quinta-feira, 31 de julho de 2014

Ela fala mais alto

A minha paz,
ainda
pode ser alcançada
num estado natural,
onde...
eu,  ficando
em silêncio...
obtenho o acesso.

E ela fala...
muito, muito mais alto
que
todos os barulhentos
problemas...
obtidos
nos caminhos tortuosos
do que
convencionamos chamar
de...'sucesso'...
ralleirias

Há dias...

Há dias... em que não se está muito bem...
Olhamos a vida com um certo desdem...
de quem ...já viu tanto, tudo isso...

A vida não é mais que um compromisso
com a criação dos próprios mundos.
Transforma-se também em dívida,
às vezes, aparentemente é impagável,
esta invenção...

Seriam assim, realmente
o aqui e o 'além', então,
lugares de mistérios profundos?

Não... Ação, inação e desdem,
nem sempre ao mundo contém...

Às vezes é preciso algo mais...
para os nossos mundos equilibrar
E, talvez, seja isto
apenas a nossa paz...
ralleirias


Na engenharia de todo significado

Na engenharia de todos os significados,
estão os legados de diferentes vontades...
Pretendem a construção de verdades, e
dos meios, de então lhes sustentar...
Mas... esteja atento... pois,
isto acontece, apenas se você os autorizar...
ralleirias


O mundo é raso, sujo, fútil e mau... O mundo?

O mundo é raso, sujo, fútil e mau... O mundo?
Quem dirige estas 'vontades'?
Na capa dos jornais, manchete em letras garrafais... noticiando:
'O MUNDO É UM LUGAR HORRENDO'!
Dentro, uma pequena notinha, explicando rebuscadamente
sobre o que são estas coisinhas e porque devem assustar tanto a gente...

Os que se pretendem reais agentes de transformação do mundo,
capturam mentes, operando novas significações em suas compreensões.

Informar-se, é cada vez mais uma arte complicada.
Como historicamente, sempre foi...
E isto, porque a condução da realidade, pelos bretes dos interesses,
é uma arte muito mais velha ainda...
ralleirias


imagemem cartaz! - The Perry Bible Fellowship

Mais temido...

No fundo do inferno, dum mais temido,
havia uma besta maliciosa e incomplacente...
Por soberbo e desmedido este mal,
nada como no inferno havia igual,
foi então de lá banido...
Velhaco, perverso e fingido,
por magia, foi adormecido temporariamente...
Assim, pensa que por um deus foi ungido...
E num imenso mundo, ele vaga atualmente...
Subconscientemente implanta sua desforra
E ele, ainda imagina-se agora,
como aquilo, que se conhece...
por gente!
ralleirias
Imagem:  xue jiye

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Como anda o teu termostato da realidade?

Como está o teu termostato da realidade?
As mesmas informações que tinhas sobre
o teu mundo, ainda são pétreas 'verdades'?

Andas por aqui à quanto tempo?
Não me refiro aquele que nasceu ,
mas, este teu eu,
que está agora 'mais' lúcido
e mais atento...
e... neste momento.

Os desejos continuam te sacaneando
como numa brincadeira de pegar,
sem fim, em que, ainda que os agarre
nunca mesmo, ficas enfim, contente,
Pois correm sempre mais à frente,
e mais à frente...

Será que o teu termostato da realidade quebrou,
e alguns (ou muitos) devaneios e sonhos invadiram
de forma inapropriada, o que era pra ser tua vida?

E os sonhos, podem ser (de fato)
piores que a realidade
arguida?

Quando desavisadamente viram norte,
nos levando à viver numa grande ficção,
onde a imaginação mantêm ilusões irrealizáveis,
em mutação tendendo sempre serem assim...
Sem 'um' possível fim.

Quando perpetuam-se
em promessas
fantasiosas, coloridas ...
E são como eternas
sagas não cumpridas
da vida! e sobre tudo,
sofridas....

Quando o que foi atribuído
em significação,
transforma desejos em devaneios
sem possível realização...

Quando,
não te percebes
sem controle e ou
alguma entrada lógica...
e invariavelmente em
nenhuma saída...

Exite regulação,
na construção da verdade?
Ela é mesmo o que te parece?
Existe uma decisão única de
algo ou alguém nos ensejos
e causalidades casuais
do que acontece?

Como está o teu termostato da realidade?
As mesmas informações que tinhas sobre
o teu mundo, ainda são pétreas 'verdades'?

ralleirias (das mortes não morridas)


Há, tudo o que pode ser dito...

Há, tudo o que pode ser dito...
E em tanto verso bonito,
que nem precisa rimar...
Tem muito que dá pra contar,
e muito mais, para ser descrito...
É bem mais do que um infinito,
além do que dá para falar...

Mas, também nem por isso,
a realidade seja 
um pétreo compromisso...
Já sabe o que você tem com isto?

É que, composto essencialmente
da percepção daquilo que se consente...
Onde, sem observador 
não existe observado,
o universo é multiverso... 
e constantemente reinventado...

Saber então é ser... E é?
Senão, quem é quem?
Ou o quê? 
O 'será'?
Num além, saber-se-á?
E quem vai perceber?
Você?
ralleirias - Metateatro

Mais nada me contenta,

Mais nada me contenta...
Nem estando alerta a mente
minha lógica se sustenta
plenamente...

