sábado, 31 de janeiro de 2015

Foi um amor que se tornou o quê?

"Monstro que foi inventado, devora às vísceras do seu criador e hospedeiro"...
Foi um amor que se tornou o quê?


é pétrea norma....

Preso às formas
normas do que é
e do que será...
De um lado
e do outro
e na frente
e atrás
nos contornos
Também em cima
e em baixo
tanto faz...
Sempre é pétrea norma....
E tudo se desfaz.
ralleirias


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Além do real, é onde estão os sonhos?

Além do real, é onde estão os sonhos?
O mundo, quando não é uma pintura imaginária,
transita além de céus e infernos, deuses e demônios
e todos os seus paramentos e as suas indumentárias...
Faz-se de pronto, como miolo dos desejos
e brota na compreensão, de forma quase mágica...
Uma atribuição é um encanto.
Uma palavra? É coisa viva, que muda
e que cria e se espalha...
ralleirias

um prelúdio para o devaneio...

Pois é que, a realidade,
é um prelúdio para o devaneio...
E de uma ponta à outra,
os dois têm variações medidas
pelo nível da loucura...

No entanto, em certas vezes,
não existe muita clareza...
Será que são os loucos
que podem restabelecerem-se
e ficarem bons...
Ou se são os certos, os ditos 'sãos',
que nunca terão cura?
ralleirias

Imagem : The Wonderous Meeting by Luca Gerda László (Polaris)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

comungar

Apenas rótulos...
O que é, e o que não é,
depende de quem está à olhar.
A própria realidade
é um acordo em comungar.
ralleirias


Cadê?

Unifica, subverte,
dignifica, se diverte...
Agita, fica inerte.
À nada mais se submete...
É puro capricho da verdade,
mesmo quando, pra isto, não tem mais idade...
E a esperança, é bobagem na qual não mais acredita
e tendo então a sua alma aflita
à imensidão, ao cosmos, ao caos... fita.
Sussurra para si: cadê a tal felicidade?
É como tudo, uma meia verdade..?
ralleirias


Contudo...

E havendo passado tudo...
Também não vou ficar por aqui.
Mas estarei ainda um pouco
em todas as coisas que vivi...
Em cada amor conquistado...
E todo sonho frustrado...
E em todos os motivos 
que há para sorrir...
Como qualquer um, 
fiz tudo como poderia ser feito
e ainda que, não o tenha feito direito
Contudo... assim existi!
ralleirias - meta teatro


Preserva esta tua Maldade

(...)
Haviam nos trancado no alto do prédio,
como não havia outra alternativa, tentamos passar
ao outro prédio, nos equilibrando numa passagem de ligação
do sistema de caixas d'agua, mas acabamos encurralados no topo da estrutura...
Ficamos então sentados, na viga de sustentação de uma caixa d'água.

Víamos a multidão irada, num embate, na correria típica de um protesto
ao final da tarde ...Bombas de efeito moral, balas de borracha
cavalos e soldados,  atacando estudantes e mestres, velhos e moços,
mesmo as crianças, sem piedade.

Agora então, ao pararmos ali,.  ele transformara-se em Belial, mas,
estava ainda sorrindo, e me disse daí, que era assim, como formigas,
que nos via sempre, e que embora não tão significantes como massa,
e turba, eramos individualmente divertidos, justamente por sermos arrogantes,
pretensiosos, estúpidos e belicosos...

'São tão frágeis, mas tão perigosos', me disse...

--- 'Cada um, com seu o mini mundo, e seus mini infernos'...

E então curioso, perguntei à ele porque estava agora como Belial, ele provocara
tudo aquilo ou foi pelo motivo inverso que tinha se transformado?

Me disse que não poderia referir-se as nossas vilanias sem acessar esta chave...

Retruquei, - Vilania? Que vilania temos? Somos pobres ignorantes,
perdidos e desamparados...e embora eu concorde que sim, em parte,
carregamos um enorme potencial para maldade, mas o contrário também
é verdadeiro, o amor  em nós e, principalmente nossa ingenuidade,
podem ser infinitos...

