terça-feira, 29 de outubro de 2013

este nosso circular...

E tão certos estamos,
de que vamos à algum lugar...
E bem na verdade, acertamos...
à lugar algum nós vamos...
no entanto, é tão divertido,
este nosso circular...
ralleirias


O incrível não é o impossível.

Uma vez ouvi, que não importa o quão ruim possa estar,
sempre dá pra piorar...
Mas eu descobri, que contrário também é verdade...
Sempre dá pra piorar...
não importa o quão ruim possa estar...
Não, nada disso...
Depois que se chega no fundo do poço,
a única saída é para fora dele.
E daí, também é sempre possível,
ficar cada vez melhor...
mesmo que, quando no fundo do poço
isso nos pareça incrível...
O incrível não é o impossível.
ralleirias



A ingenuidade das minhas certezas...

Eu prezo muito a ingenuidade das minhas certezas.
Muito embora, não acredite totalmente nela.

Assim como não acredito
em 'almas virgens'
e em almas,
e em virgens...

Afinal, a vida corrói e corrompe
de uma forma tão prazerosa...

Toda dúvida, deveria ser, portanto,
uma instância 'asquerosa'?

Só é ímpar, esta estranheza do fato,
de quanto isto me seduz...

Talvez, porque nesse jogo de conquistas,
entre dúvidas e certezas,
e entre as trevas e a luz...

Quem sabe, estas duas, de alguma forma,
são a mesma?

Pois, eis que, uma à outra produz...
ralleirias




vozes polifônicas...

De tantos escritos, em vozes polifônicas...
Quem sabe reunidos, dariam um bom único livro...
Talvez componham eles, uma espécie de sinfônica,
ou um coro, que falam sim, um pouco e além de mim...
E mesmo que nem façam sentido...
Mas no entanto, não é um 'eu' que está ali...
talvez um nós, e eles, e tantos outros...reunidos
que fomos, que fui, e que já esqueci...
Estamos todos ali, no que escrevi...
E estávamos todos lá, no que li...
Todos os meus, os nossos papéis...
Todas as minhas, as nossas personas...
Todas as interferências...
Nossas compreensões e discernimentos,
após nossas insônias e isolamentos,
dentro de nossas razões circulantes, em labirintos de pensamentos...
Todos, tudo, um nós um eu... no que falamos, ou quando mudos...
Esses escritos todos, que são nossas sombras e escudos...
Ficarão então, como sinal luminoso, após este eu, e esse nós...
Amálgama do que o mundo produz...
No intento de não sermos sós.
ralleirias



um observador residente em mim...

Não, não faço mais questão de estar certo.

A vida já me deu muitas certezas, e todas provaram-se transitórias...

E não, não faço mais também, questão de vencer...

A vida já me deu muitas vitórias, e não foi isso que me fez crescer...

Mesmo quando derrotado, não me senti vencido...

Mesmo quando desprezado, eu não me senti esquecido...

E cada mergulho, no fosso mais profundo, confesso que achei divertido...

Talvez, eu seja louco, ou estúpido, mas não, não me sinto assim...

E atualmente, não me preocupo mais, com princípio, meio ou fim...

Apenas, sinto-me seguro, e sei que sou eu quem faz, o que chamam de futuro...

Seja dor ou prazer, tudo me interessa, degusto-os atentamente...

Realmente, não me aflige nenhuma pressa, 
e coisa nenhuma desautorizada
entra agora e permanece em minha mente, não...
sem essa....
Mas enfim, isso também não me estressa.

E quando olho pros meus medos, às vezes me divirto...

São eles, parte importante de mim,
e não sei bem para o que servem,
mas, certamente, todos têm um propósito,
até que cheguem ao fim...

Agredido, eu dei a outra face,
e não fez nenhum sentido...
Mas também, nem fiquei derrotado ou irado,
ou mesmo ressentido.

Não odiei os que se diziam e acreditavam-se
meus inimigos,
mesmo, quando por isso perdi...

E fiquei de certa forma agradecido, 
quando eu os venci...

E como não? Eis que, nem tão surpreendentemente,
eles integram parte do que sou...

E agora, sou eu, a minha história?

Percebo que eu mesmo, nunca estive por aqui...

Foi sempre apenas parte de mim, apenas como...
os papeis que eu vivi.

Como se apegar a isso?
Bastaria, quem sabe, referendar-me nos tantos olhares
que me assistiam, e que nem mais existem?

Referenciais tão pobres e tão tristes...

Porém, talvez haja um eu que existe,

nas coisas que me fazem feliz...ou triste.

E por isso, eu deixo que sejam ainda às mesmas de sempre...