Mesmo quando, ao alvo pende
e o acerta rente
minha razão inclemente...

Reclamo...
Desta lógica, que não é minha.
Afinal, há estas evidências
na sua construção mesquinha
e... tantas carências...

Saúdo...
Um passado que não é meu...
Quando tudo isto, vinha à mim
Onde minha lucidez, se meteu?
ralleirias

Uma determinada expressão...

Minha mensagem, por favor, escute...
E... olhe o jeito que à repercute,
nisso tenhas redobrada atenção...
Pois a mente, até pode ser como um caixão...
Mas, nem tudo o que ouve, ela encerra...
E é capaz de fazer guerra
Com o uso de uma determinada expressão...
Como a pedra, que já foi jogada pela mão
e que jogastes antes ainda com a mente...
Assim, desferindo um golpe inclemente
Crente, demente, inocente ou não...
Mesmo, antes da real compreensão...
ralleirias


Tu, e a tua nau...

Numa nau que ninguém vê,
velejas entre cabos e bites
Clicando desavisado
em cada link, em cada site...

Teus segredos são desvendados
Nestes mares de faz de conta
em meio a toda esta demência
das quais não te dá conta...

Ainda que acredites, na liberdade
Sem pudor nem complacência,
não vês que ela não é de verdade
mas apenas uma referência...

Neste mundo ficcional
naufragas tu,
e a tua nau...
ralleirias

o que sempre foi feito antes

Pra essas almas vazias,
manter vivo o velho mundo louco,
ainda que raie um único novo dia,
nunca será pouco.

É sempre penosa a reconstrução...
Diante das novas normas,
somos sempre pré ou pós ignorantes,
ainda que, fazendo o que sempre foi feito antes...
E sem jamais admitir alguma modificação...

Ah!... isso não!

Mais do mesmo.
Somos randômicos...
e nos cremos inovadores e à esmo.
Nos pensamos como um ente sério
mas somos emulados num mundo cômico
repleto de falsas certezas... até o cemitério.
ralleirias


terça-feira, 29 de julho de 2014

Sonhos estranhos

Sonhava sonhos estranhos, e embora alguns beirassem à pesadelos,
os considerava divertidos. Este que me contou, era mais como uma ficção
científica, como um filme de baixo orçamento...

Praticamente, não havia mais nenhuma vegetação densa sobre a terra,
o ar tóxico, carregado de poluentes, quase não sustentava vida, pelo
menos não por muito tempo.
A humanidade, há muito já resolvera do seu jeito o problema.
Em torres submersas no mar, haviam construído cidades máquina...
Produziam oxigênio, energia e água potável, algas comestíveis, mas assim,
a vida que mantinham, era muito precária e pouco saudável...

O convívio social também era precário e fútil, a inteligência humana,
ainda que rasa e escassa, nesta realidade, era proibida e diuturnamente patrulhada,
a tal ponto que, em qualquer manifestação de inteligência objetiva,
o infrator era exilado para sempre, embora fosse reaproveitado em funções e tarefas
de acordo com suas novas aptidões programada e agora então flagrada e 'manifestada'...
Tão raros já éramos, que por isto então preservados.
Pois afinal, a vida estava já com alto risco de extinção.

E assim, também quase já não havia mais produção de lixo, tudo era inteligentemente
racionado e racionalmente produzido, reciclado... quase tudo conforme a programação.

Mas, contudo, uma nova etapa do drama começava a se desenrolar,
os oceanos estavam secando, a água já muito escura e suja,
cada vez mais ácida e tóxica, começava a ameaçar as
estruturas físicas da civilização...
Por corrosão química e estranhas mutações em suas propriedades.

Então agora, a vida, neste novo mundo, como um claustro contínuo
acontecia socialmente, (na verdade como sempre ocorreu )
de forma química...
Cientistas haviam sintetizado alguns fungos e à partir deles,
nós experimentávamos uma nova espécie de vida virtual,
mas, não eletrônica, e sim em sonhos vívidos e coletivos...

A tal ponto, que a maioria apaticamente, vivia dormindo
em longos sonos de 16,18 e até 22, 23 horas por dia...
Quanto maior era o poder, menos dormia o ente ...
Então, num dado momento deste sonho, eu próprio já não sabia,
se sonhava neste mundo futuro ou sonhava no presente,
foi quando acordei... eu acho...
ralleirias


O dinheiro, em detrimento ao 'humano' ?

Quando encontro quem defenda essencialmente o dinheiro,
em detrimento ao 'humano' e suas necessidades, não espero lucidez.
E por mais que eu tente ou insista em argumentar, sei por experiência
que não obterei respostas lúcidas nos debates sobre o tema...
Também já notei, que boa parte destas pessoas, formaram suas
percepções políticas, acreditando que política, é aquilo que eles
ouvem dos candidatos na 'chata' campanha eleitoral...
E que política é coisa de 'político'(e este, seria como um ente à parte
no processo de construção social ) e portanto, de corrupto e de espertalhões.
E, o que deve ser importante mesmo, para qualquer 'pessoa de bem', é apenas
ser bem 'sucedido', em ter todas as  muitas coisas com as quais 'sonha'
em seus induzidos devaneios de consumo... e dogmas.

