sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Há uma comunhão, constante, solene e sagrada...

Há uma comunhão, constante, solene e sagrada,
que ocorre entre o ente humano e o planeta...
e entre o planeta  e o cosmos.
Transcende o impossível, atravessa esta ilusão de separação
que quando urbanizados e massificados,
temos em relação a natureza...
E ela nos diz e mostra que ainda estamos lá,
e aqui, acolá e ali... gerando nossos mundos.
Em toda parte, no amor, na arte,
no planejamento e no acaso
mesmo no azar e na sorte
e na vida e mesmo na morte.
Na nutrição desta nossa conexão com o sagrado e o divino,
a vida que migra do alimento até nós, o faz, estabelecendo esta comunhão.
Nos coloca como iguais com os demais seres e entes, não menos, nem mais.
Do sol, do solo, do ar e da água... aos rios, nossas seivas, nosso sangue...
Somos como o barro, pó e a água em rotação e translação no todo.
Alimento sagrado da vida que gera vida, solo sagrado que sustentou e
sustentará as possíveis gerações futuras...
essa comunhão, está em nós a cada momento, por isso,
faz de nossa cultura um florescimento.
E ainda que nem toda flor seja bonita e cheirosa,
cumpre função nobre e honrosa...
tampouco importa que sejamos flores no cimento...
Da flor aos frutos, do fruto às sementes...
nas quais repousam latentes, a vida em evolução.
Há uma comunhão, constante, solene e sagrada...

ralleirias(Das mortes não morridas)


quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Li naquelas formas

... Li naquelas formas entre os galhos que me acenavam,
Nauthiz - a necessidade, pode ser uma professora...
em seguida, o vento chamou minha atenção para uma nuvem,
que me disse em Jera - a colheita: Acontecerá! Basta plantar e ter paciência...
Foi então, quando um galho no chão me confirmou veemente...
com Isa - a conservação. Guardado estará quem de nada se ressente...
E Sowelu - o sol , no céu se apresentou, confirmando sorridente...
ralleirias (Das bulas e receitas)

por completude

Te arrastei junto, nas minhas loucuras... eu lamento.
Em cada buraco do inferno, em cada devaneio.
Lá ia eu... num mergulho, e te envolvia neste meio...
Queria que tu estivesse comigo sempre, em cada pequeno momento...
não era por uma questão de aplauso e nem de plateia...
Nunca foi por temor ao claustro... ou por dada síndrome de odisseia...
Foi puramente por completude, buscava em nós consistência.
E tanto abusei de nossas virtudes, que matei nossas resiliências...
ralleirias

Então...

Então...
enquanto no bardo do sonho estiveres
que teus sonhos sejam como quiseres...
Que este sono permita tua restauração
desta vida acordada
e as vezes malvada
que te traz de roldão...
ralleirias

entre bugigangas e bobagens

Carrego entre bugigangas e bobagens
Muitos fantasmas...
Nas tralhas de minha bagagem
Escondidos em palavras mal ditas
e memórias amargas, como miasmas
são projetos da almas aflitas
E entre eles, alguns de mim mesmo...
Estas minhas antigas maldições e miragens
eu crio, e vou colhendo à esmo...
ralleirias

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Este conceito de Karma

Começo a entender um pouco melhor este conceito de Karma,
quando me pego nos mesmos erros e nas mesmas escolhas...
Relações insanas das quais saí, repetem-se, acumulam-se,
com os mesmos devaneios as mesmas paixões intensas por mulheres confusas...
Mas ao mesmo tempo, e talvez por isso mesmo, elas me parecem tão maravilhosas...
São como musas.
Mas que porra... percebo que confuso mesmo estou eu...
Pois amor não rima nem combina com sofrimento...
Nunca, em nenhum momento...
Onde foi que minha razão se perdeu?
ralleirias

Sobre experiências desta maliciosa mecânica da vida...

