terça-feira, 15 de dezembro de 2015

sonhamos sonhos iguais?

Sou sempre eu sonhando contigo
ou é tu sonhando comigo?

E no meu sonho, sonhado por ti...
E no teu sonho, sonhado por mim...

Tu no teu sonho, sonha comigo,
sonhando contigo, que sonha assim...

Eu no meu sonho, sonho contigo,
sonhando comigo, que sonha assim...

Sonhas, e eu sonho,
que sonhamos juntos,
que sonhamos...

Mas, sonhamos
sonhos iguais?

E mais
sonhos,
mas...

Eu, entrei no teu sonho
pra te libertar...

Te livro agora
deste sonhar.

E comigo,
tu livras, teu
eu e eu de mim...

Deste meu eu
de ti pra mim
deste teu eu
de eu pra ti
tu e eu
teu, meu.
Nó dos nós.

Pois a posse
maior do eu
é o seu
próprio
fim

num fim de
propósito, de
princípio e fim
pelo seu findar.

e o
sonhar
é assim,
fim
sempre
num
recordar
renovar?
posto um
inovar,
cria-se?

Assim
o criar
é também
um fim

Sonhamos
assim?

ralleirias - Das lutas de classe


terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Toda ilusão, não é ignorância?

E se,
todo o mistério, 
segredo e culpa 
fossem apenas ignorância ...

Toda ignorância é instância
se há instâncias, há caminhos.

E se,
todo o mistério, 
segredo e culpa 
fossem apenas caminhos ...

Todo caminho é vontade
se há vontade, há desejo.

E se,
todo o mistério, 
segredo e culpa 
fossem apenas desejos ...

Todo desejo é sonho
se há sonho, há ilusão.

E se,
todo o mistério, 
segredo e culpa 
fossem apenas ilusões...

Toda ilusão, não é ignorância?

ralleirias




quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Construção...

Como o sagrado que está
dentro de uma prece
tua roga
gira a roca
da realidade...

Desejo
configura a verdade
dádiva
emana da invenção...

Vem ao real o fato.

Faz-se matéria da intenção.

Conclui-se o existir neste cume?
E palavras, têm um único gume?

Real nenhum,
deixará de ser construção...

ralleirias - Meta teatro


                                                                         

indecência é poema

Poema é vontade
vontade é palavra
palavra é necessidade
necessidade é dor
dor é da sorte
sorte é destino
destino é saga
saga é estória
estória é memória
memória é desejo
desejo é identidade
identidade é poema...

Poema é orgasmo
orgasmo é morte
morte é costume
costume é verdade
verdade é estrume
estrume é vida
vida é indecência
indecência é poema...
ralleirias - Meta teatro


A sincronicidade no real...

A sincronicidade dos eventos, 
parece que se apresenta apenas acompanhando o imaginário... 

Que tempos são estes, onde pragas, parasitas, fascistas e seres de todo o tipo, 
tomam dimensões monstruosas e invadem nossas vidas, 
pelo nosso entendimento e com o nosso consentimento, 
sobre o que deveria ser o real...

ralleirias



ser um ninja

Praticar compaixão
por quem nos odeia, 
perdoar quem nos agride, 
esvaziar a mente, 
reconhecer pensamentos alheios 
e vontades impostas pela mundanidade,
e que transitam despoticamente 
como se fossem naturais e nossos...
Focado no eu, emanar-se no todo...
Sereno, safo.

Esta prática perfeita é o equivalente 
a ser um ninja, em comparação 
a normalidade ...

E falar, é infinitamente mais fácil...

E, mesmo analisando o problema
como se estivesse num nível mediano
de complexidade, ou seja:

Praticar esta liberdade
que o budismo ensina 
é na verdade, uma transgressão 
em relação à qualquer cultura...
ralleirias




Culmina

No auge, peça de máquina...
Engrenagem desgastada,
padrão em constante obsolescência.

No pico, giro alto,
todo o tempo com pouco tempo.

Daí, culmina que tu morre,
quebra, funde...

Morre tentando viver.
Tu sucumbe no desgaste de tu ser.
À poucas braçadas, bem perto da praia,
depois de todo o imenso esforço.

Culmina que cai tudo,
e bem na tua hora,
porque gente como tu,
só tem que se lascar.

Culmina que tu cai de cara e te quebra,
sem apoio, fica no chão, vítima, calçada,
capacho, pedra no caminho...

Culmina...
No topo da montanha de lixo.
ralleirias (pérolas duns sapatos)


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Contos da nova velha república I

A fila, cada vez se formava mais cedo, e na sua grande maioria,
eram parentes de políticos 'autorizados' pelo governo central
que costumavam se amontoarem por partidos coligados, havia um
certo 'rugido mudo' no ar, as diferentes facções entreolhavam-se
com um visível ódio...