Deixo, que minha humanidade persiga todas as suas vontades,
e sobretudo, todas as suas aspirações de amor, isto sim...

E tento, fazer a vida valer como arte...
...como se a humanidade, a minha,
fosse um observador residente em mim...
ralleirias (Das mortes não morridas)



A verdade é móvel...

E mesmo as resposta, condicionam-se às perguntas...
A palavra, também encarcera a razão em modelos mentais
prontos e estreitos.
Independente da etimologia, o pensar deve transpassar o sentido
destas palavras já acabadas, desprezar o que sempre foi aceito
e ouvido, e ir além do seu fim...
O propósito e a intenção, também são corrompidos
pela inércia de nossas crenças...
A inercia nos revela o obvio...
As palavras, são parte de um universo causal
e migram em seus sentidos...
A construção da compreensão, não tem um princípio e fim,
apenas transitoriedade...
Assim se constroem, essas todas realidades...
A verdade...
É móvel.
ralleirias


Atravessando a galáxia.

Nossa viagem, atravessando a galáxia,
dando voltas em torno do sol,
tem muito de ciclicidade, e muito de linear...
Mas isto, também são apenas conceitos relativos...
Nossas viagens, transcendem mesmo os nossos caminhos...
Embora atravessemos universos multidimensionais, estaremos onde sempre estivemos...
E, ainda que o tempo dissolva e construa realidades, lugares e estados...
Estamos sempre no agora...
ralleirias




Inteligência é um conceito....

Inteligência é um conceito....
Manifesta-se de muitas formas,
a lógica e a racionalidade lhe prestam reverências,
mas não a contém, e nem a detêm exclusivamente...
O próprio caos e a aleatoriedade,
são referências comprobatórias disto.
ralleirias


Nada que ninguém entenda

Não quero mais dizer nada que ninguém entenda.
Quero sim, dizer tudo... Que alguém compreenda...
É necessário vencer esta barreira da percepção,
que permeia a lógica de quem observa pelas construções da razão...
Daquilo em que se acredita, como o real e o factível existir,
não me importo com o nada, mas sim, me importo com o 'tudo'...
Ainda que, apenas esta parcela do absoluto que consigo compreender,
como o agora e o antes, em todas as suas variáveis...
...tão desdobráveis também, como o além do porvir...
Busco conter e dispor, o cerne da clareza de expressão e pensamento...
Eles estão pairando, como legados, ainda que todo o produto humano,
seja impermanente e transitório, valem ser decodificados...
Eu ei de captura-los, mesmo que fragmentados...
Seria uma pequena contribuição,
talvez também muito limitada e finita...
Mas, quem sabe seja esta, a porta de saída,
desta eterna ciranda maldita...
Ralleirias


Este fragmento de lógica,

Este fragmento de lógica,
que a vida nesta existência representa...
Tão breve e limitado ... neste espaço - tempo restrito....
Paradoxalmente, o mesmo agora, e o aqui...
É também o infinito...
ralleirias


O caos... é o senso comum sobre o que é 'caótico'..?

O caos... é o senso comum sobre o que é 'caótico'..?
O imaginário popular não tem em conta, que ele é
absolutamente ordenado, matematicamente preciso...
'fractalmente' demonstrável e peremptoriamente conciso...
O caos nunca é indeciso.
ralleirias


quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Como isto soa aos seus ouvidos?

Vamos compartilhar
os nossos tempos perdidos?
Estes que foram jogados fora...
em nossos passados, agora,
já quase esquecidos...

Sente-se aqui, perto de mim...
Deixe, que eu lhe fale ao pé do ouvido,
tudo o que você me provoca
e o que eu tenho percebido,
das coisas que isto em mim evoca,
e, que nem sei muito bem
se lhe farão algum sentido...

Mas, posso afirmar com certeza,
que amor algum já foi assim,
igual a você também
é, enfim...
Ou, do jeito que agora você me tem...
O que será de mim!?

Como isto soa aos seus ouvidos?
Vem... Sente-se aqui, perto de mim...
O amor, às vezes, não precisa fazer sentido...
Antes da descoberta,
de que um mundo novo, agora só nosso
está sendo construído...
Mas, a porta, ainda está entreaberta...

Ralleirias



sonda, percebe e soma...

Cada uma das tuas habilidades,
sonda, percebe e soma...

Cada uma das tuas necessidades,
presume compor uma saciedade...

Enseja integrar-te à realidade,
construindo-a...

Colhe e dissemina.
Interfere e determina.

Cada uma das tuas habilidades,
sonda, percebe e soma...
ralleirias



(imagem: Escher-auto-retrato)

permaneça livre...