Parece, que a grande maioria destas pessoas, não perceber que a política
de verdade, está em cada atitude no dia a dia...
E que o próprio consumo, como tudo, é permeado também pela política...
Talvez, seja esta justamente a principal e intransponível barreira que impede
reais transformações sociais...
Necessitamos rever as nossas atitudes cotidianas, inclusive e principalmente
as atitudes de consumo...
Nelas, talvez resida esta chave para a base de transformação do mundo.

Notadamente, a 'atitude' está intimamente ligada a educação.
Hoje, a informação precede a comunicação, que precede o conhecimento,
e estas, agora precedem à educação, e  todas moldam a cultura e o comportamento...

Me parece, que a mídia mainstream, que representa os interesses dos detentores
do poder do dinheiro, está tomando em suas mãos nossa condução cultural e está
induzindo a cidadania, numa transformação e uma adequação para 'um lugar' de
mero público consumidor...
E consumidores, quando, sem poder de consumo, transformam-se em algo
descartável e sem função, aliás como o clássico produto final de uma
sociedade de consumo...  o lixo!
E isto, é no minimo, muito preocupante...temerário...
É esta, uma condução objetiva rumo à desigualdade, e que forma e preserva
as condições necessárias para manter a separação entre elites e explorados.
E como explorados, nos sub-categorizam ainda, o fazem com pequenos
pseudo- privilégios, ditos 'meritocráticos', e que também servem aos expedientes
que nos dividem, para mais fácil nos controlar dividir e conquistar...

Como cães de guarda, algumas destas adestradas categorias, patrulham e
mantém estes ditos privilégios de status, que é medido e valorado pelo poder
de consumo, sempre em comparação com os das poderosas elites dominantes...

Mas, se decidíssemos estrategicamente então, usar o consumo, (que é sem
dúvidas o principal combustível do grande motor vilão, que é a especulação
econômica - financeira) como uma forte ferramenta de mudanças..?
Necessitaríamos subverter esta lógica nefasta, insana e especulativa do consumo
'burro', para que então, em nossas mãos, pudéssemos tomar a ação efetiva
que transformaria o mundo.

Nossas atitudes, quando engajadas em suas sinergias, visariam todas as
necessidades e interesses humanos racionalmente, responsavelmente, com
visão de alcance ecológico, e baseadas em recursos, e quiçá poderíamos
transformar daí, as reais 'políticas sociais' em instâncias virtuosas e sobre
tudo realmente humanizadas...

Quem sabe a gora, este poder, emanado do próprio ente social,
teria ação revolucionária e duradoura?
Utopia? Talvez distropia do modelo atual...

Deveríamos aliar-nos em nossas atitudes cotidianas, numa nova visão, incluindo
educação para o consumo e produção responsáveis, porque do contrário, estaremos
literalmente envenenando toda sociedade, e condenando por descaso e estupidez a
própria humanidade e o mundo.
Todo os sistemas já estão profundamente comprometidos e necessitaremos
muita habilidade, para uma transformação real, sem que haja uma catarse
social violenta... esta a qual já começamos a assistir.

Seja pela revolta ao não atendimento dos 'sonhos' de consumo, pois estes
são insistentemente construídos sobre uma lógica irracional, e esta sim
verdadeiramente irreal, e por isso impossível...

Onde reside a verdadeira visão utópica de mundo? Recursos infinitos?
Nações e culturas fundadas e mantidas pela força, violência, expropriação de
recursos e exploração dos mais fracos?
E não é utopia acreditar, que um mundo assim mantido não terá um fim?

Não há riqueza ou tesouro sobre a terra que não tenha sido obtido
com o trabalho humano.
A inteligência, tem nos diferenciado sobre a terra, poderíamos agora avançar
em um modelo de mundo mais aperfeiçoado, racional e humanizado.

E o pior senário está à espreita..? Não, ele já está acontecendo.

Nesta progressão de escassez que o modelo atual gera e gerará, cada vez mais,
o real esgotamento de todos os recursos, acontecerá para todos.
Assim como simplesmente já acontece, para uma enorme quantidade de pessoas
e seres em todo o mundo.
E a maldade e a especulação servem-se destes eventos.
Finalmente o não atendimento das necessidades mais básicas para a mínima
sobrevivência, esgotará assim também,  além de nossas vidas, nossa história.
ralleirias


Mesmo o mais fantástico dos mundos, é real...

Mesmo o mais fantástico dos mundos, é real!
Verdadeiramente...
Sei que ele também o é, em algum lugar, 'num alem'...
Mas, esta Instância, já surgiu bem antes, foi
nesta formação do imaginário, da cabeça de quem o criou.

Compõem-se de fragmentos,
recebidos de realidades compartilhadas,
de informações aleatórias, estilhaços de outros mundos,
de outros entes e compreensões...
Foram outrora, deixados pelos caminhos
que eles e nós percorremos...

Mesmo a mais bizarra conjectura...
tem o potencial para realidade pura...
O que há nas construções do mundo humano,
que um dia já não foi apenas pensamento?