Existem lições, que são deixadas, não ao acaso,
Registradas por quem sofreu muito para aprende-las...
Sobre experiências desta maliciosa mecânica da vida...
entre nossas tantas auroras, zênites e ocasos...
E não há como evita-las e nem como detê-las...
Mas quem sabe, talvez remedia-las ao compreende-las?
Estes legados, daqueles que entenderam seu custo em dor e tempo...
Nos mostram que ... a própria dor é um mestre...
Claro, no entanto, há quem isto conteste...
Significâncias atemporais, observadas de lugares comuns e tão iguais...
Medos, traumas, dores e amores....
Suas intrincadas formas, seus contornos e cores...
Estas lições são como uma escada, uma passagem segura...
Talvez sejam como um segredo complexo revelado...
Os tropeços não são o próprio mal, são a cura...
E no caminho, esta passagem, não é como uma solução,
e sim, é o próprio legado, muito mais que uma lição...
Mas apenas se do mesmo ponto observados.
Que isso bem fique registrado...
ralleirias

Ah..! O mundo rodeia...

No impossível, cultivam-se escolhas.
As objeções ao que é o possível.
São as forças que sustentam o incrível.
Mas, sob a campa do impensável,  e
junto ao corpo, do que é considerado desprezível,
jaz a existência do provável...
E surpreendentemente, nossas realidades
assim são um desterro do inexequível...
E a busca ao acerto, não é apenas um
cerco ao desejável?
No entanto, desprezar totalmente nossos erros,
é pois, sempre lamentável!
Certo parece, que o entendimento do que nos cerca,
parte daquilo que nos permeia....
Nossa existência tem um tempo incerto,
mas eis que estendemos ainda assim
as nossas teias...
Apenas, porque existe o desejo...
Então,
o corpo padece,
no que a vontade incendeia...
E o amor, refloresce!
E o mundo..?
Ah..! O mundo rodeia..!
ralleirias

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Incerteza sobre o que vi...

Incerteza sobre o que vi...
Lá, enquanto explorava... estava mesmo ali?
No imenso breu deste universo vago
das móveis dúvidas existenciais da vida....
A imagem dela, foi ou não, uma representação
de um desejo latende de amor...
No fundo do abismo... nada havia..?
Nem negação, fuga ou dor...
Mas sim, eis que lá, havia o amor...
E o amor então, não estava no fim...
E a vida, novamente emergira comigo, enfim.
ralleirias


a melhor sentença

Há tantas diferenças
entre nossos mundos..?
Elas não passam de crenças...
Não desperdices por favor
assim, os teus incertos segundos...
Pois sem dúvidas, para os nossos mundos
a melhor sentença...
É que façamos da vida, uma execução do amor.
E em nome disto, esqueçamos nossas crenças...
ralleirias



A comunicação é uma arte?

A comunicação é uma arte?
E os enganos, fazem ou não fazem parte, desta complicada arte?
Toda linguagem tem um tanto de metáfora e quem diria...
E por isso mesmo, também 'ela' sofre de 'polifonia'...
ralleirias

Créditos à imagem: siga o link...

o esmero da sintaxe é irrelevante.

Para meio entendedor, o esmero da sintaxe é irrelevante.
A inércia não será um mal, até provar-se do caos social...
Ainda somos como antes, apenas, agora, sem o senso crítico.
Mas quem quer ser um chato, e tão analítico afinal?
Ser zumbi, é ser normal!
ralleirias

Apenas paz...

Apenas paz, lhes bastaria?
Toda noite e todo dia?
Repousa, o justo bem, que chegou tarde...
Sem alardes, já não há o que fazer.
O peito já não bate, a chama, já não arde...
E derrotados o amor e o ódio...
Resta esquecer...
ralleirias - das lutas de classe


um processo que nunca se encerra.

Talvez, seja um processo que nunca se encerre
a construção de uma identidade.
Acontece às vezes, que neste processo
também os nossos piores medos
e mesmo nosso repúdio, misturam-se com nossos desejos,
e tornam-se como paredes, que nos contêm e isolam.
Interessa-nos o que acontece do outro lado destes muros..?
Graças ao nosso imaginário, não importa se do lado de cá é escuro...
Desde que permaneçamos em nossa potência e isolados.
Contudo ao isolarmo-nos,  preservamos mais que tudo a nossa negação, 
de potência como humanidade, e somos assim os agentes de sua manutenção...
Quando flagramos então esta inconsistência, buscamos
invariavelmente além de nós, uma nova referência...
Mas, eis que, num mundo que nós moldamos, colhemos o que plantamos...
O medo é mesmo ardiloso... 
Ele retroalimenta-se, na sua maldição...
Este maldito asqueroso...
ralleirias -meta teatro 

Todo mal e todo bem...