A menina gaga cega, ungida e abençoada, como era conhecida,
 costumava não errar nas suas profecias, e principalmente
sobre a vida na 'corte'...

E se acontecesse o desejado e bendito vômito sagrado, então!

Era o mais esperado, e o quanto mais fossem certeiras e rápidas
as suas golfadas,  assim seria também a 'graça alcançada', e viria..!

Se vomitasse em jato, diretamente na cara do sujeito, daí, diziam
que a benção seria dupla! E mais importante seria o cargo
ou conquista na corte que aconteceria...

E ela era certeira...

Ela previu a guerra civil (velada) de 19, e a ruptura do estado democrático
de direito, forçado pela união das direitas golpistas de todo o continente,
que massacraram os direitos civis, criando estados totalitários
e assassinos.

Previu a intervenção sorrateira do ''império'' monetarista, e após,
previu também a sangrenta guerra continental pelos recursos naturais,
de 21 a 25.

Também o extermínio secreto, orquestrado pelas elites
através das febres, da violência e da esterilização em massa,
aplicadas contra as populações mais pobres e
habitante dos lugares de interesses econômicos 'estratégicos'
dos grandes conglomerados e transnacionais.

Previu a onda de intolerância generalizada, o neo fascismo que se instalou,
como cultura de domínio até o fim, apoiada por fanáticos religiosos
e oportunistas gananciosos...

Previu as massas de ignorantes úteis, nacionalistas de ocasião,
em turbas vândalas, batedores de panelas, com suas vontades induzidas
de forma remota e midiaticamente acionados como exércitos de flash mob...

Previu a comercialização de alterações genéticas humanas, como upgrade
para readaptação dos seres reciclados, aprovados para operarem temporariamente
nos mercados emergentes de alta tecnologia, do novo mundo 'oficial'.

E também previu o fim das populações em estado de pobreza, pelo que ficou conhecido como
o 'auto-extermínio por incompatibilidade'.(...)

ralleirias(Contos da nova velha república I - fragmento)


imagem : Kim Basinger em 'Cool World'

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

indigente...

Tuas mãos,
podem ser como facas.

Tua voz, soa como sino.

Não é o teu elo,
aquele que justamente
puxa a corrente?
Entregue, sincero!
Coerente.

Não é a realidade,
de dada objetividade,
aquilo que mais suga o teu tino?

Tuas vontades,
podem ser cárceres...
O mesmo do teu amor, teu fado,
no teu programado destino...

Tens a vida toda endereçada,
está tudo bem na tua frente
mas, do real amor, desinteressado
libertário, por teu coração temerário
estarás sempre indigente...

ralleirias

E, a vida é bela?

E, a vida é bela?
Não é uma mentira
que a vida é bela?
Terás talvez um ataúde,
cercado de velas...
E, só é saga, que,
se não vais
tu sangra,
segredos de morte
sanhas, enredos...
Um vasto colar,
de miçangas de medo.
E destroçado,
em teus sonhos, ao fim,
devorado inevitavelmente, serás...
Mas, ainda assim, viva,
o tanto o quanto
fores capaz...
ralleirias


domingo, 29 de novembro de 2015

um olhar infinito

Havia um cego cantando
e era um blues o que ele ia tocando
para todos os que o quisessem escutar:

'Se só existimos por nossas mentes
e cada um, carrega sua cruz...
Se há inferno e somos os agentes
então de onde vem esta luz?'

Cantava com um olhar infinito
nada nunca vi ou ouvi de mais bonito!
E ele chorava, e continuava
cantando este lindo blues...

'Sonhei!
que ti perdi
sonhei
Em horas mortas
Sonhei
Então morri
sonhei
morri sem ti
sonhei
morri e senti
sonhei
que te perdi
sonhei'
(...)ralleirias (Das escórias dos desejos)

Mas não é!

E parece
tão pouco...
Mas não é!
Não é que, 
o que implica 
em amar, 
é uma 
amostra 
legítima 
de fé?
- Bravo amar

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

mundo inobservado...

E é o olhar...
É nele, que residem o compreender,
o ceder, o crescer, o amar e o viver...

E o olhar, não se pode escolher..?

Viver a própria história, é preciso.
Vive-se momento à momento....

Mas, acontece do máximo possível
ser um esperar, talvez,
dar tempo ao tempo...

E assim, às vezes, podemos fazer muito pouco
pelo que amamos, e nós inclusos...
Muitos desejos, dão em mundos confusos.

Pode ocorrer, de ante ao olhar,
surgir um mundo inobservado
pronto a se revelar...

Ou d'outras tantas paisagens ilusórias,
e todas sobrepõem-se...
Compulsórias.

Sobra o quê nas nossas realidades..?
Legitimidade?

