quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

chapa quente

Vai pulando na própria chapa quente
e, vem dançando sem se queimar...
Traz passado o presente e futuro
no mesmo passo dum caminhar...
Normal é que seja assim
pros devotos de Shiva...
- das asceses místicas


dispostas

E nas respostas dispostas
ao inventário geral dos problemas,
é muito melhor ser natural do que esforçado...
E nunca omisso e jamais desconectado...
- das lutas de classe

Fogo e fogueira

Vai ser guerra
chapa quente
ou uma guerra fria?
Daí então
todo mundo
é lenha...
mesmo que
essa vontade
não tenha...
Fogo e fogueira
das vaidades
e besteiras
e tristezas
e alegrias...
- das lutas de classe


segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

a grande arte...

A porta está entreaberta...
E podes sempre entrar.
Verdade é como uma descoberta.
E podemos sempre reinventar.
E do medo...
se vence com abdicação
e é como um segredo,
quase igual
ao da sedução...
Do orgulho... é como um fosso
e que sempre é por opção
aonde se faz um mergulho,
pela vaidade e auto dedicação...
Vontade, quando foi aprendida?
Foi antes de reconhecer que é na
serenidade que se escolhe a vida?
Tome o mundo, e faça parte,
Lucidez é a grande arte...
-meta teatro


me concedas

Ainda que tu não me concedas, te amo.
Mesmo que me esqueças, te lembro.
Sempre que tu não me quer, eu te quero.
Se jamais virás, ainda te espero.
Enquanto nem pensas, eu crio,
e quando tu cria, eu contemplo.
E, em todas as tuas alegrias
é que realmente eu me contento.
- Bravo amar


sábado, 21 de dezembro de 2019

Acolho e agradeço...

Acolho e agradeço...
Depois esqueço.
Outro mundo então
surge enfim...
Escolho e padeço...
e mais uma vez
eu esqueço
assim, repetidos são
todos os meus fins.
Mais vidas, surgidas
mais mortes sentidas
tudo honro, mesmo
o que não existe
ou o que insiste...
E essa, e outra vez,
e mesmo o meu fim.
- meta teatro



eu sou

O eu sou, é um caminho
de verdade e de vida...
Também é a fonte de
todos os meus enganos,
e é a minha senda preferida.
Eu sou é quem te ama,
e também quem te odeia...
eu sou, sendo como a coisa mais 
bela, a mais terrível e a mais feia...
Eu sou e insisto no meu caminho
assim, sou minha perdição, e nunca,
nunca desisto de criar minha ilusão...
e da luz na verdade nisto,
também sou a sombra e a confusão...
E de tudo então, eu sou nada
sou o todo, mas quase mudo
por palavra proferida
mentira sustentada
e verdades realizadas
por espada e escudo...
e ora sou o sim
e ora sou o não
como sou o espaço
e sou o silêncio
que permitem
toda a criação...
- das asceses místicas



sexta-feira, 29 de novembro de 2019

todos os ases

Do meu bando,
todos os ases morreram,
restou eu, e minhas memórias
e um estranho mundo lá, afora...

Morreram pelos séculos passados,
em glórias e derrotas de si próprios.
Deixaram realidades legadas nos sonhos,
e quase nenhuma história...

Assim, também marco o fim dos meus tempos,
e a morte aos meus sentimentos, é enfim a hora,
chegada é a minha derradeira estória...

E como eles, parto eu, e morro,
mas renasço, e de novo, aqui e agora...

- meta teatro


E eu vivo e vivo

E eu vivo e vivo
e de ti eu sei, então que
eu te preciso e preciso...
Mas quem quer a felicidade
busca também a verdade,
e assim, não serve-se ao amor
dependente...ou  da vaidade,
por não condizente,

Sofro ainda assim de paixão
que no querer de todo o amor,
invade qualquer coração.
vai-se a paz e o presente
às vezes causa-se dor

- aonde está o blues



resposta?

