sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Somos e estamos em transitoriedades...

As palavras e os conceitos, gostam de lugares confortáveis,
os quais, acham que conhecem...  e que lhes cabem...
As pessoas idem... mas, parece que não sabem..!

É como se certezas, realmente fossem...
Pois estão bem entrelaçadas,
com conhecimentos complexos,
mas, na verdade, desconexos
e limitados e temporários...
Assim, somos constantemente doutrinados,
então, talvez possamos até ser ingênuos,
mas, não é que sejamos otários...

Distraídos estamos, num casulo que às certezas tecem,
mas, da realidade nos desconformamos, e nos readaptamos
enquanto uma metamorfose acontece...

É que ocorre este descobrimento, num determinado tempo,
que estes lugares, quase sempre, são como invenções de um momento.
Então, assim como quando as palavras se reciclam, e dai se decidem,
mudam e migram em seus sentidos, e parece que as pessoas, idem...
São reconfigurações em provimento...

O sentido das palavras, deste jeito, vai e vem...
As razões que comportam as identidades
das pessoas, e dos mundos, também...
Somos e estamos em transitoriedades...

E assim, ainda que este colapso de algumas realidades
possa às vezes ser traumático, ele é também libertador.
Uma identidade de palavra ou de pessoa não é imutável,
ao contrário, por natureza, é maleável...
E ainda bem... pois isto evita muita dor...

Acontece, que nas palavras,
a significância é sempre atribuída...
Pois estas, antes foram ensinadas e daí aprendidas,
e só então, depois de apropriadas, é que são proferidas...
E eis que suas palavras,
também são como um mapa,
destas cercas que limitam sua vida.
Mas, ao acontecerem as mudanças, dali se escapa...

As identidades, da mesma forma,
compõem-se de um semelhante mosaico,
que está em montagem, num determinado tempo e lugar ...
Nele, os preconceitos como norma, carregados,
pelos pensamentos e pela razão, direcionados,
estão também bastante amarrados...
Como será que é possível à isto, alterar?

Então, é assim que o tempo e o espaço (o lugar)
transitando pelo 'sempre' podem nos ajudar...
Pois contudo, e como tudo, eles 'sempre' passam...
E ainda bem, que como nós, nunca se cansam de mudar.
ralleirias



quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Sempre que o tempo se mostra

Sempre que o tempo se mostra, ele mente.
O tempo não passa, não segue ou acontece...
Nosso tempo, só parte de dentro da gente.
ralleirias



Eu tenho um relógio que segura o tempo.

Eu tenho um relógio que segura o tempo.
Não se atrasa, ou atrasa as pessoas,
pois isto seria uma normalidade...
Ele segura as convicções sobre uma realidade.
E desacelera, mesmo os pensamentos, e
ainda, dobra o momento, em mais uma metade.

Não fosse meu, não acreditaria...
Diria que é loucura e fantasia...
Mas sendo eu o possuidor,
acho que trata-se, até de feitiçaria...
Pois ele estende desde a dor,
ao prazer e até ao amor...

Como é possível atrasar o tempo?
É uma loucura que dá em cada momento?
Um devaneio desta imensidão que ele é ?
Veja bem, é um relógio que atrasa todo o tempo!
Isto não é um mecanismo qualquer....

Pensando bem,
o tempo é só o que tenho,
e nada mais além...
E é mesmo o que sou,
é pra onde vou
e de onde venho...

Vejo agora, que meu relógio não atrasa o tempo...
ele o multiplica.... e no que isto implica?
Mais tempo, é como mais riqueza para mim...
E não é que assim, tudo se explica!
Pois eu, sou os meus pensamentos,
e sou eu quem alonga estes momentos...
Simples assim..!
ralleirias


Tão alegre, depois, tão solene...

Tão alegre, depois, tão solene...
Que pena que é pouco perene...
Que pena, que tem tanto pranto,
e que parece, que tem pouco canto,
e que sempre poderia ter mais alegria...
Parece que surge, com uma aurora de promessas
mas, que acabam-se com ela, sem demora, ao final do dia...
Quem sabe poderia ser diferente?  Talvez não.
A vida é o tempo, que é como a gente...
E quem rebenta esta corrente?
ralleirias

Imagem: My choice or the highway

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Que bardo estranho...