Todo mal e todo bem...
De onde vem?
Quem te inspira e quem te pira?
O quão real, são outros seres...
Quem lhes atribui reais poderes?
Um anjo negro, um anjo branco...
Teu pensamento é mesmo franco?
Não seria tudo, pura significação?
Quem pariu tal solução?
ralleirias -



Com muitíssima delicadeza e extremo cuidado.

Talvez, e apenas talvez...
Um dos primeiros problemas à enfrentarmos,
seja o relacionamento com o próprio eu...
Cheio de cacoetes que nem são seus,
de expectativas que transcendem a necessidade básica
de amor, carinho, sexo e motivação...
Daí, estabelecida quem sabe uma nova relação à partir deste
novo 'eu' mais autêntico e de fomes limpas e sinceras,
então possamos partir em busca da completude carnal,
assim como todo bom animal...
Direto, aquele tesão mais puro...
Até lá, e diante da complexidade desta necessidade,
cada vez mais, tenhamos que nos relacionar
da mesma forma como os porcos espinho fazem amor...
Com muitíssima delicadeza e extremo cuidado.
ralleirias

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Numa nova dimensão complexa e vasta.

Esta capacidade de transitar no meu mundo
e, concomitantemente permanecer fora dele,
te confere uma aura naturalmente divina, mas (e ainda bem) não casta...
E neste nosso vai e vem, galgamos, vamos além...
Numa nova dimensão complexa e vasta.
Mas, passa pelo meu pensamento esta possibilidade remota,
de que também não existas, não além da minha imaginação...
Que teu amor para mim, é uma fantasia,
dessa minha alma sedentária e vazia...
fruto da solidão...
ralleirias

Há mesmo pouco tempo...

Há mesmo pouco tempo...
Ainda que indispensáveis sejam os nossos obrigatórios prazeres,
dispensáveis não são as decorrentes obrigações acessórias.
Então, fazem-se nossas responsabilidades, assim intransferíveis
e sempre aplacáveis, mas não pela inventividade,
muito mais pela necessidade da flutuante ética,
que ainda bem,  permanece peremptoriamente ajustável...
ralleirias

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

não existe neurônio mestre...

Desta pequena janela, vi coisas tão belas...
Brotava alegria, toda noite e todo o dia...
E em pura admiração, esvaiu-se a solidão...
Compartilhando ideias, conheci uma nova integração,
testemunhei o surgimento de um outro povo...
Configuravam-se agora, mentes em união...
Desta pequena janela, nem percebi,
que o mundo, que um dia eu vi, se dissolvia.
A cada noite e a cada dia...
Encoberto por minha admiração...
descoberto após muita atenção...
Então, um mundo novo sobreveio,
somos agora, entes de um novo meio.
É igual, mas diferente...
Agora, somos como neurônios
podemos pensar juntos, e em conjunto...
Independentes, mas como em uma só mente...
e... não existe neurônio mestre,
e este, é o grande teste...
ralleirias

à serviço deste medo compulsório

Então, aqueles que não tem coração,
e nem coragem, as feras brutas, os
que vivem acuados e em prontidão
ameaçadora em meio aos devaneios de medo...

Rendidos e à serviço deste medo compulsório,
medo inglório e virulento em suas violências...
Perdidos e prejudicados, que seguem sem
rumos em viagens de trajetórias insólitas...

Por fim e princípios, tomarão de assalto
aos que não tem cérebro e os de pouca
sabedoria e traquejo, e os consumirão em
suas necessidades de justiça, injustiça,
de fome e saciedade, de esperteza e malícia
e em delusão de amor e vida...

E institucionalizada será a canibalização.
ralleirias (Das lutas de classe)


imagens difusas...

Ao cabo, apenas sobraram lembranças confusas,
de um tempo que não existiu.
Almas rasas e enganadas, engrandecidas por inverdades...
Suas memórias devaneadas, geravam imagens difusas...
Cimentadas em obtusidade, que a vaidade pariu...
-- E o que houve com a realidade?
-- Ela nunca existiu!
-- Como não? E a verdade?
-- Foi vendida, esgotou-se e sumiu.
ralleirias

Nem sou eu...

Estas opiniões, já nem são minhas...
E na verdade, nunca foram.
Eis que eu, nem sou eu,
pois, eu sempre "fui"... compreendeu?

Em cada nova opinião,
um fantasma vai ao passado,
pronto para entrar de plantão...
E ele, assusta menos do que é assustado...