Talvez... a consciência, quando desperta...
Olhando o futuro e o passado
percebendo uma encruzilhada
em cada momento observado...

Nós, somos o caminhante,
o destino e a estrada.
E quando a mente está alerta,
é que para outros mundos,
há uma passagem entreaberta...
E também, lá já estamos... do outro lado...
ralleirias
Imagem: 'Solar Music' - Remédios Varo -1955

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Esse teu mistério

Esse teu mistério,
para mim,
é algo muito sério.
dia e noite
e noites e dias
é só em ti...que penso.
Nunca vi tantas qualidades
superficialmente maravilhosas,
motivam meu trabalho mental intenso.
Suponho e espero também, que teu conteúdo,
assim como tuas formas, seja soberbo e imenso.
ralleirias


tudo que sabes...

Me diga tudo que sabes
me leve até o teu mundo
E te direi o que não sabes,
entre outros mistérios profundos...

histórias que contém descobertas
que só caberão em tua mente
após tua consciência desperta
e nascido em ti, outro ente...
ralleirias



mulher serpente

Não posso dizer que a carne e fraca,
pois é forte.
Desse mal não espero a morte,
apenas amolação.

E ademais
o mundo todo, conspira contra a sorte 
e para a própria solidão.

Quero sim, me extinguir no colo...
de uma bela mulher serpente, 
que me veja como gente
e por isso me ame...
e sem constrição...
ralleirias      28/12/2012


sexta-feira, 25 de julho de 2014

Uma mudança crível...

O que é mais importante
do que pensar um novo mundo?
Fazê-lo...

E em instâncias pessoais,
isso de fato é possível...

Apesar de todos
os ataques e bloqueios
externos ou não...

A própria causalidade,
nos faz como
uma permanente
mudança
crível...
ralleirias


Agora, estão sumindo...

Por não lembrar-se 
das palavras, de repente
ele se flagra rindo...
O que houve com aquela mente,
que 'andava' sempre zunindo?
Fica contente,
porque ainda acha graça,
naquilo que por todos, seria 
considerado uma desgraça...
E só  por agora... de fato, percebe 
então porque está sorrindo...
Pois ainda sabe, que assim 
como seus problemas
e desilusões, que pareciam 
(e eram) tão graves dilemas
ele próprio e a sua mente
também de forma permanente...
Agora, estão sumindo...
ralleirias- meta teatro

Imagem: alzheimer

Improvável, como tudo na vida...

Tuas certezas,
vão chover em algum momento
regando e fazendo brotar o semear de tua ação

Isto, se tens respeito ao tempo,
aos sentimentos e a razão...

Provavelmente...
Te acompanharão também bons ventos...
Ao escolheres solo fértil e cultivares com retidão...

Contudo...
Esta colheita, não é garantida...
É ela, espera improvável,
como tudo na vida...
ralleirias Crônicas das lutas de classe


Imagem: Memory - © V A H I D • B A B A E I

Vou na chuva e ao teu lado...

Ah! se vale a pena ficar molhado
só pra andar do teu lado?
Claro... isto, ainda feito assim
nem como esforço, pode ser classificado...
Mesmo que eu tenha que ficar calado
Vou na chuva e ao teu lado...
Até o fim...
ralleirias

Imagem: dance in the rain
Vídeo e música : Jorge Ben Jor - Chove Chuva:


quinta-feira, 24 de julho de 2014

Evolução significativa das vontades.

Uma revolução também se faz...
Com uma evolução significativa das vontades.
Daquilo que a alma apraz...
Seguindo rumo à novas realidades,
com sonhos, intenções
idéias, ações
e inclusive...
heróis, vilões
e violões...
ralleirias

Este continuum...

Nas coisas realmente importantes,
como a história que está acontecendo,
tem um condão vivo, que,
semeado por nossos antepassados,
agora, brota e parte de nós....

Ele se estenderá,
também atingirá nossos descendentes.
Então, é neste consolidar prático,
e neste continuum, que a nossa maior
responsabilidade concentra-se...

Portanto, viva, veja e seja a mudança...
Esta consolidação do que queremos,
ainda à fazemos, em nossa confiança...

Cuidemos então, deste broto
em transformação que somos...

Um mundo novo,
só é possível,
e contudo...
Apesar de nós...
ralleirias


Partem todas as revoluções do mesmo lugar, no domínio de si.

Partem todas as revoluções do mesmo lugar, no domínio de si.
Surge a paz do mesmo lugar, da própria paz.
Instala-se o respeito à partir do mesmo marco, o respeito próprio.
O direito à igualdade surge da mesma forma, no respeito às diferenças.
As crenças particulares são um direito, desde que respeitadas às outras crenças
e mantidas a paz, o respeito, a igualdade e principalmente o direito à vida ...
No atual contexto, isto extrapolaria esta condição de revolução
e passaria à ser uma evolução sem precedentes.
O óbvio, transforma-se por força da estupidez, assim, no incrível.
 ralleirias - das lutas de classe


Como pulsa o mundo...

Como pulsa o mundo...
Certeza incerta.
Fechada e aberta.
Omissão e franqueza.