Que bardo estranho...
Do que o mundo, 
ele é maior em tamanho
e múltiplo, e diferente 
e crescente...
Os desejos se confundem 
com os medos,
obscenidades e 
confissões de segredos.
Não se revela clara, 
a nossa mente...
Mas, não é tal 
qual acontece
quando estamos 
acordados,
'normalmente'?
ralleirias  - das asceses místicas 



ImagemRicardo Siri Liniers

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Quando a luz te toca, encerra-se uma viagem que foi outrora infinita.

Quando a luz te toca, encerra-se uma viagem que foi outrora infinita,
e neste instante, então o tempo é premiado com uma solene eternidade...

Não importa que teu corpo sucumba, dada a sorte,
às guerras, ao amor e mesmo a (suposta) e temida morte...

Pois eis que morrerá aí, apenas uma de tuas múltiplas identidades.

A luz se faz em vida, agora perpétua,
nas muitas dimensões dos teus sonhos,
e neles, lutar com todas as trevas é pífio,
é inglório e é mesmo desnecessária contenda...
Mas acontecerá assim, até que tu entendas,
que nada mudou pra ti...

E enfim, saberás que como a luz, estivestes sempre
como projeção de possibilidades e latências, e sempre
em todo o lugar, mas que não o sabias,
até na luz te encontrar...

E apenas perceberás, que como a luz, também sempre emanarás...
Num então... 'daqui'.
ralleirias


No meu mergulho preferido...

No mergulho preferido,
o abismo se torna céu.
E não salto, alço voo...

Tomo a queda, por
força de subida...
E daí,  entendo o nada,
como autogerador
de súbito evento,
aonde ocorre o todo
do movimento
da vida....

No meu mergulho preferido
não procuro saída...
Pois é sempre um agora,
e o agora, é só o instante
aonde estão as passagens e fronteiras
e onde, nada nunca foi como antes,
porque o antes, é o agora, e doravante...
E enquanto o quando é o instante...

E assim, em meio a um lúcido delírio
em que todos os mundos, seriam
esquecidos, faço o inverso...
Com força de uma verdade
por vontade, gero um verso,
aonde cocrio a realidade,
para recompor enfim,
um novo verso, universo!

Então, em
um agora
eu flutuo,
no espaço onde
o futuro nem será.
e passado não
acontecerá ...
E, eis que não há
menos ou  mais
do que nem quero...
No meu mergulho
preferido
é o que espero...
ralleirias -meta teatro



sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Onde está o blues?

E aonde está o Blues? 
como alguém, com e por instrumento?
 De uma linhagem ou cultura dum momento... 
 numa carga de pura dor... pura!
Ele brota em triste lamento...
 Blues, vem do amor em ressentimento?
 ou vem o blues, de juntar isso tudo, e emerge
 mesmo sem consentimento dor e amor em morte... 
falta de sorte.. tudo num só conteúdo. 
e de onde veio o seu blues, 
se o seu coração não está ainda mudo?

 ralleirias -aonde está o Blues

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Onde está o blues?
Na memória de um 'alguém'...
 ou... no passado? Talvez...
Ou quem sabe,
resida nos sentimentos...
Estes, insistentes,
guardados, latentes...
Até que um catalizador
faça ele brotar...
E quem sabe,
está presente,
no medo ou na dor,
de não poder
nunca mais amar
como amou
novamente...
ralleirias (onde está o blues)

Sam Chatmon 

- Who's Gonna Love You Tonight?

Me diga... 
Quem é que vai te levar para casa esta noite
Pegar na tua mão e te abraçar
Quem vai ser o único a dizer que tu tá certa
E te prometer o paraíso...
Quem vai te levar para casa esta noite?
Transformar esta escuridão em luz.
E enxugar as lágrimas que tu tenta esconder...
Quem vai te amar hoje à noite?(de verdade...)