Apenas riu, acho que a sua expressão diabólica
também fazia o riso soar horripilante... forçou uma gíria usando a minha voz...

D---'Tu tá viajando'!...
O riso macabramente contagiante, e o fato da voz soar quase igual,
fez eu rir também...

Continuou-

D--- Vi coisas, vejo coisas, sei dos desdobramentos possíveis, e
te digo, que tu não compreende, pois não tem minha capacidade
de enxergar o que vocês chamam de futuro, eu vejo desdobramentos
dum agora múltiplo, e quase todos apontam pros mesmos lugares...

Para o fim, será quando então, eu vou experimentar o equivalente a uma ressaca
de uma grande festa, e depois deste tempo, vai ficar muito chato tudo isto aqui...

--As suas faltas, eu vou sentir!...disse-me sorrindo.

---Mas, fica tranquilo, tens ainda um bom tempo na condição
de desdobramento nesse ente que és agora...

E--- Fico contente... tenho é? E quanto?

D--- Teus caminhos são múltiplos, em todos eles, será quase o 'meso' tempo...
Me diz o que tu gostaria de fazer, e então, te digo se a tua escolha vai te
dar, daí podes optar, por uma das mais longas de tuas caminhadas...
O que tu queres? (sorrindo)

E --- O que talvez eu queira? Neste tempo curto que me resta?

D--- Tudo bem, te digo então... nenhum dos teus possíveis
tempos será curto! Mas há uma ironia oculta que não conto, aí...

E--- Opa! Que bom! Tudo bem...

D--- Bom é?! - riu tenebrosamente ...
Bom e mau, sabemos, podem ser pontos de vista, certo?...

Um helicóptero, de um canal de TV, que fazia cobertura dos protestos
passou e até parecia que nos viam, ele circula o prédio, e então notamos
que estavam filmando o mesmo cruzamento o qual olhávamos.

Voltamos ao assunto...

E--- Talvez queira agora, conhecer uma mulher com uma boa
cabeça e de preferência, gostosa... Também pode ser, que eu tente amar
indiscriminadamente e sem medos, a própria humanidade, talvez eu me
transforme num monge, ou algo do tipo...
Mesmo que a humanidade acabe, talvez, seja por isto mesmo, bastante válido
ajudar de alguma forma...  à diminuir um pouco toda esta loucura, talvez ajudar
nestas questões do auto controle pra aumentar a satisfação e felicidade das pessoas...
tentar diminuir a maldade e principalmente os maus...

 Me respondeu falando com a imitação coloquial de minha voz.

D ---Sim, já tô vendo... mais um santo... mais um mártir... ótimo, se é assim,
apenas fica longe da fogueiras, dos pregos e das cruzes...pois dai, é que tu vais
conhecer de verdade a tal humanidade...

Intervenho na fala.

E --- Santo! Não, sem exageros, mas o auto controle é uma coisa que me
agrada, e a humanidade pode parecer perversa, mas,  visivelmente é mais
assim como uma criança mimada... ou como se fosse um filhote desajeitado
que sem noção bagunça e estraga coisas... e espalha merda por toda parte...
e pro qual não cabe punição, mas, talvez sim, algo como orientação...ajuda...
e... tempo.

Com a voz tenebrosa de Belial.

D --- Veja, é como o próprio, o buda..! Quanto de paciência tu é capaz de ter
com o ódio..? Já vi, quando tu experimentou o ódio dos outros no teu passado,
e bem me lembro como foi tua resposta,  definitivamente não foi com amor...

E --- Paciência não é necessariamente um atributo relacionado ao amor,
mas os dois juntos parecem ser uma base mais apropriada, onde se pode construir
algo muito bom, mesmo que, por um tempo não muito grande, mas, vale a
experiência, me parece... eu sei bem disso, o que digo, acho que já funcionou pra mim...
sou um deles... Talvez seja possível superar a estupidez e a maldade... em parte...

e fazendo novamente imitação coloquial de minha voz.