Que tua natureza (e mesmo a de enganchar-se),
permaneça livre...

Que aquilo que te liga à tua verdadeira força
(de tração e atração),seja teu elo
mais poderoso e no entanto mais singelo...
com o teu amor...

Que tua cabeça, seja livre
e não pertença exclusivamente à tua natureza...

E o poder na tua certeza, te traga sobretudo clareza,
para todas as tuas realizações...

E que na esperança de teus acertos,
mesmo os teus erros, sejam também perfeitos...
Em te ensinar, grandes e valiosas lições...
ralleirias (Do rabo do diabo- das maldições)




segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Não tenho tempo!

Não tenho tempo!
Há muito para pensar...
E tanto para fazer...
Pra depois, modificar...
E então esquecer,
tentando recomeçar...
E esse tempo que se esvai...
De onde ele vem?
Pra onde ele vai?
E como reconhecer,
quando ele chega ou
quando ele sai?
Ralleirias


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Essencialmente?

Essencialmente?

Talvez...sejamos metamórficas essências...

Migrando do medo ao amor...

Do devaneio à consciência...

E quem sabe... estejamos muito mais do que aonde pensamos estar...

E também lá, em nossos olhares, e mesmo ainda...em nossas ausências...

Ralleirias


Não havia um haver consumado...

Durante aqueles instantes, presenciei coisas que levariam
milhares destes anos de calendário para compreender...
Havia um não ser, havia um não estado...
No entanto, não havia um haver consumado...

E todas as existências seguiam latentes,
e todos os mundos não estavam contidos, mas presentes...
Múltiplos, concomitantes, sendo sim e não existentes...
E eu, era ninguém, 
mas permeava e permeavam-me universos, 
essências, ausências e multiversos ...

ralleirias - Das Mortes não Morridas -fragmento


comum à todas as vozes

Há uma polifonia comum à todas as vozes.
Mas, não saem estes sons, que para alguns é inaudível...
nem das bocas, nem das cordas vocais...
Ouvi-los exige um outro ouvido, mais sensível...
ralleirias - Haicai's sem valor- fragmento



Bach - Suite no. 1 in G for cello - Mischa Maisky - Só porque é sexta-feira....

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

indefinível quem sabe é o eu.

Esta vida que passa
diante deste olhar...
não é minha.
E o olhar,
talvez não seja meu...
indefinível
quem sabe é o eu.

Como um fantasma,
vou vivendo
em meio a estas tantas outras vidas,

Mas, mesmo aos outros olhares,
me projeto incerto, vago...

pois esvaneço ao ver todos mutarem...

e também aos seus olhares.

E por isso,
não firmam
manterem-se os mesmos,
nem sequer os lugares...

A lembrança,
acontece em um nunca estar,
pois sempre 'foi'...

Embora,
talvez jamais tenha existido,
fora dos sentidos.

Quem pensa que me recordou...
lá não sou,
 e às vezes
nem mesmo fui.

Sou liberto pelo que esqueço,
e pelos que me esquecem.

Não houve
um estar e ou ser,
talvez
apenas um conhecer,
no entanto fugaz...

Pois em cada momento
há um novo começo,
e apenas o potencial de além,
aqui no instante jaz.

Somos como fantasmas que se esvaem,
nas mudanças próprias do dia à dia...

Uma realidade causal
e às vezes rasa,
que se sustenta por ser loquaz...
no entanto, é vazia...

ralleirias - (olhares vagos 16/07/13)



http://youtu.be/tx3bkVUGNgk

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Porque não, então...

Talvez a vontade de ser feliz, seja maior...
E vençamos nossos instintos...
Deixemos nossos intuitos...
e nos moldemos à paixão...

Mesmo que expostos à provável dor,
e ainda que assim, rendidos...
Então, com toda nossa ira e fúria, contidos...
nos entregamos, ao sublimar os sentidos...
Buscando por fim redenção...
Em nada menos, que o amor eterno...

Mesmo sabendo do impossível...
Eis que buscamos sim, é o provável...
E sim, o nosso inexorável
Lugar no inferno...

Por injusta que a troca pareça
há uma distorção no fiel da balança..
Ainda que pra sempre padeça...
Um instante de verdadeiro amor, 'em nossa' cabeça
registra-se para sempre, como eterno...