terça-feira, 18 de novembro de 2014

problema neste esquema

Qual o meu problema
neste esquema, entre,
o nunca e o sempre,
o também e o talvez
e o nada e o todo?
Todos eles, tem cara de engodo...
ralleirias

antes, durante e depois

Uma ínfima brecha no tempo...
Mas, pela qual se vê a eternidade.
Fora do próprio turbilhão
de toda a continuidade...
O silêncio, está presente
antes, durante e depois
de absolutamente todas
as possibilidades...
ralleirias


sorrateiramente escondido

Na velha agenda, sorrateiramente escondidos
entre as páginas, também haviam demônios. 
Presos estavam nas letras daquelas palavras.
Então, cada vez que alguém às lia, elas insistiam 
em falar-lhes de um tempo já morto, de onde os 
fantasmas de seus antigos medos, ainda lhe assombravam...
Eles assim, intentavam romper o 'quando'...
e adentrar  no agora.
Queriam desta forma, libertar aquele demônio,
para que ele devorasse as suas esperanças,
antes que estas pudessem propelir novos e
bons pensamentos...
Nos fragmentos de anotações da velha agenda
 o fascismo, o preconceito e o ódio de classes
ainda eram ovos sendo chocados numa remota
época de ignorância mas aonde a desinformação
já era utilizada como estratégia para moldar as 
vontades...
ralleirias - (Crônicas das lutas de classe)



Sua cidadania serve à quem?

Apenas a democracia e a discussão permanente de política
sem lastro de ódio e sem intensões ocultas, é que podem nos
conduzir para um mundo melhor...
Ingenuidade e preguiça são outorgas para fascistas...
Investigue, estude e sempre pense bem,
sobre às razões que conduzem sua
opinião e posicionamento político...
Sua cidadania serve à quem?
ralleirias -das lutas de classe


paradoxo bendito

Há um paradoxo bendito na nossa diversidade, ela é o que nos torna únicos!
ralleirias

Imagem: Sustentator

No espaço que abriga a forma, no silêncio que acolhe o som...

No espaço que abriga a forma...
E no silêncio que acolhe o som...
Seus sentimentos pulsam também
além da sua mente, em seu coração?

Aonde acontece esta sua essência?
Pra que lado anda o seu tempo...
Seu mundo requer paciência?
Sua entidade é um desafio ao relento...

Haverá um 'em cima' ou embaixo
e mesmo um lado,
nestes seus pensamentos?
O dentro e fora, fica fácil de saber
mas, apenas quando se trata dum substrato
do que julgamos este reconhecer...

A compreensão da realidade se faz como um eco...
Todos estas instâncias, as quais frequentamos
são os sonhos de alguém que sonha conosco
um moribundo mundo, o qual solidariamente amamos...

Mas, que morre sempre, e que também acaba de nascer...

Eis que apenas o silêncio como nosso espaço
insiste em permanecer...
ralleirias -Meta teatro


A invenção...

A invenção, começa o processo de criação
de novos mundos, exatamente na fronteira
do impossível...

O desejo, transforma-se numa possessão
da alma de uma certeza, ainda muito rasa,
mas que cresce e empurra a realidade
um pouco mais à frente...

Contorcem, balançam, e rompem esta realidade...
O impossível, dissolve-se e agora é objeto tangível,
é fato exequível, é razão em marcha...

No entanto, este novo front, ainda flertará
por algum tempo, com a dúvida,
e mesmo, com a loucura...

ralleirias - meta teatro


ImagemRob Gonsalves

tudo que cerca ela

Parece que tudo que cerca ela, é tão volátil,
seus problemas, desejos e sonhos...
Tudo, menos a sua beleza...
Ela é tão linda de todas as maneiras
em que migra, que assim, aparentemente
transcende mesmo às formas
como se possuidora fosse de uma
espécie de perdurante encantamento...
O que há de errado com esta mulher?
Nada, o único erro, ao meu entender
é eu não estar o tempo todo com ela...
ralleirias - meta teatro (fragmento)


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

cada defeito perfeito...

E tanta coisa havia feito...
Tudo com cada defeito perfeito...
Assim, nada valia o todo...
E daí então, nada era defeito...
Perfeito!
ralleirias

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Os próximos

A desgraça dos desempoderados, não os faz transparentes...
Mas, há um sistema de castas, intencionado e imposto por algumas
pretensas elites, que transforma estes seres em entidades invisíveis.
São mesmo excluídos, até da paisagem, pela obtusidade induzida
de todos os demais.
E estes, que estão cegos, tem uma cegueira treinada e seletiva
para não enxergar às realidades não convenientes à manutenção
do bem estar dos grupos que detêm o poder.
Há este permanente treinamento de insensibilidades sociais.
Opiniões moldadas, razões estruturadas com os interesses dos mestres...