E, pelo meu olhar
vagabundo...
viro o mundo,
e vou assim,
tão profundo,
que nem requer
'certeza'...

Certeza?

Pulsa o mundo.
Pulsa o mundo?

No princípio
da incerteza.

No princípio,
dá incerteza?

Pulsa o mundo
Pulsa o mundo
Pulsa o mundo...

ralleirias -  meta teatro

Crédito na imagem




o domínio do não

Se entre o sim e o não
existe o talvez...
É como um muro.
Há nele um segredo
não tão obscuro...

É que em cima do muro
já é o domínio do não!

Pois uma não opção, é opção.
Beira à contradição...
Mas eis que é portanto rendição.
Ou sim... ou não?
ralleirias

Proscrito.

Mais um século
em que a vida
nos separa...
Os mundos e
nossas almas
cascateiam,
a física,
não nos explica.
Já derrotei legiões...
Por tua causa,
todas as guerras
são pífias.
Desci ao hades,
cuspi na cara 
do barqueiro
e num safanão
tomei-lhe as moedas
chutei os cães
que me receberam
tão bem...
Estás ainda,
tão perto
mas, tão distante...
Talvez
noutra volta da roda
eu te alcance.
Ou noutra
e outra...
mas, no enquanto
me parece,
que a distância assim,
só cresce...
Nesta estrada
de espaço-tempo,
que é como uma teia,
que uma celestial aranha tece...
Vou às moiras,
suborna-las com a paga
que tomei de Caronte,
para que segurem então teus horizontes,
até que eu possa chegar aí...
E possamos finalmente Amar,
o amor sublime que estava descrito
em todas as odisseias de paixão...
das quais por agora,
estou proscrito.
Mas, estamos 
no amor infinito...
ralleirias -Crônicas das mortes não morridas


terça-feira, 22 de julho de 2014

A esperança contida...

Conta o mito, que os deuses (Hefesto e Palas Atena a mando de Zeus) 
criaram a primeira mulher, Pandora, como ser absolutamente perfeito 
e assim, portadora de todas as perfeições, e à ela deram uma caixa da 
qual lhe caberia liberar todo o bem ... assim como todos os males da 
humanidade, também...
Mas... ela retém para 'sempre' consigo esta caixa .
E este empoderamento, assim cria a esperança para toda a humanidade. 
E talvez, assim este mito, nos fale essencialmente sobre o protagonismo 
fundamental das mulheres na construção de todos os nossos mundos... 
Pois toda a criação humana, qual seja, só vem ao real e se possibilitada 
antes, por um nascimento humano, pela força da mulher e por seu útero...
Então, fundamentalmente pelo amor e pelo bem do mundo, e como cura 
para todos os males humanos, como benção para o mundo 
enquanto existirem mulheres, ainda haverá esperança...
ralleirias - crônicas das lutas de classe




Solidão, talvez seja uma forma de servidão.

Solidão, talvez
seja uma forma de servidão.
Encarcerados pelas lembranças...
Amortecidos pelas esperanças...
Como nos libertar então?

Presos em um tipo especial de estado,
quem sabe, em um modelo mental..?
Onde geralmente, fomos cadeados
por um amor, que foi 'sobrenatural'...
Fomos assim, codificados.

Mas... como quase  tudo que é anormal...
À luz da razão, a dor de amor que daí, é um mal
é desvendada e então, tudo é evaporado...
Mas... a solidão, fica como legado.

A solidão, assim, não estranhamente é algo quase desejado...
É como a espera para a cura de uma ferida,
num limbo atemporal, desconexo da lógica formal
e da 'verdadeira' vida...

A solidão, não se dá no tempo do agora...
muito embora,  ela aconteça ali também,
É num lugar entre o futuro e o passado...
Envolta num emaranhado de lembranças, e além...

Ali aguardamos algo que venha nos restabelecer
E 'contudo' e 'embora'...seremos reconectados
Desejando uma espécie de renascer...
em, um novo presente, e quem sabe mais afortunado..?

Servidão à esperança, é o que presta a solidão
Crente que tudo irá reflorescer
noutro amor... 'e' novamente....
a felicidade irá nos acontecer...
e desta vez...
peremptoriamente então
irá permanecer...
ralleirias - meta teatro


segunda-feira, 21 de julho de 2014

Omissão pronunciada...

E o silêncio que transforma-se
em omissão pronunciada...
Não é palavra falada,
mas há atitude marcada!

E o eco então,
não entoaria forte
nada... ada, ada, ada...

É a sua morte,
em um grande nada
sua vontade está tomada...
A existência, apagada...
e a boca, calada...

E nada lhe sobra, nada.

Então a verdade,
não será pronunciada

Nada, absolutamente nada.

E o silêncio sagrado,
foi então profanado...

Sem que uma palavra
seja pronunciada..!

O silêncio, calado!
Sua virtude, manchada!

E nem uma palavra...
Nada..!?

ralleirias- Das lutas de classe


O que sobrou ?

O que sobrou de ti e de mim
senão uma lembrança móvel
e sombras confusas...

O que nos mantém ligados,
ainda que, como fantasmas,
um pelo outro, assustados!