E não há lugar melhor no inferno
que viver numa boa lembrança
é lá que reside a esperança
de que nossos mundos têm solução...
Porque não, então...
vivermos no inferno 
de uma paixão ?
ralleirias



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

a universal transitoriedade

Circular em qualquer dimensão não é uma necessidade,  nem obrigação.
Mas ante a universal transitoriedade, pode ser um pedaço importante,
do que compõe nossa realidade... e talvez, não exista maior liberdade,
do que na aceitação, de que toda verdade, é também uma invenção da objetividade.
ralleirias


todas as possibilidades...

Mas, pode ser que às vezes, a própria certeza
de que estamos em algum lugar, seguros, ou
mesmo, que nossas existências e nossas identidades
possuam alguma constância, em relação à transitoriedade,
nos mostrem que o caminho que trilhamos
não é um e não é único, e que possui multiplicidades...


Então, o lugar seguro, já não o é tanto...
no entanto ele também ainda é uma verdade,
Mas, verdade, apenas num enquanto de nossas transitoriedades...
E estes caminhos portanto, sejam muito mais, nem mesmo um enquanto,
mas sim, todas as possibilidades...
ralleirias



Experiências da física quântica

Toda vez que me deparo com experiências da física quântica, como por exemplo a do Gato de Schrödinger, isso me faz pensar em nossa responsabilidade, na construção de nossos próprios mundos particulares...
e consequentemente, de nossa consciência quanto à estes processos...

Certo ou incerto, ocupam o mesmo lugar,
enquanto cabalmente não enunciados...

Num limbo profético, como um mundo poético...
sem certo ou errado, nem dentro nem fora,
ou mesmo um lado...?

Sendo apenas 'possível', este o é,
porque ainda, é não concretizado...

Mas, posto que a saga em busca do possível
inicia por algo à ser desejado...
O desejo é pois, um fator de colapso das existências incertas.
Uma vez colapsadas, deixam-se descobertas ...
Sejam elas erradas ou certas...

Afinal, desejar é pender para um lado...
Dado então, que toda certeza é portanto condicionada...
exatamente por isso, não lhes parece que aí, há alguma coisa errada?

É sempre, ou sim ou não... talvez é ou não é opção?
Ou não é também o talvez um estado?
ralleirias

A física quântica e a vida, são coisas que às vezes,
realmente parecem complicadas...
sim ou não? ops... mais confusão...
ralleirias

http://youtu.be/ndZl7L_ciAQ

Há um lugar, onde o imanifesto extrapola a condição de silêncio

Há um lugar, onde o imanifesto
extrapola a condição de silêncio,
pois abarca o todo...
e contém todas as histórias
e possibilidades...

Toda lógica já formulada...
Toda razão implicada...
Todas as ciências desenvolvidas...
e todas as pesquisas projetadas...

Há um lugar, onde a intenção
é emulada no eterno...
E seguem dormentes,
todas as possibilidades...
Assim como a árvore
é da semente...

Deste lugar, emanam
até estas palavras...
e a percepção de quem
as formula, pensa, ouve ou lê.

Deste mesmo lugar, brota a mente...
que no agora, entende e então desperta...
Esta mesma emissão, é sabedoria,
sabedor, lógica e linguagem...
ralleirias

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Parte de onde, esta atribuição do bom ou ruim?

Parte de onde, 
esta atribuição 
do 'bom' ou 'ruim'?
A carga que determina a emoção
estava ou estará inerte 
dentro de mim?
Restava algo após cada dizer..?
Faltava um nexo por compreender?
E desferidas as falas certas,
hão de buscar as portas abertas
aos significados deste seu conhecer...
Sem mais palavras, 
nem há poder, 
e não tardará 
o tempo, sem ter 
o que resolver,
em que imperará
apenas o 
silêncio vasto...
Nem um sentido... 
e ou um gozar 
e ou um sofrer...
tão somente o 
silêncio casto
e nada mais
por ser, ou 
resolver...
- crônicas das asceses místicas





pilares de sustentação

E tudo mais não deu certo...
O caminho não estava aberto
Não foi feita a sua vontade,
Cresceu... e encorpou a infelicidade
Seus sonhos, se desmancharam...

Então, num lúcido instante de 'clarão':

Nenhum plano conta com a incerteza...
Assim como rota alguma aguarda ser trilhada...
O desejo, é ganância da vaidade...
Uma meta inspirada pela alegria,
pode sim, ser totalmente vazia
de verdadeira felicidade...
Um devaneio bem orquestrado,
por suposições erradas
nada tem a ver com a verdade...

E a realidade, sempre será percebida,
diferentemente, e, de acordo com cada olhar
em seus impermanentes cenários...

A certeza, é um dos pilares de sustentação do engano...
E não há nada de essencialmente errado, em não saber algo!
Ao contrário... afinal, errar, é sim, essencialmente humano...
ralleirias - 15/06/12