O que faz a qualidade real do instante?
Consciência, presença, lucidez,
percepção, imaginação ou resposta?
Faça sua aposta.
- meta teatro



se em palavras

Olha o pensamento...
se em palavras,
veja que à outras ele atrai,
se em sentimento,
vê como ele vai,
olha o fluxo
observa quando intensifica,
e quando se esvai...
se compreensão se forma e
tolda o momento,
em ti, e se entra e se sai, e,
se passa, se fica, se sobe e se cai...
presença, também é consentimento
percepção, no desejo então se apraz...
quem pensa o que pensa
é o mesmo que nota,
e quem decide que assim se faz...
- das asceses místicas


novo sol

Um novo sol está embrionado,
nascendo novamente, ressurgido,
e revitalizado, limpeza de tudo,
um ponto firmado.
Seu coração receberá mais desta luz,
acordando consciente dos seus sonhos,
esteja alinhado...
 - das asceses místicas


Cercaram

Demônios cercaram o inferno, 
e já cobram pelo passe de entrada... 
e a cada dia a fila aumenta em 
candidatos, numa longa e infinita 
estrada...

Demônios cercaram o inferno,
e lá, andam de terno e gravata,
e aplicam e apostam tudo o que 
produzem, naquilo mesmo 
que lhes dana e que os mata...  

Demônios cercaram o inferno,
e querem exclusividade...
Matam, esfolam e apropriam-se
de todas as possíveis liberdades...

Demônios cercaram o inferno,
pois assim, fica bem mais seguro.
Gradearam as janelas e portas, e há 
cacos de vidro e arames farpados
pontiagudos, sobre os muros...

Demônios cercaram o inferno,
E ali compram, vendem 
e prostituem, as suas 
próprias almas...
Pançudos, vão devorando 
e remoendo rancorosamente
seus sentimentos, de forma 
horrorosamente calma...

Demônios cercaram o inferno,
Para odiar, torturar,  
e massacrar e ferir...
e nada sem permissão
deverá entrar, e também,  
jamais alguém que entrou
poderá sair...

Demônios cercaram o inferno, 
e já cobram pelo passe de entrada... 
e a cada dia a fila aumenta em 
candidatos, numa longa e infinita 
estrada...

- das lutas de classe


de cabeça

Se jogue de cabeça
e viva seu carma...
pois não importa
o que aconteça,
em alguma hora
vem teu dharma...
E sinta e
chore, e ria
contente-se
e se aborreça
mas não
esqueça
tudo vêm
da suas
vontades
criadas e
significadas
nessa sua
cabeça...
- meta teatro

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

de nada

Ah que
vontade
de nada.
Como sombra
que não foi
projetada,
brisa que nem
foi soprada,
ou palavra
jamais
falada,
como coisa
nunca
inventada.
-meta teatro




sempre um mundo melhor.

Quando encontramos alguém que nunca vimos,
contudo, estamos profundamente conectados e sintonizados,
grandes momentos são possíveis, para os dois e portanto,
para toda a humanidade.
Quando dois assim, sentem e pensam unidos,
naturalmente amam juntos,
e então algo muito maior se faz e está presente,
criando sempre um mundo melhor.
-meta teatro





as outras identidades

Tormento, é como pé de vento,
começa como vontade
e vai virando até a identidade,
e seus todos tolos sacramentos...

Vaidade, nem dou bola pra ti,
tanto me judiou, e assim até te esqueci.

Solidão, só e saudoso, te presto conta,
mas é com moedas falsas,
pois cada segundo das saudades
é aonde o presente não conta ...