Aquilo que desejamos,
naquilo que enxergamos,
fica tudo misturado...
Dentro e fora, mesclado.

Defina então o que é ... 'própria' vontade...
e agora, redefina esta complicada realidade,
que se deforma e conforma em crenças,
veja, na frente da sua retina,
não são apenas avenças?

ralleirias -meta teatro
Crédito na imagem.

tão perto

Olho o infinito,
está tão perto

E é de um silêncio brutal!

Único destino certo
Onde dilui-se
o bem e o mal...

É como o vazio
que permite as formas

É na linguagem,
a mãe das normas

Como onda

Num vem e vai...

Não o toco,
mas,
respiro ...

Não sou
o que entra
Tudo sou
do que sai...
ralleirias
(o nome disto é esperança?)


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Dos dogmas que encarceram a realidade, o quanto há de verdade?

Dos dogmas que encarceram a realidade, o quanto há de verdade?

imagem: © Ilhan Marasli

Os nossos horizontes

Quer mesmo, dar
asas ao destino...?

Olha através do teu tino,
mas, descole-se
um pouco
de si....

Aonde vou,
apenas eu sei,
e saberei,
mas...
Ainda
será aqui.

Será que este,
não é mais um lugar
que eu mesmo criei?

Esse tu, que
também já fui eu,
e este nós,
já padeceu...

E de todos estes entes,
tão transitórios...
Qual restará por aí?

São mesmo os nossos horizontes
                  tão externos à nós?

Alguém nos empresta
um quorum para razão,
esta, que por nossa voz
tem vazão?

Em verdades de imbróglios,
o viver
não trata-se de lealdade ao ser...
pois ser, não é apenas estar...
tem mais à ver com migrar,
e mudar...
permear, evoluir...
e muito mais
com o morrer...

Como morre
o um
da semente,
quando então
onde brota
sempre, o um novo
e assim, outro ente
de horizontes
crescentes.

ralleirias

Imagem : Michael Vincent Manalo,
The Earth Room, 
Digital Mixed-Media, 2010

a luz dum sol, como um sorriso!

E tenho feito,
mesmo, tanta coisa
quase sem pensar..?

Vivido 'perigosamente'...

'Perigoso' é para mente, transitar
em qual lugar?

Toda instância não é como um imaginar?

Andar na beira de tantos abismos,
fazer absurdos mergulhos às cegas.
Correr feito um louco, pra alcançar
paraísos... e o que parece pior:
Viver de sofismo...

E eu confesso, às vezes,
tenho perseguido horizontes
até cair de exaustão...

Fiz besteiras aos montes,
dei chiliques, fiz pataquadas
e afrontes
incontáveis vezes
desafiei sozinho a multidão,
que ainda bem, me ignorou
em sua 'comunhão'...

nu, eu, abraçado aos joelhos
e com um olhar vidrado
passei dias num cantinho,
como encantado...

Perdido, chorei sujo, no chão,
inquieto, sozinho, desconformado...

E em público, fiz papelão,
tudo que um louco não poderia,
e tudo que deveria.

Obediência é servidão!

Não deixei barato
quando era o que servia
e fiz quase sempre
o que não podia...

Eu pirei na palhaçada,
e então entreguei tudo
por merda,
por coisa pouca
e quase nada ...

Eu tenho amado
cada besteira,
pedrinhas empilhadas,
curtas e compridas
flores feias
não desabrochadas,
palhinhas flutuando na água,
cisqueiras multicoloridas...

Tenho observado tantos
os cães e os gatos de rua,
e lhes tenho tanta admiração...

Observo eles,
daqui da lua...
E com rara
percepção.

Também, pela madrugada,
saio para abraçar velhos mendigos
dou-lhes o que tenho,
não sei sequer seus nomes
e nem me importo
que não sejamos realmente 'conhecidos'.

Somos um só na estrada,
todos temos um umbigo...

E só por isto,
já podemos ser amigos!

E às vezes, somos...
e rimos do mesmo mundo caótico,
e à noite, corremos junto
os mesmos perigos....

E... é loucura,
sentar para conversar
sozinho?

Não!
Éramos ali, eu,
o sol, o céu e o chão!

E isto, nunca me pareceu
tão pouquinho...

Me disseram
que eu fiquei louco
e não dei aviso...

E eu, nem ligo,
dei-lhes e dou,
a luz dum sol
como um sorriso!

(...)
ralleirias (dos nexos servidos)

créditos na imagem

só sabe o que dá nas propagandas...

Teco - Tia Aimara, este outro é muito melhor, é que ele tem 5 mega pixels, tv digital
e tem também transmissão buferizada e em streaming.

Lili -  Tia Aimara, o teco, nem sabe direito do que tá falando!

Teco -  Sei sim tia Aimara, a Lili e que não sabe e não entende de nada
do que dá nas propagandas, e só sabe as coisinhas que ensinam no colégio!

