domingo, 31 de maio de 2015

Sonhava com algo lindo

Sonhava 
com algo 
lindo
Cor, vento, sol,
aroma, flor...
Num sono,
de quem será 
dormindo...
Pulsa em bulbo 
o amor.
Era uma semente 
eclodindo...

Sonhava 
com algo 
lindo...
Cor, vento, sol,
aroma, flor.
Num sono,
de quem será 
feliz, sorrindo...
Pulsa em bulbo 
o amor.
É uma semente 
eclodindo...

ralleirias- meta teatro





quarta-feira, 27 de maio de 2015

Mutreta.

Duvidava que houvesse um diabo,
porque tinha a certeza de que não havia um deus.
Mas como a maldade do mundo era inquestionável
sempre que lembrava disto, tentava invocar o demônio,
queria mesmo era o desafio, botar a questão do mal à limpo...
-Mato com minha faca de taquara madura, bem afiada!Se houver...
Cresceu assim, sem fé nem medo, mas, como eventual caçador do medonho.

-#--#--#--#--#-

O sequestrador perguntou que história era aquela, sobre a proteção do diabo.
E ele então contou, que coisas muito boas aconteciam com quem lhe protegia,
só que a sorte dada , era apadrinhada pelo capeta, e depois, cobrada...
A palavra pra selar o pacto era: Mutreta.
- E tu, não quer ficar rico?

-#--#--#--#--#-

E a invocação:

'Mal sem custo é mal inerte,
Todo mal desconjurado
Do nada ao tudo, mal separado
Mal herdado é mal legado.'
- Mas, se tu não entender sobre o que tá falando, não vai funcionar.

-#--#--#--#--#-

Até que então, todo protegido, depois de cobrado,
se torna um inimigo....
- E se caçado... é também demônio revelado.

ralleirias - (Do rabo do diabo - das maldições- fragmento)





terça-feira, 26 de maio de 2015

Formular receita...

Não se trata de formular receita...

Mas, me parece que cada um pode achar o seu caminho para
encontrar a paz na própria mente.

Da paz interna vem a paz externa.

A paz e o silêncio têm muito em comum...

Ao silenciarmos, é possível perceber que a mente, não é esta profusão
de pensamentos que se apresentam e se atropelam, toda vez
que tentamos ficar em silêncio 'interno'...

O silêncio, assim, apresenta-se como um atalho para a paz.

Assim, acho que a mente, ao contemplar o silêncio, acaba por,
em um determinado instante, descobrir que ela está mais para
'um' ou 'o' observador, e este, não está necessariamente ligado
à julgamentos, códigos e signos e nem mesmo a noção de identidade.

A paz fica desta forma mais acessível, e mesmo quando ligada à uma noção
de identidade, esta ficará assim, desvinculada das necessidades de
sustentação destes mundos encarcerados pelo estabelecimento de regras,
pois destas, sejam quais forem, sempre surgem toda a sorte de situações
conflitantes e complexas que nos diluem na confusão do mundo.

Percebo que, ao simplesmente observar tudo que se apresenta,
sem julgamentos e sem obsessões, logo a intensidade destas
divagações, e esta verborragia interna começam a diminuir...

Acho, que é porque a atenção e a energia sugadas por este ente pensador,
saem do mesmo local e da mesma força do nosso silêncio...

Trata-se talvez, do relacionamento que queremos ter com os conteúdos
destes pensamentos e imagens, um relacionamento atávico ou dogmatizado...

O silêncio da própria paz, talvez seja, como o lugar mais próximo da
essência de nós mesmos, que, como entes sociais possamos vir à chegar...

Livres da programação e dos limites da linguagem,
livres do encarceramento lógico destas entidades, que transitam
nos mais diversos contextos, livre dos medos, desejos e até dos sonhos.

Apenas livres na essência da pura consciência.
ralleirias


Paradoxos de um impermanente existir...

Construídos por este tempo
Olhando a luz duma estrela do
longínquo passado, o tempo, lá, foi.

Mas, ao olharmos para ele, ainda não é?

Nós e elas, ele, fomos, somos e seremos,
paradoxos de um impermanente existir...

Eis que nada dura , posto assim,
nem mesmo a morte é cura, e
pouco importa o tempo
e as suas curvaturas...

Forçosamente surge enfim, o porvir...

A vida, que sorte,
é mesmo o ápice da morte,
e é este o seu grande momento,
quando, tudo muta em alimento

para o inevitável  saciamento,
desta imensa fome, e então, cura...

...de toda lucidez e caos,
ordem e loucura
Construídos por este tempo...

ralleirias


segunda-feira, 25 de maio de 2015

Numa outra linguagem

Numa outra linguagem, que se estabelecerá dum 
tempo não violento, então, o mundo existirá em 
um novo paradigma e quem sabe, transcenderemos 
até mesmo a miséria de sermos humanos(ou bestas)?
ralleirias

Na imagem, o crédito.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Especulações do mercado.