O que conta,
conta nas verdades,
válidas só até aonde
se possibilitam as
outras todas identidades...
-meta teatro




sétimo selo

Contou-me: Foi nos sete bilhões, 'acho'... 
quando se abriu o tal sétimo selo. 
O apocalipse... Era das bestas reveladas, 
e com milhares de demônios... todos interligados,
os quais perseguem insanos desejos em frenéticos 
sonhos, desenfreados... e compartilhados.
E estão todos chipados. Consegue reconhece-los?
Então, guarda somente para ti os teus zelos...
- Cartoon escrito




tua paga

compra vende
(Uberiza) mundo,
goela abaixo
enfia tua paga
teu dinheiro'
teu deus
teu credo
'eletrônico
unificado'
minguado
já é como
o teu voto
segregado
sagrado
pela escravidão.
tua e a de quem
tá do teu lado..
-das lutas de classe


do que parece

Poder real,
é estar em si.
E é ser na hora.
E diante 
do que parece
ser em ti, 
algo invencível,
aceitar-se e sorrir
percebendo e
se constituindo
num agora.

Poder real, 
é sentir
sem matizar 
nem colorir
mais do que 
naturalmente
aquilo o que 
irá florir...

Poder real,
pois... é morrer
naquilo que
já concedemos
ao nos reconhecer
e que devemos
também um dia
nos vencer...
e assim
ser sempre 
num novo ser.
- meta teatro



Aguarda

Na escolha que ainda é memória,
quem guarda esta estória?
Sacramenta o provimento
dum replicado agora...
Aguarda perda ou glória,
no só cabido entendido
do ato que gera uma
múltipla entrecruzada história...
meta teatro


Percebe?

Agora é o amor. Percebe?
No cabimento da gratidão
de ser, no lugar que nos cabe.
Espaço que se ocupa por
sagradas e silenciosas
dádivas recebidas
do mundo co-criado
de onde surgimos.
Agora, somos o amor.
Opera em tudo, só
sendo o que é...
O espaço aonde
a gratidão do
amor, nos
acontece
na melhor forma
do amor, em tudo...
Agora é o amor. Percebe?
-Bravo amar


é o próprio

Na 'vitória' que
é o próprio agora,
há um carrilhão de força
que reveste-se como o real,
ente lugar fato, o ser é
em sentir-se, neste ato.
- meta teatro


perenidades

Quem estou,
numa identidade
de muitas perenidades
de passagens
por antigas e
sumidas verdades...
Linearidade de eventos,
sentimentos
correlacionados,
em mundos cruzados.
Quem sou, o sentimento,
labareda e rebento
de uma móvel identidade...
quem sou, carrega um arcabouço
de exclusivas verdades
colecionadas, coletadas
em campos
de diversas realidades...
Aonde estou, sinto, sou.
-meta teatro


me diz

Olha nos meus olhos
e me diz,como o meu mundo
cabe perfeitamente com o teu...
e como se pode ser
naturalmente feliz
com tudo o que já se resolveu
transitando graciosamente entre
o que é ora bem ou ora o mal..
e fazendo sonhos
virarem um novo real
e mostrando um ser completo
e feliz, além daquilo o que se diz
ser o perfeito ou o normal...
-meta teatro




além

Se de ti não sou
morto no eu, estou.
E não fui, nem vou
além de quem
pressuponho
que sou.
Nem serei
além do que
nunca
sequer
estou...
E então
teu,
eu
sou.
-meta teatro



fluxo

solto no sentir
de um fluxo
avassalador,
sigo a correnteza
nos rios do desejo
pelo verdadeiro amor...

rendido
à favor das belezas
achado e
perdido
num sonho
de novo mundo
possível,
mesmo sem muitas certezas
cocrio o crível ou
o incrível...
E me sinto
na minha natureza.
-meta teatro

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

me interessa

Tudo nesse mundo me interessa.
Cada detalhada coisa que surja aqui.
Observo e aceito, vejo,
como essa força nos acessa,
e como é só o amor, o que há,
e se manifesta,
percebendo
executando
naturalmente
estas trocas,
sem pressa,
entre o todo e tudo,
mas principalmente,
de ti pra mim e
de eu para ti...
- meta teatro


toda a sorte do mundo...

