quinta-feira, 30 de novembro de 2023

consegue

 E tu consegues ver,

ali, isso no agora?

Em quantas camadas

daqui para ali, quem

está não é a coisa, mas é

compreensão, do que é

num algo formulado

socialmente e consentido

tu consegues?

E o que está segurando

esta compreensão no teu

pertencimento e conceituação

de quem ou que 

é o que,

e o que observa

e porquê? 

Consegue ver, 

como fazes fazer, 

isso no agora

algum sentido?

- ouroboros



terça-feira, 28 de novembro de 2023

Central do Carma Informa: aviso 4

Central do Carma Informa: aviso 4

- As permanências 

se descontinuarão.

 - Tempo incerto 

é duvidoso. 

- Só, a 

atenção, 

existe no 

silêncio e 

o abriga.

- Avisos 

findos.

ralleirias

Suco

 Suco de vida é suor, nosso ou dos outros

somos escravos daqueles e daquilo

em tudo o que acreditamos e apostamos

Suco de vida é sangue, nosso ou dos outros

e nada sobra, nas moendas da vida,

seremos triturados, até a farinha de

todos os nossos ossos virar adubo

para outras vidas, que serão também

assim como as nossas, consumidas...

Suco de vida é escarro, nosso ou dos outros

na cara da própria vida... por nosso auto

desprezo tosco que nos foi ensinado num mundo

formado em apelos estúpidos de cunho odioso.

Suco de vida é gozo, nosso ou dos outros

pelo absurdo holocausto sanguinário

e fragoroso, de inocentes e mártires

em nosso nome, por nosso lucro,

e na nossa conta... É lucrativo e

vergonhoso. E é a vida que segue,

enquanto não formos nós, de novo.

- crônicas das lutas de classe



corriqueiro

A exigida atenção continuada do indivíduo
sobre suas carências e problemas, 
é induzida propositalmente no seu mundo corriqueiro 
e sempre está relacionada sobre as ações 
deste estado de exceção, e são importante parte do 
movimento necessário para continuidade desta 
mesma tática de submissão e de conversão e 
engajamento de público, aonde constituem força 
significativa desta nova economia da atenção 
e da sua capacidade de mobilizar estes públicos 
politizando-os compulsoriamente em currais 
e os posicionando em vieses antes inimaginados, 
possibilitados pela aderência e imersão absoluta no 
contexto e aonde o voto comportar-se-á como onda 
de tendência caótica, mas contudo planejada... 
e culminará no desaguar desta geração do fato 
pontuado pela tendência e o desejado resultado...
E assim, elimina, paga, engaja e elege, dá vida ou mata.
 - crônicas das lutas de classe

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

deus mercado

Posto o paradigma do financista deus mercado, 
e tendo os meios de produção à disposição 
de muitos, como nunca antes ... 
resta o controle acirrado nas vontades 
ensinadas às maiorias, 
e sempre toldadas pelo ideal de 'consumo'... 
na mira, os 'bens' variam nas subjetividades ... 
linguagem para concessão das outorgas na cultura, 
fazendo quórum para a massa crítica, 
revertida em rebanho, conduzida em manadas...
ralleirias - crônicas das lutas de classe

domingo, 26 de novembro de 2023

o combustível do normal

 Naquele mundo, doravante

elites produzirão IA's 

que farão todo trabalho 

e engolirão ao capital...

E ninguém vai perceber 

até chocarem-se com o real, 

aonde escravos valorosos

não geram mais riquezas, 

mas pagam tudo com 

as próprias vidas, nem 

precisam entender, 

que para o luxo existir, 

o pobre tem que morrer...

e já não reclamam, 

ao contrário se dedicam

enaltecem seu escarnio

não criticam... assumem

o próprio mal e assim um

novo ideal: 

São os escravos valorosos 

o combustível do normal...

- crônicas das lutas de classe



sábado, 25 de novembro de 2023

comunhão

O meu ombro
amigo, é o meu
violão. É a poesia
quem me entrega alegrias
nos meus mais sombrios
momentos de desilusão...
E vão me puxando pra fora
dos abismos, e esqueço as
tristezas e em malemolência
eu vou sambando sem som...

Os poemas, são como canção
para a mente e o coração
onde o amor é bom e solução
e tem que ser, dedicação...
mas, vai além.... é comunhão.

ralleirias - Dos fragmentos

qualificadas..

Quando as palavras são faladas...

São sentidas, são escritas e contidas,

qualificadas... entram num tempo 

congeladas... ficam datadas e corrompidas 

num momento e fixadas, e há um rompimento

são desassociadas, dos momentos e dos sentimentos 

aonde foram elas, geradas...

Quando as palavras, são faladas e percebidas, articuladas

e nas circunstâncias são compreendidas, e ali ouvidas

temporizadas, presas elas ali ficariam encarceradas?

Espelhariam o teor verdadeiro em que foram pensadas 

exprimidas e flexionadas e sentidas... não estariam as 

palavras, portanto feridas?  Nas suas verdades

enquanto serem palavras retiradas da realidade e 

dos atos e fatos, de fato, da vida?