Ainda bem, que eles, nunca estão no agora,
muito diferentes de mim, estão apenas no então...
daquela convicção
que eu tive, outrora...
ralleirias

naquelas crenças que morrem

E talvez, implícito nas escolhas
e crenças que nos movem,
estejam as nossas sentenças de morte....
Pois, num sentido não só metafórico, mas
bastante real, naquelas crenças que morrem,
nossas personas que 'nelas' viviam e
moviam-se, morrem também...
ralleirias

Foi assim, repentinamente o que era, deixou de ser.

Foi assim, repentinamente o que era, deixou de ser.
O inesperado supera-se.
A surpresa exaspera-se...
O esdruxulo é o novo.
O novo é o comum e o comum é nada.
No entanto, então, no novo entanto,
agora o nada, torna-se insuperável.
O que era insuperável, vai assim ao pífio.
E o pobre pífio, sempre então será tão pouco.
O pífio desiludido, daí, ficou louco.
Mas quem dá bola pra loucuras pífias?
ralleirias

Para que 'lado' anda o tempo?

Para que 'lado' anda o tempo? 
No que se faz e se desfaz? 
Se cada momento é como referendo, 
consolidando-se do que ficou pra traz...
E assim, no próprio provimento, 
do que é e do que virá...
Existe algum momento, 
além daquele 
onde, em pensamento,
esta percepção se dá?
No passado? No presente? 
Aonde é o nascer desta ocorrência
Se é no agora que ela traz
num somatório da existência
quem percebe, referenda 
onde ou aonde a sua ocorrência?
O tempo é espaço, percepção 
ou mais que dar relevância,
há uma ilusão?
A invenção da compreensão... 
é uma instância?
ralleirias -Metateatro


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Descolados da paisagem, vivemos em mundos bastante peculiares....

Descolados da paisagem, vivemos
em mundos bastante peculiares....
Nos deslocamos, uns entre os outros,
afoitos com nossos próprios universos...

E ao confrontar outras almas, e mesmo,
ao toca-las com calma, criamos um colapso...
Eis que este é um tempo, onde este entendimento (de si),
passa algumas vezes, por um não tão breve lapso...

Então, assim se constroem sonhos e dimensões, que nos
causam uma vaga impressão de segurança,
e estas interações com nossos próprios devaneios, nos dão confiança...

E vamos em frente... interagimos daí, já com uma nova mente,
e esta, mesmo que emulada por uma fantasiosa segurança,
se agarra na esperança de construções felizes...

Mas, nem todo céu é azul...
Na aurora e no poente, há um céu reticente...
de vários matizes...
ralleirias


05/10/13

Imagino que vou te encontrar...

Imagino que vou te encontrar
como, quem se esbarra na rua...
Lendo poemas, que fazem em ti pensar...
Ou então, que vou cruzar
com o teu olhar,
ao olhar pra lua...

Talvez, diante de uma pintura,
na observação das cores,
nas curvas de uma escultura,
nas melodias, e nas flores...

Eu torço pelo acaso...
para ele nos favorecer
Quem sabe em qual lugar
haveremos de nos reconhecer?

Daí, nossas compreensões,
então, já bem apuradas,
perceberão as razões do amor,
e este, transporá nossas muradas...
ralleirias (Do amor em saga)

Moro na lua, mas trabalho aqui.

Moro na lua, mas trabalho aqui.
E das coisas de ser lunático, o mais fácil,
é saber como reconfigurar os sonhos...

Mesmo, quando vão mudando em fases,
noite para noite ...
Cada vontade, cada uma das esperanças,
E até os açoites...
Na construção das afinidades, e também
nas ressignificações das lembranças...
noite após noite...

E tratam-se sim de construções,
mas apenas durante um tempo...
Transformam-se os elementos,
de acordo com as lunações,
então, ocorrem as mutações...

Daí, os sonhos, quando já parecem realidades,
ciclicamente crescem e mínguam.
Mas basicamente, todos são ilusões...

E assim, a vida floresce enfim,
Brota em novidade e emoções...
Nesta compreensão, nada se perde, tudo se ganha...
Pois nestas reconfigurações dos sonhos nas lunações
a vida é um jogo de eterna barganha...
ralleirias


nos conforma.

A mesma arte
Diferentes olhares
E uma comunhão.
Observo as cores
E tu, notas as formas
E esta admiração
nos conforma.
ralleirias - meta teatro


terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Um dia, quem sabe...