Lili - É Teco? E tu nem sabe as coisas do colégio, e só acha que sabe o que
dá nas propagandas!

Tia Aimara - Teco, Lili... eu acho que, quando a propaganda
ocupa um lugar importante, como o que é para ser da educação,
esta ocupação é uma transferência indevida do poder sobre a autonomia
das pessoas,  porque destas transferências podem resultar empoderamentos
ou esvaziamentos estratégicos que moldarão não só as vontades
de qualquer ente, mas também e principalmente os seus destinos no mundo.

(...)
ralleirias (Das lutas de classe)

O natural

Nestas inglórias conquistas deformadoras

em sustentações sobre e anti humanas

para estados não naturais,

para não haver confusão,

eis uma simples definição...

O natural, é o que não requer 
esforço artificial.

ralleirias

terça-feira, 17 de novembro de 2015

investe

Capital?
Vai que a corda rebente capital..!

E se ninguém mais puder, capital?

Como é que faz?
Vai que ninguém mais acredite?

E se ninguém mais quiser, capital,
pra empurrar, pra socar mais,
como é que faz?

Capital? Tá dando muito na cara, capital!
Tá pegando muito mal!

Continua assim, apostando a mesma moeda velha e podre
de exército e religião, quem é cara, quem é coroa então?
Ela não vale nada e custa muito!
Impagável, implacável!

Tu te acha o dono do jogo..?
E todo mundo, cada um de nós,
entra com as suas próprias vidas...
Só vai lenha no teu fogo?!

Capital, sobre a liberdade, a independência,
parece que ninguém mais entende bem o que é,
mas, já manjaram que não tem nada a ver com
toda esta tua indecência, capital!

Capital? Talvez tu devesse ser menos especulativo
nestes mercados de risco,  principalmente risco de morte,
de vidas inocentes, capital! Vidas dos outros capital!
Vidas são mundos capital, te manca louco!

Capital, que palhaçada é este de juros e mercados futuros?
Trilhões! Não existe espaço nem tempo pra isto!
Como encarcerar riquezas nisto?
De onde? A conta dá 'maior' que um planeta,
que nem é e nem nunca deveria ser teu!
Mas tu foi lá, pegou tudo e fodeu!

É bem esta porra,
que também tá ralando tudo capital!
Pô! Excesso, não pode capital !
Desequilíbrios propositais, nunca capital!
Especulação, jamais capital!
Não mais, não!

Vamos parar com esta putaria sádica capital!
Masoquismo não é ideal de mundo!
Foda sem consenso é estupro.

Quem sabe tu foca em novas idéias?
Ousa de verdade...

Talvez, com algo do tipo:
Cidadão forte é em si, o próprio estado...
ou, assim, se ele é forte, faz um mundo forte!
Livre, faz um mundo livre...
Não é que cidadão bom é mundo bom,
que é mundo forte?
E dá pra combinar, que bom é do bem!

Capital, investe em gente,
em humanismo, em arte,
em matriz energética de energia limpa,
em autonomia dos cidadãos, é o tal empoderamento...

Capital, já não dá mais cara!
Te manca meu!

Muda tu, e em teu nome,
reforça em ti bons sentidos
muda tua vida, deixa desta loucura,
te humaniza!
Pois pela lógica, só
com o bem se capitaliza...
(...) ralleirias
 (Das lutas de classe)

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Cala a saga!

Cala a saga.
Nada há ,
nem tempo,
senão
nas palavras.

Cala a saga,
o mundo
é tua fome,
tua língua,
e prova
e fala
és assim
a praga.

Cala a saga,
medo e morte
vida e norte
não há, mas
fazes estrada...

Cala a saga.
Teu único real
lugar
é no silêncio
Cala a saga!
ralleirias - Meta teatro


sábado, 31 de outubro de 2015

pilhas...

Na noção
do que é liberdade,
inclui-se
a construção de sua
própria identidade
e inclusive, daí,
o desejo de ir
até estes lugares,
que assim,
sem você,
nem teriam
'quórum' suficiente,
para existirem...
Potências móveis
transitamos no mundo
constituindo múltiplas
existências...
E, como portadores
do combustível
deste sistema,
somos assim,
baterias...
As suas pilhas.
E, uma vez
sem carga
(dinheiro, poder ou vontades?)
nosso destino, seria
o descarregamento
e a descarga, no lixo...
ralleirias - crônicas das lutas de classe



quarta-feira, 28 de outubro de 2015

... é

Só é feliz quem sabe o que não é, e não quer algo ou alguém...


Ainda o impossível, nem sempre impossibilita o possível... é impossível.
ralleirias

Caos helicoidal da entropia

Caos helicoidal da entropia

Ascende é cerne, existe.
Logos lobo...