No entanto, mesmo estes 'não tão' inocentes e úteis cervos cegos,
também terão seus dias, como surreal e invisível paisagem à cumprir...

Deixarão seu pressuposto lugar como tijolo, neste muro que cerca e
que blinda o sistema, com suas servilidades de silêncio, apoio e cegueira...

Surpreendidos, perceberão finalmente a quebra de suas expectativas
ingenuamente meritocráticas, pois então, lhes será revelada a verdade...

Não são eles, como o cutelos de imolação, na verdade,
também estão num curral, e serão eles os próximos bezerros de sacrifício...
ralleirias


Imagem: Vida e obra de Terêncio Horto - do cartunista André Dhamer.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Além do pensamento, encontramos o momento...

É só vontade...
O deslocamento no tempo espaço
não tem novidade....
Além do pensamento, encontramos o momento...
Então, brincando com isto, criamos a realidade...
ralleirias
Imagem: Artwork: Case.

Quando 'há' nenhum tempo, isto também é eternidade...

Acaso, é o que é o tempo...
Como nuvens que são formas
de vapor que é quase um nada...
Mas carregam potencial de vida
prometida na água evaporada...
Saem do mesmo lugar em que
quando 'há' nenhum tempo,
estabelecido assim fica, que
isto também é eternidade...
ralleirias

Imagem : Livescience

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Antes do que conheceríamos como o nascer

(...) Sem surpresa, dei- me por conta, daquela sua aparência de fauno,
como nas imagens mitológicas, e ele, devia ter uns três metros de altura...
Pensei por um instante, que isto fosse algo como uma alucinação ou sonho,
pois eu notei que não sabia como havia chegado ali.
Caminhávamos lado à lado, eu e esta figura, a qual muitos imaginam,
como a figura do próprio diabo, e, não me parecia o caso, tratava-se de
um ser de natureza tranquila, sábia e bem humorada.
Conversávamos animadamente, como bons e velhos amigos.

Falava-me, o porquê e qual a necessidade de agora eu cumprir alguns
papeis fora dos eventos de meus próprios universos, e que assim,
naquelas inesperadas situações, grandes complicações poderiam ser evitadas...
Garantiu que, contudo, nada mudaria nas minhas possíveis trajetórias.

Então, explicava-me que antes daquilo que conheceríamos como o nosso
nascer, 'algo' aproximado ao que designaríamos como uma permanente entidade,
incitou uma proposição:
Pausada uma ínfima parte da eternidade, sucederiam-se assim, alguns
proto-eventos, e ainda que causais e fugazes, seriam muito importantes.
Isto me pareceu um tanto confuso, mas, entendi o suficiente, para que ele
como se, telepaticamente notasse e assim prosseguisse a explicação...
Dizia-me que entre algumas coisas acordadas, estavam estas setenta e duas
instâncias, que não poderiam deixar de se desenrolarem da forma como ele às
apresentaria.

E estas 'coisas-instâncias' de condão humano, estavam todas ligadas
há alguns entes nascidos entre a humanidade atual, e seria essencial que
um novo ser, agora, ocupasse este lugar, o qual daria sustentação com seus
desencadeamentos lógicos, para uma importante mudança necessária,
em um dos rumos da história da humanidade...

Então poderiam vir à ser, assim, desta forma:

Uma instância, seria como filho de uma mãe dedicada;
Outra, como um filho de um pai sábio e amigo;
Mais uma, para cada irmão ou irmã;
Outras quatro como neto querido;
Outra, como um grande amigo de infância de uma linda e meiga menininha,
que não chegaria a idade adulta;
Outra como amigo infantil 'preferido', de uma senhora solitária e de alma
muito jovem, e que já estava de partida;
Mais duas, como amigo leal e sempre presente de dois bons amigos que
viriam a se odiar...
Outras, como o amor marcante para duas mulheres muito especiais;
Outra, como um pai de um garoto, que carregava uma alma muito antiga,
e também que viria  a ser um dia uma entidade muito sábia;
Outra, como referencia de bondade, para um ente de alma muito má e perversa;
Também uma outra como um mau exemplo;
Outra, como um eventual demônio irado;
Outra, como louco;
E também, como um sábio insuspeito;
Outras tantas como alguém que ensinaria e aprenderia coisas muito relevantes,
às quais fariam legados úteis à humanidade;
E também, mais algumas,  inspirando pessoas bastante especiais, e que tanto
já haviam realizado pelo desenvolvimento de outras potencialidades sobre
estas dimensões do desenvolvimento do que chamamos lógica e filosofia.