E quem sabe, toda a sorte do mundo...
talvez seja realmente conhecer-se, e então,
'conhecer alguém que se possa amar, daí, sem restrições...
e que nos ame da mesma forma... e que isso, na humilde
e grata visão de aceitar o que nós mesmos criamos,
assim juntos com o mundo, seja sempre bom,
e perfeito, mesmo nas ocasionais
restrições que o caminho trouxer...
 - meta teatro


O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.

O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.
O passo, o caminho, o destino e a vontade.
O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.
O tesão, o amor, a admiração e a amizade.
O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.
O ato, o lugar, o fato, o ator.
O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.
O agora, o instante, sempre não como o sempre...
e não como o antes.
O grosseiro, o sutil, o secreto e o mágico.
- meta teatro


Tudo, nada, nunca, sempre

Tudo, nada, nunca, sempre
assim, segue a roda sendo girada
Nunca, sempre, tudo, nada,
em cada volta circulada
Tudo, nada, nunca, sempre
caminhante, caminha,
o caminho é a caminhada.
Nunca, sempre, tudo, nada,
iguais forças de contato e
amplidão desmensurada
Sempre, nunca, tudo, nada,
vida, visão, voz e verdade emanada
dentro e fora, ausente, presente
Tudo, nada, nunca, sempre...
mas, sempre tudo, nunca nada.
- meta teatro




todos os céus

Assim então, que todos os céus,
perdoem as nossas tantas loucuras...
e que toda dor passe logo,
e que sejamos supridos
plenamente de nossas necessárias curas...
Pois, aqui, postos,
ainda estamos naquele único tempo,
aonde sempre é o mesmo momento
e tudo o que está acontecendo
é plena gratidão neste espaço,
em ser e aceitar fazer
o próprio mundo e lugar,
de forma firmadora
de, e em uma única paz...

- das asceses místicas


às vezes, é

Palavra às vezes,
é lugar já rendido
palavra pode ser,
como um espaço
dominado
palavra é quase
obrigação de sentido
palavra pode ser
como um campo
minado...
- meta teatro


Não pode ou pode

Não pode ou pode falar
pode ou não pode ter
pode assim, bem observar
e pode até mesmo, compreender
que o tempo irá ou não contar
ou vai mesmo você, lhe dizer
o que ira então continuar, ou parar
se irá ou não voltar, e se fará ou não valer...
E é sim, por tanto te amar
e como vai fazer, e se sentir
é mesmo como o viver...

- meta teatro


preponderante

Movimento, é decisão,
é momento, salto nas vontades...
ao caminho das próprias verdades
nomeia-se, firma-se posta-se
na própria liberdade...
Movimento é parte
preponderante da
própria identidade...
- meta teatro


o amor basta

Há formas de amor...
talvez não necessariamente formulas.
Há normas num amor, e que assim, moldam estas formas.
Que energias valem à pena serem movidas por nossas atenções?
Reza-se tanto por alguns sonhos e parece
que tão pouco é o atendimento às nossas orações...
Buscando firmar amores, mundos, identidades,
nas robustas certezas, sem muita clareza,
de como ou não já vieram prontas as posições
pré formatadas de todas estas decisões...
Contudo, o amor basta, e assim, atende sempre
todas as perfeições.
- Bravo Amar


quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cão acoa, forte.

Cão acoa, forte.
E late para o sul
e então, rosna para o norte.
O nascente já foi
o poente já veio
e todas as latidas possíveis
se dão e darão neste meio...
Cão, late, e acoa, e acoa forte.
Será por medo ou fúria...
das sombras da vida,
ou das portas da morte?
Cão ataca, rosna, acoa!
O cão sabe, que
não há coisa só boa,
e que o mundo vem
só para quem
vai mordendo...
e que todos
só saem desta,
não latindo...
mas morrendo.
- meta teatro

Sky Mojáo Mojojo .

se dramatiza..