Devora o nada
digere tudo
escreta o todo

Afloram dai tempos
estofos e quase realidades
recheios para subjetividades
rajadas raras mais ou menos
impregnadas de proto eventos...

Lança em riste, então:
Alcança, força, rasga,
interfere, cria e insiste!

ralleirias


terça-feira, 27 de outubro de 2015

é um conceito....

Inteligência é um conceito.... 
manifesta-se de muitas formas,
a lógica e a racionalidade lhe prestam reverências,
mas não a contém, e nem a detêm exclusivamente... 
O próprio caos e aleatoriedade são referências comprobatórias disto.

domingo, 25 de outubro de 2015

procissão de sacis

A meia noite
no mato
acontecia
uma inesperada
procissão
de sacis...

O que viu o rito
não entendeu mais
do que era o mito...

Foi pro fato
do fado
daqui..?

Saltou
o saci
que
o viu

subiu
por ali

e depressa

cruzou
por aqui

Folharada
espalhada

poeira e
galhada...

árvore caída

pedra rolada

riu alto
assim

e zuniu

confusão
e fim...

e então
sumiu

enfim...

Tomado
um tombo
no mato,
saiu
manco
de fato..
foi a
tonteira e
a bobeira,
foi crendice
e besteiras,
foi ilusão..?

E Saci, assim,
não é também um
tanto disso..?
Saci num não, que é sim
Saci, num sim, que é não...
Saci, não sei se há, e se há,
se sabe, e se sabe que sabe,
que eu sei... que o Saci que sei
sabe o que eu sei...

Mas,
foi sonho
ou foi fato...
ou ato?
ou só ilusão
e confusão..
Saci sei
é redemunhão
de fato e ato
e ilusão, justo
como eu pensei...
(...)
ralleirias



Já contei este sonho terrível?

Já contei este sonho terrível?
Eu era você, você era eu,
e perguntava eternamente:
Já contei este sonho terrível?

(...) ralleirias - infernos.


domingo, 11 de outubro de 2015

Central do Carma Informa: aviso 3

Central do Carma Informa: aviso 3

Você já sabia de tudo, sim!
E foi por isto,
que resolveu esquecer...
ralleirias

Na imagem: Sísifo

apenas resultado.

Dicotomia causal, não há bem não há mal... apenas resultado.
Causa e consequência são variáveis calculáveis? talvez não.
mas são sim opção e construção...
Ou não?
ralleirias

historieta!

Um rato/humano enorme
gordo e hedonista
escondido em seus conformes
na toca, longe de toda vista
gargalha de felicidade...

Sente-se o maior do mundo
o melhor da cidade!

Mas, na verdade, está ainda lá,
deitado bem em sua valeta.

E também, ele vaga na borda da realidade...

Pois, acha
que está se vendo ,
agora, lendo
esta historieta!

Será que o contrário
poderia ser verdade?

(...)
ralleirias






sexta-feira, 9 de outubro de 2015

permanente

Reparou como o tempo,
parece algo que brota mais,
quando a vontade urge?

Percebes que
não é exatamente
do sol
que uma sombra
surge?

E cada vez que despertas,
ali, há a semente do eterno...

Viu, que o silêncio 
não necessita
de céu ou 
de inferno,

ou do nunca,
ou do sempre...

há com ele
um algo
que assim,
não sendo,
é pois, só o
permeante
imanente... 
permanente.

(...)ralleirias



quarta-feira, 7 de outubro de 2015

em algum lugar...

E... 
pois bem,
espero
a minha alma 
voltar...
Tão certo
de que 
tenho uma...
E que ela,
está em 
algum lugar...
ralleirias - Meta teatro


o que se dá...

Agora acho,
que do amor,
verdadeiramente,
só se tem 
aquilo que se dá...

De resto,
é imaginação
 (e talvez hormônios, que rimam com demônios... )

Assim, irrelevante
seja talvez
a verdade
sobre
a reciprocidade ...

À partir daí,
e... é bem como
o cúmulo do egoísmo
e ingenuidade,
também
achar ou dizer
que o azar
é daqueles
que não nos amam...

Pois, se há o nosso amor sincero...

Qualquer afirmação
torna-se
desnecessária,
e um tanto
irreal ... 

ralleirias

é quase indetectável

A verdadeira maldição
(ou seria benção?)

é quase indetectável:

O tempo,
não passa,

ele...
nos 'acomete'

com as nossas
             próprias existências...

ralleirias

imagem: Escher Droste

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

singularidade

Estar 
além do espaço
da mente,
é possível ?

Um consciente,
onde não nos situamos
apenas como persona,
e sim, como
observador silente
no todo, mas,
não condicionado 
aos eventos..?

Teremos então,
liberdade
ao contemplar causar
potenciais multiplicidades
de tudo, mas, daí,
como singularidade
permeante 
do todo
e do nada,
sendo assim, os
contendores do próprio
indivisível?