Um dia, quem sabe, tu vai te tocar, que já tens
todas as capacidades, pra ser e fazer o que quiser...
Não importa esta aparente fragilidade de tua humanidade
nem mesmo necessitas do domínio de habilidades específicas...
Então, vai sacar, que as respostas pra todas as tuas dúvidas,
também estão na própria consciência disso:
Que o mundo, parte de dentro de ti...

Tu vai perceber que as perguntas,
e as principais e emergentes questões,
e, mesmo as já respondidas,
estão sempre fugindo, reconfigurando-se,
escapam, colocam-se mais adiante...
Seguram-se na cauda de outras questões e poréns...
e sempre as perdemos de vista,
na próxima curva de nossas lemniscatas...

E que é possível,  ficarmos livres nessa busca perdida,
da mesma forma, como usamos nossa liberdade,
para construir e fazer estes nós e labirintos,
durante a própria perseguição das respostas...
E que podemos também, diluir e re-significar todo
o universo, simplificando-o ao silêncio primordial.

Então, talvez tu lembre de mim...
e sim, claro, que eu sigo 'sempre tranquilo', assim...
Neste lugar da tua memória, num possível feliz.
Vai lembrar, que eu tinha esta mania de acreditar,
que o meu mundo,
eu é que o invento ...
E assim, para eu e para ti, busquei esta confiança
legada num possível da vontade ...
como potencia geradora de novas verdades.
...procure, no refúgio atemporal de um mundo melhor,
lembrar sempre disto...

Que nestes mundos, que são sempre nossos,
podemos estar sempre bem...
E especialmente, que temos tanto poder, que às vezes,
contraditória e surpreendentemente,
boa parte destes nossos mundos,
nem mesmo existem além de nossas mentes
e veja só... de nossos desejos...
ralleirias (...)fragmento

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Aonde?

Aonde?
O mar é o céu, que é o mar...
Na mente, existe tal lugar!
Mais adentro...
Além do pensamento,
mais, mais adentro
No entendimento.
ralleirias (Metáfora para agora)




É uma concessão, o discernimento?

É uma concessão, o discernimento?
Captura a imagem, e a carrega até o entendimento...
Ou é justamente, ao contrário?
Enxergas a mensagem projetada pelo pensamento...
ralleirias - meta teatro

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Me encanta...

Te dizes sereia,
mas te flagrei na areia
à correr e a brincar...
Te dizes apaixonada,
mas te fazes de rogada
quando te falo em amar...
Mas teu canto me encanta,
e minha fascinação é tanta,
que perdido me vejo em alto mar...
E contigo, somente contigo insisto em sonhar...
Fale-me onde é o teu rochedo,
pois nele, me jogarei sem medo,
se ali eu te encontrar...
E deixo destas coisas do mar...
para te amar,
somente amar
e amar...
mergulhar.
ralleirias


Não existe mesmo um outro tempo, além do momento...

Quero, não quero... agora!
Um amanhã eu espero, agora...
Já passa da hora, mas como? Se é sempre agora!
Agora, agora, agora...
Não existe mesmo um outro tempo, além do momento...
Estamos sempre na mesma hora.
E vinte anos se passam... e mais trinta...
e por mais que a mente minta, é sempre o renitente agora...
E a vida vai embora... e onde ficamos? Adivinhe agora...
ralleirias

Desfaço o pacto...

Agora, desfaço o pacto.
Neste ato, não libero-te então.
Mas, antes sim... à mim!
Este nosso universo, já havia chegado ao fim...
Percebo, que falo à um fantasma do que nunca foste...
O pacto, foi um ato, só meu.
Como foi que a ilusão me convenceu?
Desejo e crio, tudo o que imagino e o que vejo...
Como, a tua boca!
E também, este maldito desejo,
pelos teus beijos...
ralleirias

E então, a paz acontece...

E então, a paz, acontece...
E não importa quem merece,
mas , importa sim, é que nos ocorra...
E que assim, ninguém mais morra,
que ninguém mais chore,
nem mais implore,

por amor,
por socorro...
por terror,
por desforro...

E finalmente, a paz acontece...
mas, não por todas as preces, 
aos céus, quais sejam,
nem pelos que nela ainda 
padecem e tanto a desejam...

Mas, devido aos infernos, 
por quem estas guerras valeram,
e também pelas misérias,
nas quais se fortaleceram,
eis que a paz, acontece finalmente,
e ela se dá apenas, por nada mais 
que a nossa total exaustão...

ralleirias - crônicas das lutas de classe


Inexistes...