D --- Tu vai é te foder, e se tu não conseguir nada com essa bondade
e esse amor filosófico... quem e o quê, vai segurar a tua onda?

E --- é, mas olha só, as expectativas sobre sucessos perseguem quase
sempre as mesmas narrativas, em que o imaginário pode ser uma armadilha
engenhosa, com pequenos gatilhos nas decepções, que acionam a infelicidade
ao menor movimento fora do esperado... então, acho melhor fazer algo com
 o que tenho, sem esperar nada...
Além do mais, me sinto responsável pelas pessoas que eu amo,
mas, muito mais ainda, pelas quais me amam e esperam algo de mim...

E então, com uma expressão transtornada, ele dobrou de tamanho
e me falou:

D --- Me ouve com muita atenção:
Preserva essa tua maldade!
Mesmo que bem oculta, pois em algum momento
ela poderá ser a única coisa a teu favor...
Algo pra te levar pra frente, e pra te reerguer...

Se tu ainda não percebeu, o mundo se auto devora,
não vão faltar dentes afiados pra arrancar alguns dos pedaços,
do que te é mais precioso... Destas bugigangas que tu amealha
dia a dia, nessa tentativa de aplacar essa carência da tua alma
miserável, solitária e faminta...

E esses dentes vão estar quase sempre numa boca que era antes
amiga, e até, que tu já amou, desejou e já beijou...

E pega esses teus 'medinhos' de merda, e atiça até virarem ira...
Mas usa essa ira, então, com inteligência, ou ela vai se voltar
contra ti e a tua burrice...
E sempre que possível, deixa que se matem uns aos outros,
não compra estas brigas, pois quase sempre, elas são alucinações
e devaneios do ego destes idiotas...

Mas, esteja perto... tanto quanto possível, pra sentir o cheiro
da morte e do sangue... pra lembrar aonde tu poderia estar,
e também, caso demande, para que tu possas pisar nos pescoços
e chutar as caras destes miseráveis, mesmo quando já estiverem
se contorcendo no chão...

Não fica com pena, pois a tua hora também vai chegar,
e então, os teus ossos é que vão ser triturados,
e o guizado disforme da tua carcaça,
vai ser a comida dos vermes,
e tu vai voltar pra maldita merda,
que na verdade, tu sempre foi...

Uma merda na sola do sapato dos que te detestam...
Na sola do sapato de todo o resto da humanidade.
Me ouve com muita atenção:
Preserva essa tua maldade!

ralleirias - (Do rabo do diabo)  fragmento

Imagem: Alfonso Elola - "Organic Portrait I"

Poesia em P&B 5 B

Essa verborragia vaza...

É tanta frase desconecta 

tanta razão sem sentido

melhor não tivesse ouvido 

esta lógica tão rasa
ralleirias




Poesia em P&B 5 A

Em cada canto, ainda jaz a possibilidade
mesmo o amor, as vitórias...
mesmo a dor, as memórias...
São como sombras, são projetados.
Nada é toda a verdade.
E o som, seja qual, 
brota do silêncio primordial...
Não importa a incidência 
não passa de consequência
conjectura, construção.
ralleirias



sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Poesia em P&B 9 B


Duma certeza sem palavras
surgiu uma compreensão:
O verbo é como um vírus,
ou espírito sagrado, 
e nele é que acontece 
propriamente a criação.

Então, ele cria o tempo
em meio a cada palavra
e é o que exala toda concatenação...

Em todas as instâncias, gera novos mundos
e sua única e irrefreável força,
é como uma espécie de paixão...
ralleirias


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Tulku...

