricaturas dos seus próprios devaneios, tal qual eu também fui...
E então... liberto, sou nada, e o nada, é todo livre..!
Ralleirias



fala alto...

Meus medos, dependem também da intensidade dos meus desejos.
Minha indiferença, alimenta o desumano que integra a coletividade.
Minha desistência em relação aos outros,  fala alto...
Sobre as desistências que houveram em relação à mim...
Inevitavelmente, sou eu, o meu principio, meio e fim.
Ralleirias  (29/09/13)





O contraponto me faz vivo.

O contraponto me faz vivo.
Não fosse tua negação, eu não existiria...
Paradoxo surgido no teu medo,
Sem ele, o que eu seria?
Parto de tua imaginação...
que me cede um lugar... e me cria.
Um universo inteiro... para minha alegria...
Então nos teus recônditos comportamentos,
sou de todo, pura expressão de teus mais vis pensamentos...
Me negue, me odeie, me tema...
e me ame... eu sou apenas teu...
e tu, és meu único e delicioso problema...
ralleirias

Krampus!

terça-feira, 19 de novembro de 2013

um paradoxo

Algumas fotos, podem ser como uma espécie de túnel do tempo
e fazem acontecer algo, como um salto quântico na percepção...
Mudam conforme os dias passam, são um paradoxo,
pois na imagem, jaz congelado um só instante...
É possível perceber estas alterações em significâncias e sentidos,
quando olhamos uma foto de alguém que não amamos mais...
Lembrar o que esta imagem significava...
E perceber o que significa agora...
Então, talvez todo um mudo do passado,
poderá ruir neste exato instante...
E talvez, mesmo o mundo agora, passe a ser tão novo...
Que nada, nunca mais será como antes....
ralleirias


Lucido, procure uma visão clara, sobre como chegou aonde está.

Agora, desperte.
Lucido, procure uma visão clara,
sobre como chegou aonde está.

Perceba que tudo em sua volta
possui significado e valor...

Mas, que todos são em grande parte,
atribuídos por sua mente, por suas crenças.

Então, liberte-se da responsabilidade
de empoderar o que atrapalha a sua paz.

Permita-se abandonar, aquela parte
de sua complexa identidade, que não foi
criada legitimamente por seus pensamentos,
e que foi estruturada, por desejos alheios aos
seus interesses...

Não dê peso e valor para às coisas ruins,
enquanto resultados de enganos...
Extraia delas, esta clara vontade de alterar a forma
de gerar novas causas, e então, colher boas consequências...

Observe, que mesmo a sua linguagem e seus pensamentos,
podem limitar sua existência.
Faça de seu silêncio, seu templo de expressão do estado
desperto no agora, e no sempre.
e realmente assim, transcendentes...
ralleirias



"Se você quiser conhecer sua vida passada, olhe para sua vida presente. 
 Se você quiser conhecer sua vida futura, olhe para sua vida presente."
Padmasambhava

terça-feira, 12 de novembro de 2013

algo de ingênuo...

A imaginação sobre o inferno, tem algo de ingênuo...
Há infernos piores do que o do imaginário popular,
aquele... é quase burlesco.
Eles estão nos shopping centers, nas fábricas, nos hospitais,
nas escolas, e nas nossas doces residências...
E neles, as dores e penas, não são aplicadas por um agente externo...
ou por demônios hediondos e terríveis...
Na verdade, elas são quase que voluntárias e auto-infligidas.
Nossos infernos, são nossas criações exclusivas...
E as vezes, derramam-se e espalham-se por onde circulamos...
Somos o próprio inferno portátil.
Senhores dos nossos submundos, sentados em nossos tronos,
nós os vemos como legítimos paraísos...
Ralleirias - Do Rabo do Diabo- fragmento




segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Num sonho do enquanto consome-se o tempo...

Num sonho do enquanto
consome-se o tempo,
e dele, todo o seu tanto...
Este limbo, se consagrado 
ao lamento...
consome o tempo,
e dele, todo o encanto...
Um sonho ou tormento?
Decida num momento,
ou restará o pranto...
Do tempo que não foi tempo...
do agora, que se foi no enquanto,
da vida essa, que virou tormento,
do sentimento, que tornou-se pranto...
ralleirias -meta teatro



Outra vez...

Outra vez estou aqui...
Ente, caminhando nesta terra... sobrevivente.
Em busca das mesmas coisas... novamente.
Sonhando com o passado e o futuro... e esquecendo o presente...
Aos caprichos do amor e do medo... perdido, entre suas razões e segredos.
ralleirias





além de um ato da vontade

O querer acreditar, vai além de um ato da vontade.
Requer a responsabilidade de sobrepor-se aos próprios medos...
E necessita respeito, por suas peculiares verdades ...
E às vezes, mais que o fôlego para recomeçar... ao não obter acertos...
Pois eis que então, quando o cedo é tarde, e ainda, quando o tarde é cedo...
mesmo a fé, se transformará em um lenitivo de covardes...
Dos que não tem esta coragem, de desmontar dos seus pífios desejos...
ralleirias




Propriedade privada... já diz tudo certo?