Aquilo que foi o nosso mundo,
apenas será confirmado,
quando olharmos, bem fundo
num quase inventado passado...

E o passado, se esvai na mudança de cada instante
Onde se esconderão então, para salvarem-se
estas lembranças tão distantes?
ralleirias

O que é a realidade, senão uma concessão?

Chego aos teus 'ouvidos', agora...
Pelos teus olhos.
Eis que então, estou em tua mente...
Organizando memorias diferentes,
não são mentiras nem verdades ...
Talvez uma outra classe de realidade...
Compartilhada, consentida...criada em cumplicidade.

O que é a realidade, senão uma concessão?
Um pouco de ato...
Um pouco de fato...
E este, sempre em discussão.
O antes e depois são uma balança...
Onde o fiel põe a realidade... será verdade?

Seria, mais uma questão de percepção, opinião ... o que é então?
Compartilhamos nós uma decisão... além das excentricidades.

E como, me foi permitido, aqui entrar...
era, por estes instantes,
apenas o que eu queria lhe mostrar...

Se esta mensagem deve ficar?
Ou, se permanecerá tudo como antes...
A partir deste instante, a sua percepção é quem vai julgar.

Nisto, estamos ainda distantes... mas só enquanto você desejar...
Fragmento de uma poesia vazia nº 7 - ralleirias



Convence com desenvoltura...

Tudo que eu queria, era esquecer o episódio...
Mas, não contava com o meu próprio esquecimento,
para me lembrar...

Chegou à tarde, pelo correio, o embrulho...
A maldita caixa, com os 99 poemas que
o demônio me inspirou...

Desconfio agora, a razão da loucura dos meus amigos,
que ao encontrarem a caixa, escondida no forro da casa,
devem ter lido alguns... ou todos.

A data de envio é posterior à desgraça deles,
o que pode significar, que foram auxiliados por alguém...
e este alguém, provavelmente também reconheceu
o seu eminente, misterioso e oculto segredo.

Ao abri-la, empalideci imediatamente...
Até aquele momento, eu não sabia o que era,
e na caixa, não havia remetente.

Seria o próprio demônio me cobrando?
- Sucesso garantido! O vejo afirmando...

Imagino agora, como deve sentir-se,
quem faz algo, como fugir de um crime.
Quem renega um passado...
Não quero reviver, e nem
pagar este maldito legado!

Mas, em cada coisa que escrevo,
cada linha, cada sentença...
Agora me sinto marcado...
e percebo a sua presença...

É mesmo o próprio demônio
que nunca me abandonou,
e ele ainda está aqui...
Me 'soprando' palavras...
ele está do meu lado...
O maldito me enganou...

Subliminarmente, entre uma e outra, me diz:
Achas que me esqueceste..?
Mas eu, nunca te esqueci...
Jamais nos separaremos...
Oh! Pobre infeliz!

Ri-se então, finalmente o demônio,
em solta gargalhada!
Somente eu o ouço...
e já não posso fazer nada...

Me afirma: Tu és o detentor deste mal,
e expressar, estas tuas muito próprias
loucuras, é um dom que só em ti ocorreu...

Este dom, carregarás até a sepultura....
O teu problema, contigo nasceu!

Ele me convence com desenvoltura...
Pois o demônio, enfim, é como eu,
um criador de loucuras...
ralleirias (Do rabo do diabo- das maldições- fragmento)



Havia esta passagem,

Havia esta passagem,
no velho espelho com uma nova moldura...
De tantos outros já ouvira falar...
Devaneios, bobagens,
fantasias, candura...
No entanto, neste era verdade!
Ou será que não?
Eu é que agora, aderia a loucura..?
ralleirias

Imagem: cote sobre o trabalho de Dalibor Davidovic - memories

domingo, 20 de julho de 2014

seguimos à esmo...

Despertei, então novamente 
me lancei ao mar
naveguei, fui para 
águas distantes...
acreditando que 
recebera outra chance,
e foi tão longe, 
que nem nome tinha o lugar...

Havia um Sol no horizonte,
que nunca queria deitar...
E um frio, que (acho),
era mais cortante
só por eu não ter, 
nenhum lugar para voltar...

Segui adiante...
Afinal, com o quê se importar?
só havia o horizonte
e eu, o vento, o sol e o mar...

Mas o sol, cansou de mim...
não conseguiu me acompanhar
E assim desinteressado
ele voltou a deitar...

Então o frio passou... da carne,
eis que agora, era só no coração...
Dia e noite navegando
em tão vazia e imensa solidão...

E assim, a vida, como o mar, 
se fazem eternos
Pois nós, encarcerados, 
insistimos em ser os mesmos..
nas primaveras, verões, 
outonos e invernos...
Acreditamos que temos rumo, 
no entanto, seguimos à esmo...
ralleirias - fragmentos

sexta-feira, 18 de julho de 2014

O que se presume... normal.

Viver pelos sentimentos,
parece uma boa aposta...
Não propriamente todos,
o ódio e o ressentimento
não geram bons rebentos...

Mas, e a busca do amor eterno?
Ah! Isto sim é edificante.
Ainda que o amor eterno,
nem dure além dos bons momentos?

Viver pelo quê então?
Eis que o problema é o mesmo de antes...