Finalmente lembrou... provavelmente já era tarde demais.
haviam passado, pelo menos 50 à 80 anos desde sua última vida e morte.
Agora num país estranho, outra língua, outros costumes, outro tempo
tudo o distanciava de novo, e de forma aparentemente cabal de sua milenar identidade.
Mas, perguntava-se, porquê lembrara então? O que poderia fazer agora, para reparar
aquelas perdas e injustiças, para remediar aqueles sofrimentos, para revelar
para aqueles que, por ventura ainda lá estivessem, os segredos que continha
na sua memória ancestral...
Maldição ou benção?
Nada além da sina de um tulku...

Numa terra distante, numa cultura em que o indivíduo afirma-se como
ente humano por suas força e habilidades próprias, ele conduziu sua gente
por lugares e situações únicas, e despertou a mais avançada consciência
nos seus semelhantes. Muitos se libertaram.

Seu dom não era único, mas o que fez à partir deste dom, não teve
precedentes na história da humanidade.
ralleirias (fragmento)




segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Tornar aos sonhos

Tornar aos sonhos

e revolver novas vidas

e todos seus desejos insanos

nós temos outra saída?

E que tempo temos?
Em qual tempo somos?

Não somos os nossos sonhos?

...ou somos mesmo, somente entes humanos?

Assim, tornar a dormir, é tudo sonho...

E então, tornar a acordar, parece tão enfadonho...

E é pois, porque é tudo um sonho...

E que tempo temos?
Em qual tempo somos?

ralleirias - Meta teatro


sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

do tempo incerto que temos...

O maior devorador
do tempo incerto
que temos,
talvez,
seja o
desejo.

Saciar desejos,
requer poder.

E o dinheiro,
parece assim,
um extrato
de poder,
e que, às vezes,
nos dá a impressão
de desacelerar
o tempo.

Mas
antes,
também,
parece
devorar
boa
parte
da alma...

Qual poder
autoriza
inclusive
os desejos?

O tempo
incerto
que
temos?

ralleirias

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

excrementos?

O que tomas em vida, como o teu alimento
senão um pouco ou toda a morte de outros,
que serão depois assim, os teus excrementos!
O que tens como opinião,
senão apenas repetição...
Padrão e comparação duma linguagem,
que é encarceradora, é prisão.
E o teu tempo, é tão igual ao de todos,
fragmentado em desejos e devaneios tolos...
Ainda te reconheces como entidade
pelo passado que te dá identidade...
O teu futuro, é uma aposta...
Mas, como todos
virás a ser, um dia,
apenas mais uma bosta...
ralleirias


terça-feira, 13 de janeiro de 2015

inclusive o sagrado

Em um mundo violento, de culturas baseadas em poder e forças coercitivas,
tudo, inclusive o sagrado, tem poder de moeda e arma, se não há lucidez...


segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Da humanidade

Da humanidade, há a certeza,
na pura potencialidade...

Das construções sobre devaneios,
guerreiros são, mas antes, covardes...

Pois há uma coragem, mas que é
revestimento de seus medos...

Sua ignorância é um demônio alado, que cobre
grandes espaços, cuspindo arrogâncias e certezas...

Sua alma, traz o breu de suas toscas vontades...

Mas, quando satisfeitos e em paz, não são tão adoráveis?
ralleirias (do Rabo do diabo)




catarse necessária

Parece mesmo, um processo muito complicado
como esta subjetividade da lógica do ódio confunde
e faz, na maioria das vezes, que ele se agigante...

Já o amor e a tolerância, assim, também parecem bastante frágeis
em suas sustentações, talvez porque a fonte seja a mesma...

Somos nós e nossos egos, que prostituímos a razão, de acordo
com nossos medos, desejos e  ignorâncias.

Assim, o silêncio interno necessário, para o despertar da lucidez
sobre a origem dos pensamentos e motivações e significações,
mostra-se como impraticável, frente à esta gritaria  de um mundo que
parece agora, não estar longe desta catarse necessária para sua libertação...