Haveriam de serem cumpridas também, algumas instâncias não objetivamente
de elo humano, estas, mesclariam-se entrelaçadamente, também conforme
aquele acordo, e em todas estas situações anteriores, e espalhariam-se de
tal forma, que seria praticamente impossível distingui-las à partir dali,
como alheias à própria história desta nova humanidade...

E eis que neste novo 'então' surgido, estas instâncias não existiriam da mesma
forma que são.
Seriam revolucionadas para que só houvessem enquanto existisse humanidade
e mesmo que, de certa forma, pudessem ter continuidade por algum tempo, e
mesmo sem os entes humanos...
Até agora, conhecemos estes desdobramentos, como, o ódio, o amor, o  fascínio,
a fúria, a vontade, a certeza, a vaidade, a beleza,  e tantas outras coisas que
marcam o mundo... Infinitas nas nossas  finitudes...
Guardadas como informação flutuante, migravam de um ente para outro
independentemente das suas compreensões, percepções  e vontades.

Outro veículo essencial de manifestação do devir, para estas instâncias,
conforme o mesmo acordo, seria algo como um espírito, este que jaz guardado
dentro de cada som, e que muta constantemente nas palavras, transformando
os seus significados nas mentes que às guardam e às contêm, criando assim,
novos avanços na realidade e mesmo resgatando para novos paradigmas do agora,
e também, mesmo alguns mundos, muito mais velhos e multidimensionais.
Segredos, guardados bem à vista de todos, que combinados adequadamente
por aqueles seres já acostumados e preparados, criam desta forma novos universos.
ralleirias - fragmento




Nem que seja a última ...

Se depois de algum tempo, pudéssemos olhar para
o que chamamos de passado,  e notar como foram
nossas reações diante das dificuldades vividas e seus
desdobramentos, e às consequências de nossas escolhas
diante da causalidade... Perceberíamos, quem sabe, que
aquilo que foi difícil, e o que foi trabalhoso, assim
como as mágoas e os pesares, não apenas se equivaleram,
mas eram uma mesma medida, tiveram como necessidades,
uma utilização dos mesmos tempos, ocuparam os mesmos lugares
nos caminhos do pensamento, requereram quase a mesma dedicação
da vontade e a mesma entrega de nossa razão...

E fizeram-se em nós, na mesma rendição demandada
que quaisquer outros pensamentos e sentimentos nos
exigem...

Contudo, diferentemente da felicidade, da tranquilidade,
e equanimidade, eles de fato foderam a nossa paciência,
e amargam nossas vidas... mesmo que tenhamos colhido
dali, algumas lições...

Então, pelo menos enquanto sua cabeça estiver ainda grudada
no seu pescoço, tenha a coragem de enfrentar suas próprias lendas
sobre vitimização, tente viver sem dramas desnecessários,
e levante-se sempre mais uma vez, e, nem que seja a última ...
ralleirias


sexta-feira, 7 de novembro de 2014

autorização...

Fragmente seu mundo
em sua imaginação...
Notará ao examinar
cada diminuto
pedacinho dele
que lá,
há uma, (e é sua)
autorização...
ralleirias

Crédito na imagem - fonte da imagem: Disturbance

Há um fluxo, perceba-o...