- aonde está o blues

distorcer

- Então, o guru estava falando era de nós!

- De forma alguma, o que guro estava falando era sobre ele!
- Exato! É 'Sobre' ele... Sobre! Entende? 
Mas o que ele queria dizer é que...
- Pode parar! Ele disse o que disse! Nem vem pra 
cá com 'versão'!
- Pois então, foi por isso que eu gravei... Escuta: 


"- Vocês me chamam de mestre! 
Mas vocês é que são os meus professores! 
Sou o desterro da bondade a qual não creio... 
e nem existe humildade no que semeio!
Pois não há nada de humilde, em querer que 
a própria humanidade que pode um ser ter, 
extrapole as faculdades do próprio ser e do 
compreender e sua solidariedade supere as 
todas identidades, no doar-se ou receber
relativo ao outro ser! A loucura da bondade 
e da maldade, irão ceder ao que o ser mais 
humano que o humano pode de si ao outro 
conceber... e tudo é tão superior a fugidia
realidade, quanto as temporalidades de 
verdades ou de falsidades que as estórias 
em histórias possam vir a constituir-se 
ou distorcer..."

- O guru estava sim, falando sobre nós!
- Não, de forma alguma... 
- Escutemos de novo...

ralleirias- Cartoon escrito





sexta-feira, 24 de novembro de 2023

guerra fria

Garota Fukushima clássica,

procura garoto Chernobyl

para disputar uma guerra fria

plácida, nas redes e 

nos videologs do Brasil...

Mas o bom pequeno burguês

não a quer deixar

como bola da vez

a quicar em paz

e mais uma vez

quer faturar

com a fauna e a flora

e o que puder pegar

pra impressionar

a garota Fukushima clássica,

que procura um garoto Chernobyl

para disputar uma guerra fria plácida, 

nos paralelos quentes

das esquinas do Brasil...

- aonde está o blues



e fazer valer o amor

Talvez, apenas 
não foi o que 
poderia ter sido...
Quiçá teria mudado 
todo o depois?
E também 
o antes
... sim ...
aquele até 
então, já 
existido...
Num mar de 
significâncias 
tamanhas
que todo 
o resto, 
teria sido 
preterido
independente 
do que já foi?
Ou, num monte de 
bobagens, talvez
como estas
repara-se que vida...
realmente, não
faça nenhum 
sentido... e
nem num antes 
ou num depois
então... pra
tudo ser novo
e agora entendido,
o que foi antes impedido
agora é o consentido
e seja como for
e para esse novo sentido
fazer valer o amor...
também tem que 
valer a dor!
também tem que 
valer a dor!

ralleirias -aonde está o blues




quarta-feira, 22 de novembro de 2023

devora

 A vida nos devora...

à serviço de sua consorte,

a morte, que permanentemente à ela,

nos implora, todas as nossas sortes...

A vida nos devora à serviço dos

entendimentos, momento à momento,

processando sentimentos que se

perdem sem identidades ou memórias

em escombros e escórias...

A vida nos devora, e traga-nos

em tempos, palavras e pensamentos...

A vida nos devora...

- ouroboros (fragmento)





um múltiplo sonho

Estava lá, aonde
não haviam
dias e nem noites,
o que parecia ser como um sol,
era uma gigantesca bola avermelhada
muito maior que o horizonte
e ocupando boa parte da
abóboda celeste,
estável, aparentemente estática
e perene, sua luz possuía camadas
e era também como um múltiplo
alimento que desdobrava-se
em cores diversas e inexplicáveis,
o seu céu era constante
e era como um afago aos seres,
o 'ar' cintilava em tons vermelhos,
azuis e violetas, raramente
em tons amarelos e alaranjados...
nossas vidas eram tão longas,
que em outras realidades
seriam compreendidas
como eternas...
estávamos ali, muitos,
mas éramos um só,
estávamos em vários lugares
mas era como se fosse
apenas um lugar, contudo diverso,
mas sempre único, aonde
eu sou e não sou
um múltiplo sonho,
sonhado em muitos mundos
e que nunca acaba... - Crônicas das asceses místicas



segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Decálogo desnecessário

 Decálogo desnecessário:

1- Será contravenção, amor ou paixão

quando autorizados por ambos os lados.

2- Todo sentimento bom, será errado,

quando recíproco, agravo dobrado.

3- Calar-se para toda eternidade

sempre que houver a necessidade

de algo ser dito de verdade.

4 - Toda forma correta estará errada.

5 - Intolerância é a nova paciência.

6 - ignorância é a nova competência.

7 - Violência é a nova linguagem.

8 - Verdades, não estão autorizadas.

9- Necessidade é obrigação irrevogável

10 - Medo obediente, é a nova conduta. 

- do rabo do diabo



domingo, 19 de novembro de 2023

descoberta

Nunca é o fim de algo que 

não teve um começo...

minha dor só segue 

enquanto te esqueço...

Se teu sol se pôs e não voltou,

fala de um amor que não havia, 

e por isso que nunca vingou.

e assim, se tua lua segue encoberta

é como uma fala calada que te

revela esta triste descoberta...