Já está em flagrante convulsão.
Talvez, depois do colapso... então o amor finalmente re-surja.

Pois, certamente, ainda o amor é maior que tudo,
pois ele se parece com a verdade:
Em sua naturalidade,
não precisa de quase nada para sustenta-la...

E é diferente do ódio, este,  que se parece com a mentira:
Precisa de sustentação e investimentos permanentes...

Difícil o ódio que não desperte mais ódio...
Mas, nós e nossas crenças, ainda somos a fonte de tudo...
Talvez por isto, os odiosos e suas maquinações,
ainda gracejam, todos os dias...
ralleirias- das lutas de classe




quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

nossa próxima morada.

E inevitavelmente, o desconhecido,
será sempre a nossa próxima morada.
ralleirias


O convite é permanente.

O convite é permanente.
E o incentivo, é frequente:
Morremos um pouco, todo o dia.

Nas nossas desusadas manias,
nos nossos fracos motivos,
nas nossas identidades,
e não só quando sustentadas
por desejos e sonhos pueris...

Quando a felicidade se fantasia de desejo,
ela constrói uma armadilha,
na qual morremos 
mesmo quando saciados.

A morte, sempre nos carregará, 
pois o outro nome oculto 
que ela possui é 'tempo'. 

Se temos tempo, é certo que morreremos.

A maldição da morte, assim, é lançada pela vida.
Pois este, é o outro nome que ela costuma usar,
ainda que despercebida...
ralleirias - Crônicas das asceses místicas


segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

neste único momento...

Devagar e sempre ...
é assim que a vida vai, e é 
bem assim que a morte vem...
Se, amanhã é um dia a mais,
que pena que ele nunca chega,
e se, é um dia à menos, é um
bem, se ele ainda não vem...
Dura a vida por um tempo
mas, ocorre tudo é
neste único momento...
O agora, aonde resta viver...
Impossível é joga-lo fora
Impossível lhe apreender...
ralleirias - Meta teatro

Distorcia os sonhos

Distorcia os sonhos de tal maneira,
que usava-os como outras vidas.
Revelado então, foi o acesso à uma 
amostra do que é a eternidade...
Migrar com às impressões da própria mente.
A própria vida, deixou de ser cárcere
quando relembrou que poderia fazer disto
sua liberdade. Criar mundos possíveis, 
ainda que incoerentes
já é uma arte humana antiga...

ralleirias -meta teatro






Uma coisa boa?

Uma coisa boa?
Se houvesse uma proposição de recordarmos
uma coisa boa, e registra-la
e que evocasse um resumo do
que somos e fomos,
esta memória, esta imagem
ou este momento seria como o quê,
quando, e porquê?


Em que tempo estamos,
se ainda no passado
ou dele já nos desligamos?
Somos um outro ser
que é mais do mesmo,
andando por aí a esmo?

Ou somos um novo ente,
acordado, ensimesmado
e consciente....

Que memórias resumiriam
a nós e nossas histórias?

Quem sabe, a memória
do primeiro amor correspondido,
a do primeiro beijo..?
Talvez, a do gesto de alguém
que nos amou, além do desejo
e apesar de nossos enganos,
e como uma visão ainda enamorada...

Quem sabe, a de nossa primeira
mancada ou mesmo, uma ideia privilegiada..?
Como algo criando o bom, do nada...

Nos trai a memória...
Quando evoca certezas por felicidades,
que, quase sempre foram moldadas
em gabaritos dum passado...

Pois é assim que uma coisa boa,
relativa a um lugar, entidade, ou alguém
pode não ser sempre boa de verdade também...

Ou, boa o suficiente para durar num 'para sempre'...

Mas, uma coisa boa, pode ser,
encontrar-se consciente sem forçar o ser
ainda que, mesmo temporariamente, e ou
inevitavelmente, como e com o tudo,
até mudar ou desvanecer...
ralleirias (das mortes não morridas)
Crédito: assinado na imagem