Há um fluxo, perceba-o...
Nesta percepção, acontece o instante 
em que a consciência 'é'.
Um intervalo, portanto, acontece
exatamente no desdobramento 
de cada momento, e
é como um novo agora...
Seu momento linear 
em suas direções e sentidos
preserva-se nas histórias, 
que conta a sua mente
para o seu próprio e interno 
eterno 'ouvido'...
O impulso desta sua força
propele e impede 
que a sua desejada
realidade se contorça...
Neste turbilhão de instâncias 
pulsa também o seu tempo.
O rastro de existências, 
marcadas, não pelo que foram,
mas, pelo que ainda hão de ser, 
existe só agora.
É só nesta quase eterna hora
aonde nos resta permitir-nos 
esta essência em sentir e ser...
ralleirias- meta teatro


O pouco que sabemos,

O pouco que sabemos,
é menos sobre uma verdade,
e é mais sobre o que queremos.

Cada uma de nossas conjecturas
fala-nos antes de tudo, dos nossos sonhos
do que sobre às realidades puras...

Tão breves somos em nossas existências,
e claro, configuramos mundos sim, mas sem resiliências...

Nossas identidades, voláteis, não táteis, e um tanto confusas
desvanecerão nas mentes, destes nossos queridos entes, que nos
presenciaram, assim como eles próprios, de uma forma bastante difusa.
ralleirias(fragmento)



ImagemDreamy Black and White by Silvia Grav

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Felicidade de açúcar...

Felicidade muy doce... de açúcar.
Alegrias meramente idílicas
em mentes, sempre etílicas...
Razões parvas, resoluções ingênuas.
Senso emprestado em opiniões rasas.
O desejo de um lugar comum,
numa estória fugazmente meritocrática.
Pulsão vital raquítica, evolução apática... 
Só isto já basta,
para um vir à ser
do estrume da
história dum nada.
ralleirias - das lutas de classe


terça-feira, 4 de novembro de 2014

Ilusão?

Ilusão?
Talvez seja a rebeldia da percepção, contudo, enganada...
ralleirias

Crédito na imagem :  Obra de João Carvalho

incorruptível silêncio...

Frente à mutabilidade,
somente o 'nada' toca ao que é o permanente.
E assim, nada há lá, além dum eterno e incorruptível silêncio.
ralleirias

Essencial silêncio e a sua inevitável consorte...

O que há no mundo, de mais verdadeiro,
além do essencial silêncio
e a sua inevitável consorte?
Que sorte! Mas, que sorte?
Quem sabe é tudo, um grande devaneio..?

Se não é que, todo o resto é mesmo engano,
e não importa assim, esta sorte, pueril e fugaz,
dum caminho errante, que sempre e sempre se desfaz..!

Então, numa de nossas andanças,
para a rota inevitável, encontraremos assim
ainda que movidos pelas esperanças,
da nossa derradeira jornada, o fim ..!

Pois certo será nosso encontro,
e nos esperam eles, pétreos e calados.
Firmes, constantes e imutáveis, estão assim lado à lado...

Importa que seja, ao leste, oeste, ao sul ou norte..?
É este nosso destino, irremediável tão certo..!
Nos aguardam, com os braços abertos,
são eternos e solenes...
O silencio e a morte.
E tão perenes, tão perenes..!
ralleirias

colateralidades

Às vezes, criador e criatura,
estão, apesar de tudo,
involuntariamente entrelaçados.
E pois, não é que das colateralidades
são as insurgências avessas às vontades
o que há de mais engraçado..?
ralleirias

O desenho unindo Gonzo e Hunter S. Thompson - é do Genial Ricardo Siri Liniers...


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

razão sobre às necessidades

... Acho que união, representa antes de tudo, uma forma de equalizar
a razão sobre às necessidades, parte quem sabe, de um reconhecimento
de igualdades nas carências, e de uma certa noção de identidade coletiva...
Surge assim, a comunhão de vontades, e somente então, carreada  será a
força, e esta, pretensiosamente vencedora ...
Contudo, é da individualidade com todas as suas singularidades e
 identificação das fragilidades próprias, que esta força ainda emanará...  
Pois é assim justamente, que se dão os ataques que distorcem as vontades
 das intenções coletivas....
Quais arautos, quais sinais escolhemos, como os construtores e
balizadores, não apenas de nossos temores, desejos e destinos,
mas sobretudo, de nossas razões?
Quem impõe estes caminhos e batalhas de fato?
Quem vem colhendo nossos frutos e o nosso trabalho,
como  coletividade, nestes últimos 500 anos?
ralleirias