(...)ralleirias


História, de fato é lucidez

História, de fato é lucidez, embora o próprio universo
da linguagem à encarcere...

O ponto de vista de quem conta uma história,
condiciona ela, será compreendida por quem
tem as mesmas referências e percepções...
ou então, pode ser aceita apenas como estória.

A lucidez não está na observação do ato, pois este,
é muito mais um meta-teatro que a própria realidade de fato,
fazendo com que a geração de realidade, seja causal,
e portanto, uma construção que não tem um compromisso
firme com a verdade...

Isso poderia explicar, o que torna os sentimentos tão poderosos,
que, mesmo sendo intangíveis, acabem por conduzir a história e
o mundo, e assim, sua compreensão e seus rumos...

Então, a lucidez ocorrerá para a mente, se esta, aguçada,
obtiver claramente a percepção da autenticidade de origem
de cada pensamento, e de posse deste 'poder',
controle e gere bons sentimentos.

História, de fato é lucidez, embora o próprio universo
da linguagem à encarcere...

ralleirias - Meta teatro

Quantum?

Um só sonho sonhava,
e nunca acabava,
pois, sempre mudava...

Milhares de sonhos
enquanto o eu
ainda não cabe,
não sabe, há?
Aconteceu?

Um nunca não acabou,
mudando não começou...

Um sonho... Um sonhando?
O que, como, quando?
Quanto, um? Quantum?

ralleirias




o motor

o motor
às custas
da não correção dos
desequilíbrios,
da exploração
pelas fragilidades,
fabricando faltas
fomentando carências,
que ainda destrói o planeta
mói até os nossos ossos,
visando apenas o lucro,
da especulação gananciosa
como fonte de poder,
se retroalimenta
na opressão
o motor
- das lutas de classe


(...) ralleirias

Epistemicídio

Como derradeiro 
castigo infligido,
pretende-se, na negação,
muito mais que impor
um desconhecimento
compulsório
a outrem ou algo, ou coisa...

É então, um impingir também
algo como um mecanismo
de nulidade quase absoluta,
e só não total,
dada à própria
necessidade da
existência de negação.

O impossibilitar
da formação histórica
do existir e
do compor mundo...

Sentença de morte
decretada
para os desafetos
da realidade desejável

Num detestável
anulado.

Inexequibilidade lógica
nexo inato

(...)
ralleirias (Das lutas de classe)



Aquela velha história da roupa ao avesso...

Aquela velha história da roupa ao avesso...

É que ele dizia, que sempre usaria, pelo menos
uma peça de roupa virada ao avesso, sempre!

E que isto, era parte de um acordo,
um 'pacto' que ele tinha com a morte.

O dia em que estivesse tudo absolutamente,
cabalmente certo com ele, ele morreria,
disse que prometeu, jurou isto pra ela.

Pois, afinal, algo que se encerra, acaba...

E ele dizia, que se esforçava muito. mas, como não tinha certeza
sobre o que é 'perfeito', assim, usava preventivamente,
pelo menos uma peça do vestuário virada ao avesso,
como um 'algo' ainda para resolver, uma espécie de
'pendência técnica', que disponibilizará um pouco mais de tempo
pra verificar se realmente o fim deverá acontecer, algo assim,
como uma última olhada, uma última chance...

e, corre o tempo... corre 
e vai até que tudo morre...
E assim sentia, que a morte também 
os visitava todos os dias,
matando as coisas mais corriqueiras
e os mistérios mais profundos
em todas as horas, minutos e segundos...
Para não se sentir enganado por ela,
todo dia, contabilizava o que auferia da vida,
pois parecia que dela, só havia saída...
-No eu de ontem, naquele que fui, e no ontem
em que foi o eu, o que foi que morreu?
Foi então, que uma coisa estranha aconteceu,
quando, no meio do inventário do que deveria 
ser a morte, a continuação da vida, percebeu...
Ela migrava na mudança, carregada de continuidades
a morte e a vida e o nunca e o sempre, entrelaçados
numa dança, equilibram-se, em sincronicidades...
Assim, restando um tempo sempre presente,
que é o tempo da mudança aonde são e estão 
constantemente misturados nas inseparatividades...

(...) ralleirias' - meta teatro



quarta-feira, 16 de setembro de 2015

impercebível

Não percebeu,
que há
um além 
de perceber-se,
que está antes
da percepção...
também todos
não perceberam,
então..
pois estavam
percebendo-se...

E quem teria 
a capacidade,
de olhar além 
do próprio umbigo?

Alguém correria 
tal imperceptível
perigo?
o impercebível

ralleirias- meta teatro


vencedor nas coisas em que não deveria

Queremos mesmo,
um mundo,
que é vencedor
nas coisas em que não deveria,
que moi os ossos das pessoas,
visando lucro,
e conta-se isto como alegria..?