É entre 50 60 mil pensamentos diários que a mente vaga.
Entre sete novos, mas repetidos dias
e uma centena de cenários ela se roga.
E utiliza um conjunto de sentimentos correlacionados
com os ambientes que frequenta.
Mais do mesmo sempre aguenta e contabiliza.
Dai o real se faz, e a vida se dramatiza..
-meta teatro



num mesmo lugar

O carinho é fluente para quem conhece empatia, 
também dá capacidade de ter compaixão pelos iguais e diferentes, 
é mais possível para quem acredita nesse negócio de amor real 
que é coisa bem verdadeira, e até muito óbvia, e tá em toda a parte...
olho como todo o espaço e silêncio, se deixam tomar por qualquer forma 
e cor e som, e tons... e qualquer que seja a coisa, eles amorosamente aceitam 
em qualquer vibração e pelo tempo que for tomado..
Acho que agrande benção do carinho é perceber-se no outro,
e então, é ser uno e ser para todos amorosamente em si
ocupando num mesmo lugar amor e gratidão.
- meta teatro


Grosseiro, sutil, secreto e mágico...

Molotov grosseiro,
estoura e ameaça,
ateia fogo, e estilhaça....

Molotov sutil,
a bomba moral, é o
que ascende o pavio...

Molotov secreto,
queima pesados orgulhos 
pífios, mas, sendo discreto...

Molotov, pode ser mágico,
quando explode, longe e fora
de todo esse ódio trágico.

Mas meu molotov,  
é de flor... e eu, 
só o jogaria, pelo 
semeio do amor...
- meta teatro


além,

Existir aqui, além,
e daí, para quem?
Quem é um o quê?
Silêncio, tempo
espaço pra ser...
Um aquilo ou isso,
ou eu e ou você...
- meta teatro

Qual é a pergunta certa?

Qual é a pergunta certa?
Pergunta é como
porta entreaberta...
E quem quer que sejamos
quem nós somos, de onde
achamos que viemos
para aonde pensamos
que já fomos...e ou vamos
Realidade, de e para quem
quer confirmar vontades,
que fazem fatos,
estórias da história
e que engendra verdades
em fracassos, e glórias?
- meta teatro


sonoras

Brilha uma luzinha turva,
nesta mente que graceja tolices
em meio ao breu
das realidades indesejadas,
vai assim, piscando
em suas ilógicas sandices
que nada têm de engraçadas...
Mas, é bem mesmo por isto,
que o idiota, insiste
em dobrar-se em esquisitices
na sua peculiar forma
de dar muitas e sonoras
gargalhadas...
E ele, nem sabe,
mas, infelizmente
é a própria e trágica
alma duma péssima piada.
- Das lutas de classe


é da vontade?

Verdade é da vontade?
O olhar é da vaidade, ou da aceitabilidade
do próprio lugar? E o que pesa na identidade
é algo que está com a posta realidade à confabular..?
Verdade é da certeza, esta que constrói-se nas delicadezas
de tudo que está a se correlacionar... por tanto e por quanto
tempo estaremos ali... em desejar este observar?
Fluência é da humildade de aceitar, da sabedoria elevada
emana lucidez inteligente que não julga ou negligência nada,
se coisa, fato ou gente, sendo ou não realmente
como coisa sonhada, passageira, não perene, diluente...
- meta teatro





O campinho

O campinho não é nosso, nem a bola.
Mas pode jogar... Pode jogar... A regra é a da casa...
Faz um fuleiro futebol meia boca, quebra canela
no arranca toco futebol clube... cumpre as tabelas...
só isso já é futebol. E joga mais quem aposta ...
Joga quem acha que quer, quem pensa que gosta,
e que precisa, joga, quem pensa que joga pela camisa...
- das lutas de classe



num tanto

Num tanto, somos o que nos é dado,
ao virmos ao mundo, e daí, somos
também parte de nossas criações,
assim, somos corresponsáveis
pelo mundo e pelo que cocriamos
para e à partir do mundo...
e assim, somos responsáveis
por partilha-lo com o próximo,
seja um ser ou objeto, forma, 
sentimento ou coisa.
Intrínseco ao existir está o coexistir,
não existimos sem a relação
com os demais agentes do mundo.