Inexiste dor...
E mesmo o amor, inexiste...
Inexiste odiar, o sofrer e o lembrar,
ou o vazio, como um grande mar, inexiste...
Inexiste dó, e mesmo ser tão só, inexiste...
Inexiste aqui, pois ainda estou aí, que inexiste...
Mesmo esta confissão, inexiste...
Como esse amor e essa paixão, que inexiste...
E por ti, esta obsessão, inexiste...
Pois inexiste nós, certamente, inexiste...
E inexiste o amanhã,
para mim...
Inexiste o fim...
Sim, inexiste...
Pois...
Inexistes...
ralleirias - aonde está o blues


Não navego mais em qualquer mar...

Não navego mais em qualquer mar...
Pois, eis que agora, a minha nau,
apenas entre nuvens flutua.
Aterrado e só, além dos meus sonhos,
do passado, ninguém mais a tripula.
Nesta eterna busca, pelos quatro cantos
de um mundo sabidamente redondo...
nem eu, estou mais ali...
Eis que no último porto, desembarquei e fugi.
ralleirias


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A maior reverência para as coisas externas...

A maior reverência para as coisas externas...
Nos mostra que possivelmente,
ainda somos aqueles mesmos das cavernas.
Que ainda, o que está lá fora,
turva nossa visão do todo...
A independência é um condão interno.
E a dependência, se cria e se faz, no tolo...
ralleirias


Nossas cargas...

A duras penas, descobri que podemos
levar a nossa mente, para fora de sentimentos
e momentos que não são agradáveis.
Claro, temos sim que também viver nossas dores,
pelo menos até o ponto de compreende-las...
E aí sim, então, eis que surge a capacidade de esvazia-las...
Isso acontece normalmente, quando daí,
empoderamos outros sentimentos...
Reconhecendo nossos potenciais e valores,
desfazendo as automáticas atribuições,
significâncias e a causalidade em tudo...
Nossas cargas, podem ser vistas como uma opção, sim...
Mas não há como descarta-las, sem esta necessária troca,
e isso, nunca é fácil...
Porque, incrivelmente em determinados momentos, nossas dores
nos parecem tão caras, e nos identificamos tanto com elas,
que aparentemente já não conseguiremos mais nos livrar delas,
por acreditar, que de alguma forma, sairemos perdendo...
ralleirias


O que mais me preocupa?

O que mais me preocupa?
Talvez a consciência...
Antes mesmo da própria mente,
explico...

Me parece, que há uma separação,
que algumas vezes percebo.
Meus pensamentos,
depois de um tempo, revelam-se
'não exatamente meus'...
Mas, não todos...

Então, quem em minha mente,
ou o quê, além de 'mim'... ou eu,
está se manifestando?

E, particularmente, nestas opiniões,
ações e vontades que definitivamente,
não eram originalmente minhas?

E especialmente
nas respostas prontas...

Como e quais mecanismos
me lavavam à pensar
e agir  no ' piloto automático'?

Percebi, que existem algumas identidades 'sociais',
que usamos, e que elas se sobrepõem umas às outras...

Somos então assim, como múltiplas personas?

Parecem que são papeis com atuação bem delimitada, e
embora aparentemente oriundos do mesmo ente,
defendem seus universos e razões muito particulares...

Há entre eles, entes tranquilos e que se co-relacionam...

Assim como o filho, o pai, o funcionário,
o chefe, o amante e o  marido...

Há também, outros mais estranhos entre si,
como, as personas tipo vítima... ou violentas.
E até, um possível, sombrio e 'potencial assassino',
que já me disseram, todo homem é ou carrega semente ...

Essas múltiplas personas,
agora compreendidas, algumas 'notadas'
e algumas até meio 'ocultas',
por enquanto, estão contidas...

Pois, minha consciência
selou um 'pacto' com a mente.

Agora, nem todas têm permissão
para manifestarem-se livremente,
foi-se este tempo de 'bestas'... soltas.

Mas, ainda assim, todas tentam...

Ainda mais, quando a consciência
não está plenamente atenta.

E elas, realmente o fazem
permanentemente.

E me parece, que
nestes tempos brutos
aquelas personas potencialmente
perigosas e em especial  'o obscuro assassino',
continuam tentando se manifestar
com uma inquietante e brusca insistência...

ralleirias - (legião - Cronicas das mortes não morridas- Fragmento)


a lucidez nos escapa...