(...)
ralleirias - Do Rabo do Diabo - fragmento



qual for o tempo

Esteja aqui, seja em qual for o tempo...
E ao olhar o passado, legitime este momento daqui.
Ao projetar a vontade, construa sua próxima realidade, 
um além, o lá, o futuro... apenas à partir daqui. 
Será verdade, se for de inteiro sentimento... 
Sua atenção dará o consentimento, mas, daqui, deste momento... 
O tempo acontece, mas sua história, é você quem tece... aqui.
(...)
ralleirias

os porquês inventados

Sendo os porquês inventados, 
assim, o propósito da vida, então, 
precisaria ser explicado?

Mas, dum grande logos de nada, 
foi criada?

Meu tempo, é um rebento lógico
como vento, um acaso pródigo...

E sempre nesta rotação, desenfreada.
Luz e sombra, nada e tudo e... nada?

A realidade percebam, 
aconteceu à um segundo...
Então, fazendo um agora tardio, 
não perdemos o mundo..?
ralleirias - meta teatro





domingo, 6 de setembro de 2015

a narrativa real

Revelada fosse, a narrativa real
do que está acontecendo...
Será que entenderias?
O sistema está se alimentando.
E ele está te comendo...


sexta-feira, 4 de setembro de 2015

'A RAIZ DE TODO O MAL'

que uma cédula pode representar? Como está escrito na 
cédula: THE ROOT OF ALL EVIL - 'A RAIZ DE TODO O MAL'...
Ou trabalho, poder, riqueza, civilização, tempo, liberdade, vida,
autorização, cumplicidade?
Parece bastante ingênuo, querer atribuir à uma única coisa, 
todo o mal que paira sobre às nossas cabeças, pois, 
há toda uma dinâmica de sustentação deste mundo torto, 
que é fabricada pela obtusidade dos avarentos sistemas econômicos 
que suprimem direitos sagrados das vidas das pessoas, destroem 
o mundo, mas, em nome, não apenas do lucro, mas sim da ganância 
especulativa sem limites... e até mesmo, em nome de nossas identidades... 
O problema, talvez, seja a nossa seminal e estruturante estupidez...


sábado, 29 de agosto de 2015

ciclicamente...

Como foi
no teu último
segundo?

Estavas pensando
em quê?

Inconsciente ou
com lucidez?

Foi como um, 'tudo de novo'?

Ou foi um 'nada' outra vez?

O todo pulsa, em tudo e nada
no sim e não, e até na parte
que já 'era' dum instante...

Parece haver, um paradoxo
compartilhado, talvez,
pela vida e a morte:

É que nada dura para sempre...

Talvez, estas duas, não sejam
diferentes, sendo uma coisa só...
Que, como quase tudo,
existe ciclicamente...

Como foi
no teu último
segundo?

ralleirias



sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Migramos

Migramos em mudanças,
carregadas de continuidades,
entre mortes, criamos espaços
para novas vidas,
fazendo assim, o nunca
entrelaçar-se com o sempre,
desequilibrando-se eternamente,
...restando num tempo,
este, que é o sempre presente,
o tempo nascido de mudanças
e assim, segue
constantemente...
ralleirias

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

empapuçado

Pois, é que sempre tem...
este padronizado 'eu',
viciado em satisfações de vontades 
que nem são suas, 
e que sempre vai estar empapuçado demais, 
das coisas erradas 
e muito carente de outras que nem precisa...

Este 'eu' assim, errado, 
sempre durará em colapso, 
mas, só enquanto as fomes do novo eu incompleto, 
não lhe finalizam....

ralleirias

Imagem : Satoshi Kamasutra

domingo, 16 de agosto de 2015

intangíveis construtivos...

E pode-se dizer muito sobre a fé...
Dom imensamente subjetivo...
Nega-la também é uma grande falácia,
tal qual é, a fé cega... Pois, todos sabemos
que de fato há, intangíveis construtivos...

ralleirias -Meta teatro


o repertório

Praticar com fidelidade,
o repertório que foi
desenvolvido por outros,
como se chama?
Me falaram, conivência...
Achei que enxergara ali,
algo como um franco interesse...
Posteriormente vi servidão,
para além da leniência das avarezas,
mas, mais claramente revelou-se então,
inconsciência e vil escravidão às certezas...
ralleirias
Imagem: Simon Prades

sábado, 15 de agosto de 2015

mania

Esta quase mania,
da vontade,
dum olhar lúcido,
por dentro das palavras
do acoar os seus sentidos...

Separar-lhes nos fios que tecem
os significados, que sempre
são apenas 'quase definidos'...

Este puxar e chacoalhar
a misteriosa roca
que está à lhes fiar...