- meta teatro 2019


E da palavra valer sobre o instante...

Se fosse falada e escrita, contida estaria,

e corrompida pelo tempo em que é dita 

e as circunstâncias em que é ouvida

ficaria e não espelharia o verdadeiro teor

em que pensada é exprimida, 

flexionada e sentida, e assim

estaria portanto ferida,

no após... lida, ouvida

pensada e compreendida

validada e viva em expressão

de valor e intenção de teor.

- crônicas das lutas de classe 2018 

domingo, 12 de novembro de 2023

O mito do amor restrito

Cada identidade, costuma carregar as noções 
das 'verdades',  inspiradas no meio aonde 
e como foram forjadas, nestas linguagens. 
A percepção sobre o entorno, esta associada 
a clareza sobre a correlação destas vontades 
sistêmicas ajustadas aos princípios aos quais 
estas identidades associam-se, assim como 
formam-se os recalques e as possibilidades 
de expressão permitidas culturalmente para 
estas posições sociais e humanas. 
A linguagem possível para o eu que ama, 
o cercará na percepção e na noção 
destas realidades e deste construto de 'EU' 
e suas desejadas possibilidades e móveis certezas. 

Todo desejo parte de uma identidade, 
pois a inteligência é interação social e linguagem. 
Assim, quando a realidade se transforma, 
transformam-se também as certezas, 
as inteligências e as identidades se realinham. 

A afeição é um construto lógico e sentimental associado 
aos desejos e possibilidades de uma identidade. 
Assim enquanto preservares estas tuas verdades 
intactas, quem decidirá além do teu desejo, 
será a manutenção da identidade que sustenta 
esta noção identitária de sentimento e de verdade.

O mito do amor restrito é um construto social do patriarcado.

-crônicas das lutas de classe



segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Libertei!

Quando eu vim
parar aqui
nunca havia
visto nada igual!
Meu corpo,
era terra,
descobri e
o meu chapéu,
era o próprio sol!
Despertei,
minha vida
logo eu criei...
Quando então
te conheci,
e floresci,
te amei...
Despertei!
E minha vida
logo eu recriei...
Quando então
te pertenci...
Me reencontrei
e me libertei!
Libertei!
Libertei!
ralleirias - aonde está o blues
                                                Belém velho, extremo sul de Porto Alegre, RS, Brasil.




sábado, 4 de novembro de 2023

por enquanto, só nos resta a loucura.

Em meio ao caos social vivido, algumas contas hipotéticas,
mas pragmáticas, apontam que em 90% do tempo, somos manipulados pelas 
exigências desumanas de um sistema miseravelmente enlouquecedor, 
e nos outros 10%, resistimos nas sequelas dessas forçadas loucuras... 
Assim, ainda que inapropriadamente, talvez sejam elas, as nossas loucuras
nossas expressões mais autênticas, as nossas mais verdadeiras respostas... 
pois são como o nosso usufruto de nossas resistências nas verdades às 
quais nos moldamos. É por isso que urge que mudemos o mundo. 
Pois por enquanto, só nos tem restado viver nos legados do caos e ou da loucura.

- crônicas das lutas de classe

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

presença

 Há a presença,

espaço e silêncio

permite todo som

acolhe toda forma

emula o nada e o nunca

aceita o todo em tudo

paciente, acolhedora.

em que estar é perceber

sentir é ser, 

e a si 

no todo 

pertencer...

- meta teatro

o nosso agora ou nunca...

 Certezas postas sem respostas...

Como, quando, onde, quem ?

O factível como aposta

dum real que nunca vem...

Vai que dê certo,

ou chegue bem perto?

Amor, acorda eu também, me

fala como é a tua música

e eu te mostro a minha, vem...

E se acontecer de funcionar?

Pode ser, vamos dançar?

Deslancha ou trunca...

Tenta, que atento eu tento.

É o nosso agora ou nunca...

- meta teatro

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

cavalo da história

E, se perdermos o cavalo da história, 
nem haverá memórias a nos sobrar ...
e tampouco alguma glória para nos alentar... 
ou mesmo méritos a deixar...
na estrada tão complicada...
cruzando sempre um fundo 
passo, subindo sempre a colina, 
é tanta cansaço, 
o mundo só é sina..? 
Crônicas das lutas de classe 2017

Fixa

Fixa a verdade amor, 
corrobora com a tua realidade,
(sem dor) com base nas tuas verdades...
E embora as verdades sejam 
um conjunto de outorgadas
singularidades...
Fixa a verdade amor, 
com base na transitoriedade, veja, 
há tantos lugares e instancias móveis 
que envolvem tantas sub realidades...
Fixa a verdade amor, 
constrói assim objetividades
com base no desejo sobre as
tuas tantas necessárias identidades...
Fixa a verdade amor, 
é um amparo, mas é um cárcere
e deste jeito, ele é feito, somente
pelas armadilhadas vontades..
Fixa a verdade amor...
Contudo, tua mente é livre
Fixa a verdade(sem dor).
ralleirias -meta teatro 2018