Propriedade privada... já diz tudo certo?
Talvez seja também, privada da inteligência, privada do bom senso, privada da verdade...
Os caminhos do dinheiro, passam quase sempre pelas mentes embotadas, e pelo sonho do privilégio e da meritocracia ensaiada, mas não exercida... numa sociedade que está em negação quanto ao próprio caos de sua civilização... isto parece exagero?
Deixe  eu lhe mostrar ... vá lá, até a sua grade mais próxima, agarre-a firme e dê uma boa sacudida ....
Agora, e então... me diga, quem está preso por quem?
Estamos privados da vida de verdade, e este mundo em que vivemos... é mesmo então, o mundo da liberdade?
ralleirias






A inteligência deve estar à serviço da humanidade...

A inteligência deve estar à serviço da humanidade...
essencialmente, deveria ser esta a sua principal função...

A simplicidade é o ápice da inteligência aplicada em qualquer área,
na ciência, nas ações e principalmente na fala...

A intelectualização exacerbada e empertigada é excludente
e serve para aumentar a barreira entre conhecimento e ignorância,
propositalmente classista é tão estúpida quanto fazer guerra pela paz ...
ralleirias


Me induzem

Me induzem sonhos, e caminhos...
Tudo que faço, não o faço sozinho.
Sou dono do ato, mas não do fato.
E então... todas as minhas opções,
ações e mesmo, os meus desejos...
São tão somente, postos lexicais...
E talvez menos, mas... nada mais...
ralleirias




se descobríssemos...

Quem sabe uma apoteose,
nos dê significância...
Mas, somos mesmo tão rasos
em tantas instâncias?

Somos assim, tão pobres...
nestas relações artificiais,
que tão significadas em serem preciosas...
mas no entanto, tão banais.

Eis que uma apoteose de fato...
nos elevaria à nossa quintessência?
...quem sabe, talvez ...
desnecessário seja tal esforço artificial...

E a superação, seja o ápice da futilidade...
Não é pois, a quintessência em si,
a própria existência?

E um estado, das nossas próprias naturalidades?

Não louco seria, se descobríssemos...
que às apoteoses sejam...
apenas uma questão, das carências...
dos delírios de nossas vaidades
e de tudo que desejam?
ralleirias





quarta-feira, 6 de novembro de 2013

tão somente, um talvez...

Em meio a esta loucura,

um manifesto à lucidez...

Na realidade pura,

não é cura, esta sensatez,

Eis que entre às trevas e a luz,

à esta altura,

o melhor caminho,

seja tão somente, um talvez...
ralleirias


Há um estado híbrido, que se perpetua na expectativa...

Há um estado híbrido, que se perpetua na expectativa...
O porvir, aquele que 'será', o que se prenuncia...
O vai ser, que o agora esvazia.

E carrega o presente, pra um outro tempo, ou outro espaço...
É um limbo espectral.
Será? vai ser? poderemos? sucessões de 'entãos',  sobrepõem-se ...

Um novo mundo é carregado, permeia o agora em brechas invisíveis,
enquanto não miradas, não olhadas... ele apropria-se do instante.

Eis que nasce, num antes do enquanto, um agora misterioso.
Sorrateiramente ele migra, constrói uma ponte durante nossos sonhos...

Nossos inocentes desejos de felicidade, são os dentes de uma
engrenagem, dum gigantesco moinho de mundos...
ralleirias


Bem ali, acontecia um novo agora...

Bem ali, acontecia um novo agora...
E este, fora do tempo, mas contudo... 
paridor de tempos... e instâncias...
Neste lugar, tudo não existia, 
simplesmente no todo 'estava' ou
 'era' em potencialidade...
As formas e razões entravam em colapso,
à cada nova consciência que ali adentrava,
tentando referir-se em algo...
Mas estas, não o alcançavam em percepção, 
ao contrário, insurgiam-se destas realidades
emuladas, dado o estado pífio de verdades 
tão transitórias, que mal existiam ...
E essencialmente, estas demandas é que 
faziam o impossível desintegrar-se e em 
possível, converter-se.
Eis que surge daí um novo agora 
e por tão novo, quase ininteligível...
ralleirias- das asceses místicas


referendo para esta realidade...

O tentar ser, talvez seja o existir...
O tentar não ser, então, não é o resistir?
E o querer é de alguma forma contribuir?
Posta a minha parcela de referenciamento,
como próprio referendo para esta realidade...
Sem o eu, ela existiria de verdade?
E essa verdade, recheada de desejos...
é tão próxima dos sonhos... 
que talvez estejamos num limbo,
onde tudo nos faz acreditar, 
que isto é o próprio existir...
E porquê não?
Talvez seja apenas, 
uma questão de insistir....
ralleirias - Meta teatro


os senhores supremos da existência...

Há forças que atuam sobre o mundo e sobre nós, de forma contundente e marcante...
Ainda assim, mesmo aos mais atentos, passam de maneira quase sempre despercebida ...
Parece haver um esquema, contido dentro de outro esquema,
e ainda num outro esquema....invisíveis, insuspeitos.
E nós, o detalhe, nos julgamos ainda assim, os senhores supremos da existência...
Mas, nem mesmo compreendemos, ao menos, estas forças que atuam
e geram as nossas próprias vidas, paixões e medos...
ralleirias