E qual a resposta?

Sepultados pelo tempo,
todos os sentimentos bons ficarão.
Discursos coléricos
e as odes às suas lógicas,
ressentimentos, lá também estarão.
Juiz, carcereiro e carrasco, isto é o tempo...
Certo ou errado, querendo ou não, nos leva de roldão...

Viver por um propósito é fundamental...
Mas todos os propósitos
estão submetidos ainda,
ao bem e o mal.

E por mais que o mundo
seja novo... e moderno
Abaixo das estrelas,
é sempre tudo tão igual...
Que por vezes,
parece mesmo um inferno
querer o que se presume... normal.
ralleirias



preservar um mundo que estamos tomando das gerações futuras

A responsabilidade de preservar um mundo que atualmente
estamos tomando das gerações futuras cada vez é mais evidente...
Um outro modelo econômico urge, de preferência onde
não exista a especulação irresponsável do modelo vigente,
e onde a capilarização econômica tenha suas raízes na
diversidade cultural e em tecnologias sustentáveis que
preservem a natureza e proporcionem saudável igualdade
nas condições de vida ...
ralleirias

Afinal, a compreensão é um fato?

É tão evidente, que é invisível.
Bem ali... no centro de minhas tentativas,
oculta está, uma relação falsa com o mundo.

E o cerne do meu afeto, petrificou...
Abjeta-se como objeto.
Desconexão irremediável,
suspensa por lapsos momentâneos,
onde auto-referencio minha existência.
Sem referendos externos necessários...

A humanidade é um reles parâmetro
dispensável, pois molda-se à estupidez
tanto quanto ao divino...
Inerte, maldita,
causa de meu destino,
tomou-me o tino...
e agora é por mim proscrita...

Padeço, mas não por ressentimento...
Esqueço, de onde veio este momento?
Cresço... pelas paredes do abismo
refutando então os sofismos desses mundos sem fim...

E em cada acidentada saliência,
me apoio para esta emergência...
Ao alto! Acima, avante..enfim!

Conquisto à partir da cratera
agora, vou ao céu...
Então... percebo logo o engano...
Afinal, também sou humano!
E nem todo humano é besta fera...

Agora me parece fato...
Minha compreensão da humanidade
pode ser fruto de minha mediocridade...
E mais uma vez, este 'eu'...
e tudo o que ele já compreendeu
se desintegra em um só ato.

Compreensão é reconhecimento
e presa está à outro momento...

Compreensão é mera formalidade...
Volto para invisibilidade...
ralleirias


do compreendimento...

Meu parco entendimento,
toma assento...
Pra escutar, como se quisesse
capturar sabedorias.
Quase na estória adentro,
por pareidolia ou sintonia
ao sentimento...
Minhas palavras
também assim vão,
não contém só
meu conhecimento,
momento após momento.
vão hidratadas de
sentimentos compartilhados,
Mas, o que vem antes
de desferi-las, seja pelo braço
ou pela boca, me encanta
constato que nossas mentes,
comumente, residem
num mesmo espaço,
aonde compreensão
é um ato,
e constrói o fato,
o lógico, o trágico
e o mágico.
E de fato ao fado chega...
Não há bem, nem há mal...
Pro bom ou mau buscador,
não há prazer nem dor,
sem a autorização,
não da palavra,
mas do compreendimento
e sempre é do amor ...
ralleirias- meta teatro



quinta-feira, 17 de julho de 2014

Te encontro ainda em miragens...

Te encontro ainda em miragens, e nos sonhos...
com todas as qualidades.
Aquelas... as quais eu acreditava
que possuíamos (e mesmo que subjetivas),
quando ainda nos amávamos.

E tu, intacta, linda...
Como uma joia natural encontrada
Como a perfeição mais completa...
Como uma promessa realizada
Volúpia sagrada e indiscreta.

Minha vontade, fabrica miragens...
Eu vagueio num limbo feito um pateta
me perco em fictícias passagens
entre o presente e o passado
onde, nosso amor verdadeiro
nunca, nunca foi encontrado...
ralleirias


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Todos temos o direito de desejar...

Todos temos o direito de desejar
pretender é sonhar...
E justamente este, pode ser nosso maior castigo
Pois não há céu sem inferno...
Então, qual é das tuas certezas, ou melhor,
desejos, é que te mantém em equilíbrio?
ralleirias

Queria que fosse simples.

Queria que fosse simples.
Que bastasse querermos e pronto!
Que deixássemos as diferenças...
Não importa, o mundo gira tanto
acho que por isto, somos seres tão tontos...
pois parece que preferimos o pranto
e todos os outros motivos
e principalmente estas nossas crenças...
Esquecemos que o mais importante é o amor?
E porque preferimos cultivar então, o medo e a dor?
ralleirias


Imagem: James Pradier (1790 - 1852) Bacante y satiro. 1830

Na 'intenção do coração' e também nas mãos de quem colhe.

