tenho a nítida impressão, de não haver um rumo certo.
E admito que nem sempre quando o vento sopra
ele coincidirá com as velas abertas...
Sem medo do inoportuno, por vezes insisto em
atracar nestes portos incertos...
Pois, em qualquer cais, sempre encontrarei fantasmas
que foram minhas versões noutrora ...
E agora, como outros tantos seres,
parecem-me impossíveis,
mas não irreconhecíveis ...
Sim... foram meus desejos mutantes,
que geraram estas mortes constantes,
para as varias dimensões de mim...
E somos de alguma forma então, todos iguais, assim...
Não volto, escolho seguir ocasionalmente
por devaneios de felicidade...
Neles vago com minha mente,
mas, nem sempre prossigo...
Enveredo às vezes, nas mesmas rotas tortas e
nos mesmos caminhos, que então revivo,
de forma apaixonada e involuntariamente...
Mesmo assim, não estou perdido...
Ando até mesmo lucido,
sem muitos devaneios
me deixo ir além, ao mar...
vagueio...
Sou o próprio meio... sou o navegar,
O céu, o mar, o sal e o ar...
permeando-se equilibradamente.
E muito embora, minha razão pareça
incontinente, permaneço seguro, e não pereço...
Longe de meu passado,
mesmo que agora, não obscuro...
E também do incerto futuro...
Como as diferentes velas dum mastro, insisto
transformando o vento em caminho do agora
então, nestes tantos presentes, existo...
Múltiplo... Mundo à fora.
ralleirias