Me parece que a partilha necessária,
é também uma expressão de aceitação
humilde de nossas responsabilidades
de cocriadores de nossos mundos.

ralleirias - crônicas das lutas de classe


em camadas

Malaico, tomo tuas falas em camadas
de expressões semi conscientes nos
jargões do cotidiano...
Vejo a prosa concatenada
com estes interesses
não teus e, tão desumanos...
Ali, acolá... vê que caçam sentidos?
E daí, vontade própria é vício morto
deste mundo que já foi perdido...
Herdaste um agora' impositivo,
dum real não teu...
aonde a tua atenção se dissipou
e nisso, se converteu?
Daí, só saem ou passam
palavras, na maioria rasas, e
outras, desprovidas de real
teor vivo, que falam de lugares limbos
ocultos e labirínticos, de um ente
dissolvido e sem mais sentidos...
Vê, por tua liberdade,
presta atenção na tua fala,
e se não for tua, cala...
E cava fundo nova vala
como sutil trincheira da verdade
não pra esconder algo nela,
mas pra enterrar as falas das maldades...

ralleirias (Das lutas de classe)



Só o que pode?

Só o que pode?
Será sentir?
E daí, fazer ou permitir...
Se porque pode,
pode é porque já existe?
Criar daquilo que veio antes
mas, durante...e pode livre ser,
e pode não ser...contudo,
faz-se dum molde
do que ainda persiste...
E é do que pode parecer.
Pode porque quer, e
por que gosta, pode.
E pode quem pode
quem não pode
se sacode..?
Pode com poder
de quem..? Rendido
naquilo que quer
ser deste ser, mas,
nem pode ser além...
Só o quê, que pode?
Será que pode
um real poder..
Ou pode,
só num
'porquê'...
-Das lutas de classe


dizem ser,

A certeza... dizem ser, o primeiro elo do real posto,
e assim, faz-se também como a estruturação do próprio engano.
Daí, vontades discorrem em atos e por isso, fatos,
e constrói-se assim, todo o cotidiano.

- meta teatro

Dedica-te

Dedica-te a ser.
Aceita, agradece,
assim, manifesta o amor.
compartilha,
e eis que ele cresce.
Humilde aceitação
e entrega do teu labor.
E das tuas trilhas.
Manifesta a compaixão
deixe estar e faz o bem
que caminho certo
ou errado não há,
e não tem...
sem haver
o depois e o além ...
Manifesta a tua história
Tua presença atenta ao
instante sagrado
no abençoado
momento do agora.
- meta teatro


domingo, 2 de junho de 2019

dizer um Não, e negar sobre

Tanta coisa pra dizer um Não, e negar sobre ti,
que nem sei como falar, muitas já contei,
até algumas já me esqueci,
mas, pra começar, Não existem outros olhos
como os teus, um é o meu sol e o outro é a minha lua,
nem há boca que seja tão perfeita e linda como a tua.
Não Tem sorriso igual nos mundos que conheço,
e Não, tua beleza não tem fim nem tem começo.
E não nego que eu paraliso quando tu passa,
e que cada gesto teu, é divino e é pura graça...
Não, jamais houve igual, fêmea tão valorosa
e resolvida, que vence e decide sobre todo bem
e todo mal, deusa musa e diva geradora de tantos
amores e senhora de muitas Vidas...
ralleirias - Do amor em saga





a qualquer hora..

Honro o nascente
e honro o poente,
e honro ao sul e ao norte,
também honro acima e abaixo,
lá e aqui, e dentro e fora,
e na vida e na morte,
e honro-te mesmo além do tempo,
e honro-te em no que for o mundo,
e ou a instância e a qualquer hora...
Honro, com o meu sentimento
mais profundo.
- das asceses místicas