segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

repertório

Somos
a soma
de tudo

de bom

e ruim

em que estivemos 
envolvidos...

Mesmo
a pior circunstância, 
até
a maior dádiva,

tudo somado 
é o que somos. 

Nossos desafetos, 
nossos grandes amores... 

teclas do mesmo piano, 
e o show é ao vivo. 

Melhor caprichar 
no repertório escolhido...

ralleirias

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

ad aeternum

Como fossem minhas mãos
pintadas numa parede arcaica
duma caverna, marcas de um
desconhecido
que agora foram descobertas.

Escrevo para quem
é quem eu nem sei.
De tempo algum,
época incerta.

Mensagem compreensível somente
num domínio magicamente compartilhado
mas, curiosamente, de instancias pessoais secretas.

Vê este tempo que te tomam estas palavras?

Rendido, teu pensamento às persegue.

Não fosse isto, ele provavelmente estaria
consumindo outras verdades prontas.
Quase tuas certezas.

Elas vão ficar, depois de ti.
As palavras e as certezas.
Cárcere histórico do logos corrente.

Na luta contra as intempéries do mundo
formado em significados pragmáticos
mal se percebe o consumo de linguagens.
que nos transformam
em mutantes lógicos ad aeternum (...)

ralleirias

domingo, 18 de dezembro de 2016

sempre atrasado...

Magoado
meu relógio
anda sempre atrasado...

Foi trocado pelo celular...
e este se presta a mil coisas

Mas é especializado principalmente
em me controlar.

Meu bom e velho relógio,
apenas marcava o tempo para mim.

Já meu celular
insiste em me convencer,
que meu tempo não tem fim...

Sempre há o que fazer,
com quem falar
e o que escrever,

simples assim...

O tempo
pode ser um cárcere
da lógica e da realidade 
nos impedindo de
viver de verdade..

ralleirias (Definitivamente Perdidas )


quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

poética...

A natureza,
os dogmas,
as leis,
a ética...
transcendemos 
pelo humano.
Numa existência 
quase artificial, 
mas,  sobretudo
poética...

ralleirias

sábado, 10 de dezembro de 2016

Observar...

Observar, 

sem sofrer.

Não refutar, 

nem reconhecer...

Observar...

ralleirias




arbitrariedades

Mesmo acreditando,
no que parece ser tua vontade
nota que até tua identidade
não forjou-se à esmo...
Sempre houveram certas
arbitrariedades, impostas,
construindo teus relevos...
E o teu gesto é honesto
mas talvez, a tua razão
seja um engano, ledo...
O que se passa na verdade?
E da realidade, há segredos?
Vontade, identidade e razão...
Crescem com o
meio onde florescem...
Tudo não passa de construção,
devaneios em dissolução...
E findam mais tarde,
ou mais cedo.
ralleirias

sábado, 3 de dezembro de 2016

Acreditamos!

Onde estamos, para onde vamos?
O que queremos? E com quem andamos?
Mas, o que realmente sabemos?
Se somos, quem somos? E gostamos?
E esperávamos o quê? Acreditamos!
ralleirias - Solipsismos


quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Avante!

Em quem miras tu atenção,
se não, naquela estrela bela
e de brilho fulgurante!
E vais em direção à ela
intrépido, qual cometa errante...
Mas... não mais naquela,
além, há outra mais bela!
e mais adiante...
e outra... e outra... 
Avante! Avante!
ralleirias -Solipsismos


desnecessárias

Se há mente,
dissolve estas
desnecessárias identidades escravas
formadas entre o arcabouço de palavras.

Se há mente
Não outorga sólida resistência
para as coisas que determinam
tua restrita existência...

Se há mente,
não negue
ou nutra.
Não, jamais um sutra
nem não ou sim
início e fim...

Se há mente
há espaço
amplo
único
o potencial do vazio
vai ao imutável
e ao infinito

Se há mente
não há
necessidade
de um todo tolo
nem um tudo...
só de um
silêncio
mudo...

ralleirias - (das mortes não morridas)