Doações de empresas em campanha eleitoral, são investimentos.
No capitalismo, todo investimento é uma especulação de retorno financeiro.
Os grupos econômicos assim, transformam um país em um mero campo de
negócios, e determinam indevidamente os rumos da nação e o destino do povo.
Uma reforma eleitoral e política é urgente ou seremos sempre reféns de pseudo
políticos e dos desejos de seus investidores...
Da forma como está, não somos um povo livre, somos apenas, como o gado
para as especulações do mercado.
ralleirias




Exultamos

E de dentro das tripas da besta...
Exultamos... Oba! É sexta!!!
ralleirias


quarta-feira, 13 de maio de 2015

já passou...

Já imaginou como é um navio,
mar afora, vagando vazio?
Carregado com um tempo que já passou...
O vento soprando nas velas...
Assim como o tempo,
esta nau, nunca mais voltou.
ralleirias


sexta-feira, 8 de maio de 2015

um ramo de relevância...

Dizia do todo, um pouco de nada, e nisso, tudo!
Nas poucas palavras dum palhaço cabeçudo...
E cabia ali, assim nas entrelinhas, toda sabedoria,
de tudo que ele também não dizia...
Será que o palhaço não sabia?
Que no silêncio, também como no nada
reserva-se toda a sabedoria guardada?
Como tem má fama a ignorância...
Mas, vejam... É dela que brota o saber,
como um ramo de relevância...
ralleirias- fragmento


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Toda estatística, toda pesquisa é 'fabricada'...

Toda estatística, toda pesquisa é 'fabricada'...
Isto não desabona de todo a informação, se percebermos que há variáveis sutis,
que podem alterar significativamente os resultados e mascarar os objetivos.

A compreensão sobre as construções destes processos, e mesmo o olhar mais 
atento e treinado de quem às consulta, são fatores importantes à serem considerados, 
pois, um olhar 'torto' pelas vontades do observador, também distorce significados.

Fato é que, parâmetros se arranjam, estabelecendo não só a metodologia mas 
às 'formas' de realizar estas consultas e coletas de dados e o 'onde' e o 'como' 
elas são aplicadas...

A ciência, mesmo com seus mecanismos de validação e controle mais apurados, 
assim como todas as construções e emanação da compreensão humana, não é 
impermeável à malícia e a manipulação... exemplos disto não nos faltam...

As comparações e as projeções à partir de suas informações, ainda que margeiem 
conclusões, que podem ser, na maioria das vezes herméticas aos opinadores, 
nem por isso às invalidam para discussão, como uma amostra, não de resultados 
mas sim, das intenções de condução da realidade...
ralleirias





extintos seremos nós...

A social democracia é fundamental
e talvez a única via que possibilite 
acomodar de forma humanizada, 
equilibrada e sustentável as bilhões 
de vidas que em breve o mundo terá, 
sem que entremos em convulsões sociais 
gravíssimas e causemos o colapso total 
da civilização e mesmo da vida... 

Contudo, terá de sofrer alterações significativas.
É importante percebermos que os recursos do 
planeta não suportam nem mesmo o atual nível 
de consumo e os modelos econômicos vigentes, 
baseados na elitização do poder e no pressuposto lucro infinito...
Pode parecer espantoso para alguns, 
mas o dinheiro e o sistema monetário 
e mesmo o sistema social de subserviência 
ao lucro como os conhecemos, terão de morrer 
para que a humanidade sobreviva. 

A escravatura de fato, ao dinheiro, ao poder elitista 
e a ignorância, terá de ser extinta ou extintos seremos nós... 
ralleirias


quarta-feira, 6 de maio de 2015

Padrão, subserviência aos modelos, significâncias..

O que é belo e certo? 
O que é definido como bom, é como a real felicidade?
Qual a serventia da obediência cega na formação de
uma pretendida realidade? 
Padrão, subserviência aos modelos, significâncias.. 
Afinal, o que compõe a verdade? 
ralleirias




Artificialidades...

Acreditar que o dinheiro, está acima de tudo, é uma artificialidade 
maliciosa, encarceradora e dominadora, para a qual fomos treinados.

Assim, transformando-o num artefato de poder, que é  usado para suplantar 
nossas vidas e humanidade em suas essências, nos separando de nossos 
direitos básicos e naturais.

Lutamos todos os dias com ele, uma luta silenciosa e inglória 
de resistência por nossas vidas, submetidos aos seus poderes e
subsequentemente aos desejos de seus detentores... 

E nos convencem, que mesmo nossas alegrias mais básicas 
são advindas do dinheiro... 
No entanto, o que realmente acontece, é que assim, 
obtemos absolutamente todas nossas frustrações e dores...
Pois parece que já não é mais possível vivermos 
sem  a sua autorização.

ralleirias

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Da aventura...

Da aventura, o sucesso é a colheita, é o desejado...
Mas sobreviver ao inesperado, ao vil fracasso...
É mesmo o troféu mais estimado!
ralleirias


domingo, 3 de maio de 2015

É uma afirmação.

A existência essencialmente é uma afirmação.
E ainda que a identidade seja uma amálgama de reconhecimentos,
sempre é possível, por auto consciência, não só esta auto afirmação,
como também auto evolução.
O confronto com as opções de realidade dos demais, seus grupos sociais,
é assim, mais que um momento de afirmação, é uma gênese de novos mundos.

E nós, que nos imaginamos tão modernos, temos que despertar para o
fato, de que nunca, nem o mais básico direito estará garantido sem uma luta,
nem mesmo estas nossas identidades.
ralleirias -das lutas de classe