Sim,sim, ainda vale a pena dar a cara à tapa ...
contorcida a razão, embaralhada a verdade,
a lucidez nos escapa...
E a incontrolável vontade
dá uma rasteira na sabedoria,
e ainda ela nos diz: deixa disso! amar é alegria...
Mas depois de um tempo, vê-se enfim,
que tudo é alegoria...
e é só isso sim!
ralleirias


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Amar é mais fácil...

A essência se transcendida, o é, apenas se consentida.
Nenhum ser consegue não desejar, e o amor implica em amar.

O amar é natural mas pode não ser fácil, necessita então
de um força avassaladora, tal como a paixão.

Já o odiar não implica, mas enseja matar...
O ódio, filho do medo e da ira, acontece forte e espontaneamente...
Mas rende-se também eventualmente, ao raciocínio diligente...
Então pois, prudência, que preserva a vida e a dignidade, por vezes,
não é necessariamente a justa opção, mas decorre, deste não querer
perder liberdades...
O ódio como filho do medo, assim, é um filho exemplar e obediente...
E por isto, pode querer ser prudente...
Acalmado e sem a ira, ele fica latente...
mas cuidado, não o tente... não o tente.

Amar é mais fácil, portanto, amemos plenamente...
em nossos sonhos e melhor, simplesmente
e principalmente... pessoalmente..!
ralleirias

Dorme, no peito de cada ente...

Há uma revolução que dorme,
no peito de cada ente,
é como uma semente guardada...
E espera pela hora apropriada.
Aguarda ser despertada...
Há nela um universo novo, latente...
Provavelmente eclodida, após ser regada...
E brotará, pela mente ...
mas apenas...
quando então,
esta, se fizer
consciente...
a mente...
é como a dona da criação.
Sendo semente,
a imaginação.
Sê mente...
ralleirias

Voo para longe.

Voo para longe.

O que poderia ser minha alma
é apenas um espectro que percebe,
sem atribuir nada à coisa alguma.

Não há volta, não há ida...
Sem chegada, nem partida...

Apenas e contudo...o então.

Toco num mundo impregnado de certezas

Mas minha incerteza, é de turbilhão...
ralleirias

                            imagen: google

o condão da difusão

Agora a civilização, tem o condão da difusão imediata das idéias,
da propagação do conhecimento e comparação dos sensos e críticas.
Certamente em algum lugar, há uma nova engenharia social surgindo,
um novo paradigma  a ser entendido e uma nova criação,
com uma realidade melhorada a caminho...
Mas tudo, parte ainda da unidade e entidade humana, pois em cada cabeça,
há possibilidades de novos universos, e estes essencialmente,
são co-criados e por isso, compulsoriamente compartilhados.
Compartilhamos realidades múltiplas em classes sociais,
em culturas, que são de certa maneira todas endêmicas,
mas no entanto muito próximas e bastante parecidas...
E em nossos entendimentos destas proximidades,
principalmente decorrentes das nossas necessidades,
talvez resida a comunhão pela transformação do mundo.
Possivelmente comunguemos também, pelas antiguidades
das sabedorias que carregamos, estas que continuam sendo
validadas pela percepção aprofundada, mas que só se perpetuam
pela possibilidade das novidades que emulam...
Novidades que parecem metamorficamente cíclicas.
ralleirias


Quase sempre é assim...

Quase sempre é assim...
Então o referencial de caminho,
pode ser um obstáculo ao próprio caminho.
Mesmo o referencial sozinho
é um caminho que não leva à um fim...
É no máximo um ponto de partida,
e com a trajetória , por isto às vezes, comprometida...
se pré definida, para um fim... que não é caminho...
ficou confuso assim?
Enfim, o caminho não é "o" fim,
mas é  um caminho, e daí sim...
O caminho é o caminho... e... sem fim.
Ficou melhor assim?
ralleirias


domingo, 2 de fevereiro de 2014

A coragem de duvidar das próprias convicções...

A coragem de duvidar das próprias convicções,
à princípio.. carrega algumas vezes um 'quê' de loucura...
e finalmente, quando já migramos para uma outra realidade,
ali percebemos que o lugar onde estávamos,
essencialmente, era insanidade pura ...
Mas, isto só vai até o próximo questionamento...
e até aquela 'nova'...
e possível...
cura...
ralleirias