Eu tive uma avó, que sabia bastante sobre chás, ervas,
e sobre ciclos naturais, lunares e também sobre benzeduras e curas...
Ela me disse uma vez, que quando se faz um chá ou usa-se um
tempero (ervas) ou mesmo colhe-se frutas e saladas, deve-se
'pedir à elas', algo como uma licença para colhe-las, e deve-se
também avisa-las, para 'o quê' serão usadas (cura ou alimentação...)
Esta comunicação não precisa ser verbalizada, mas deve estar
na 'intenção do coração' e também nas mãos de quem colhe.
ralleirias


O medo não é o nosso maior problema...

O medo, não é o nosso maior problema...
Se equilibrado, ele salva e também nos impele para mudanças...
Mas há um monstro, bipolar e perigoso, que crê cegamente
e pensa que se chama legitimamente 'Razão'...
Especialmente quando se apresenta embriagado de certezas....
no entanto, ele nem chega a deter algum conhecimento
e sim apenas 'entendimentos'.
Distorce a verdade e cria realidades alternativas
onde como uma besta ele impera ...
Dizimando impiedosamente todas as outras perspectivas,
lógicas e discernimentos...
Toma nossas vidas como o seu alimento
E não se reconhece como fera...
ralleirias



terça-feira, 15 de julho de 2014

Todos fazem quorum para algum dos lados...

Como se classifica o terrorismo praticado por um estado?
Agora à quem o estado realmente serve?
'Quem' é o estado, e quem é o governo?
As respostas não estão mais nas enciclopédias.
Entre o sim e o não, quem admite um posicionamento
pela indiferença dá para algum destes, algumas permissões.
Há situações onde não existe 'em cima' do muro.
A limpeza étnica e social é o cerne do fascismo, sofismo e
paralogias sofisticadas não vão isentá-los da participação
como apoiadores do golpe em curso, nem da barbárie que isto
representa. Um mundo construído sobre o poder e a violência
necessita de concessões por constrangimento ou silêncio.
Provavelmente o seu, também deu a base necessária para isto,
colaborativo, foi confirmado pela aceitação na sua omissão.
Assim como também os assassinatos a crueldade e a humilhação
que decorrerem daí.
Não importa qual o status do governo ou mesmo o
nome da nação, se você gosta ou não.
Todos fazem quorum para algum dos lados...
Qual é o seu? Nenhum? Esta opção é inexistente.
ralleirias (das lutas de classe)
ralleirias

Minhas dimensões preferidas?

Minhas dimensões preferidas?
Estão reveladas fora da obviedade.
Acontecem apesar do observado instante...
Entrelaçadas no antes e no pós
de uma múltipla proto realidade.

Minhas dimensões preferidas
costumam causar tontura...
Dissolvem as suposições da verdade
transcendendo, mesmo a crença na loucura.

Minhas dimensões preferidas, enfim
estão, não estão, nem estão, nem não estão...
Tudo depende de mim...
Tanto, quanto um suposto eu, que emaranhado
em todas as possíveis lógicas, também comporta-se assim.

Então, todo o multiverso não resiste.
E ainda bem, que o 'definitivamente' não existe...
Minhas dimensões preferidas?
ralleirias
Imagem: SUNTRIBE

Meu melhor é o silêncio.

Meu melhor é o silêncio.

A quietude da qual participo, ativamente,
como não ausência
e para qual, me entrego inteiramente...

Então,   neste     aparentemente
pequeno         espaço         tempo,
eu,    que daí,    sou muito   além  de   mim,
toco   o     infinito    e    o     eterno. 
Sou... sem início... sou... sem fim.

Assim, não posso estar no teu lado,
mas, saiba que estou contigo...

E para a vida,
que nos apresenta o inevitável,
devolvo o impossível,
dissolvido pelo que ele é antes:
Apenas resolução ponderável...

E o possível,
torna-se assim
ajustável...

ralleirias -meta teatro

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Cada coisa é mais que uma mensagem...

Cada coisa é mais que uma mensagem...
O tempo e uso, diluem esta percepção
Foram elas, carregadas de tantas miragens,
Mas, ao cabo, restamos encarcerados
em apenas, uma única compreensão?

O que impõe este limite?
Definir o que é real de fato...é a incerteza
Como nos reduzimos tanto assim?
Passos largos, ao encontro destas certezas...
Fugindo de todas as outras possibilidades... e fim?

Conheço o desejo...
Porém, já estabelecido está,
Implícito ele é, em tudo o que vejo...
E mesmo que assim, nada ficará!

Inverso,
é o que parece
o próprio universo.
ralleirias


Diário de um suicida (pouco resoluto) II

E seu eu conhecer alguém que seja diferente dela?
Mais viva, mais lúcida, mais bela..!
Alguém que me faça um convite melhor...
Sem a ver com terraços, pontes, venenos ou algo pior?
E esse tédio de suas soluções baratas...
Tudo o que ela me propõe é o que parte dela... e mata.
ralleirias

Escuta...

Escuta este som, 'lá' no fundo da tua audição...
Consegue perceber este incessante zumbido?
Deriva ele, do teu coração, e é mais do que o
sangue zunindo, nas veias dos teus ouvidos...
É o som da vida, que migra.
Geração após geração...
Força extraordinária, que te liga
ao princípio de toda a criação...
E seja qual for, agora, a tua identidade
Ela ainda emana, 'lá' da antiga e mesma singularidade...
ralleirias