Percebi:
Ela também é pra fazer
e construir todos
os sentidos, em um
mutável significar...
ralleirias


muito além

E das certezas que são fronteiras, assim como as identidades,
o medo, não é só barreira, protege também certas vontades...
Decerto que a tal vida mesmo, tem outro nome,
na esfera intangível, e é uma palavra indizível,
para algo que significa:
'verdadeira liberdade´muito além da ainda formada realidade'  
(...)
ralleirias




sexta-feira, 14 de agosto de 2015

microondas

Ressonâncias especiais, descobertas num futuro possível,
transitam por radiações de microondas emitidas
por fornos domésticos, assim possibilitaram
o envio de mensagens através do tempo...

Ágeis investidores, logo bolaram um sistema de codificação
para as suas especulações de poder e lucro, esta esperada
falta de escrúpulos, provocou um caos inesperado,
e que jamais pode ser compensado, criando
um dissolvedor temporário das barreiras contentoras
dos paradoxos do real, do factível, do inverosímel
e do impossível...
Entrelaçando repentinamente mais de um agora,
mudando assim eventos e extrapolando mesmo
o conceito de incerteza...

No colapso das identidades,
e intensificados num turbilhão
nos repetimos por tantas vezes
que chegamos novamente
até a primal singularidade,
num agora inconstante
que é eterno e randômico ...
looping, como antes...
(...)
ralleirias


terça-feira, 11 de agosto de 2015

as nossas vidas....

Acho, que enquanto os detentores do capital forem os reais senhores do sistema eleitoral, estaremos sujeitos às regras da especulação econômica pura, onde só o que dá lucro serve... e assim, é como um vale tudo...
O capital pode hoje, formar um exército de deputados e senadores, para proteger seus interesses, já vemos esta prática, faz tempo...
Desta forma, o governo não conseguirá tratar apropriadamente de governança e nem se posicionará como estado legítimo, pontuando presença em áreas estratégicas e de interesse humano e nacional, sejam elas culturais ou mesmo econômicas, nunca...
Sempre à serviço da busca do maior lucro, para suas facções investidoras, grande parte da classe política loteia assim, nada menos do que as nossas vidas.... 
Estão nos roubando em nosso maior patrimônio, uma história digna como povo.

Crédito na imagem.

domingo, 9 de agosto de 2015

acuando

Achei que o cão, estava perdido.
Mas, na verdade, estava filosofando.
O mundo, parece não fazer sentido...
Será que é isto, o que ele vive acuando?
Um sentido, que reclama em latidos...
Quer detê-lo, e o pegar encurralando!
E o mundo, não tem que ser contido..?
Até quanto, e até quando?
(...)- ralleirias-

Imagem Ski: Codinome Tesouro Negro

sábado, 8 de agosto de 2015

A beleza nos é infligida como nácar.

Vida, trituradora de existências...

Veste-se como eflorescência servida

E quanta insistência...

Tão sofridas
são as resiliências...

Reveste-nos por isto,
às vezes, com as mais
lindas vidas...

Hão de ser trituradas
novamente, e
reabsorvidas...

Então, ressurgem mais lindas
e com tanta, tanta vida, que pouco
nos importa se sofridas...

Na nossa natureza, voltamos à lida.

A beleza, nos é infligida,
é como nácar.
ralleirias


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Esteja avisado...

Ao ouvir o sincopado
de meu latido encadeado...
Ao que corre, correrá ou correu
sesse agora!
Ou corro e o pego eu!
Esteja avisado...
(...)- ralleirias-



Sky 'codinome' Tesouro Negro :D

vitorioso.

Por dentro, eu ri... me sentindo vitorioso...

Desconsiderando que era mesmo um idiota obcecado,
um fodido por aquela ideia maligna que me permeava,
e assim, aleijava a razão e os sentidos...

Alegre escárnio da vitória, duma birrenta sede de vingança.

O ódio, tomou minha vida,
como a sua principal causa...

Não, não foi o contrário...

No primeiro instante que eu odiei,
para sempre eu me perdi.

ralleirias (Do rabo do diabo- das maldições- fragmento)



Imagem "LOL" 2015, pencil on paper, 25" x 34", ©Laurie Lipton

terça-feira, 4 de agosto de 2015

não existo integralmente

Sei agora, que não existo integralmente, não como supunha...

Somos projeções sobrepostas, por nossas compreensões 
sobre os papeis que ocupamos, diante dos nossos olhares 
e dos olhares de nossos contemporâneos... 

No entanto, somos um ente diferente, 
para cada um dos diferentes observadores 
desta corrente comum de existências... 

Somos assim, múltiplos em diversas realidades paralelas... 
Como amores, carrascos, heróis, vilões... 
Exercendo os papeis de personagens principais ou coadjuvantes, 
e às vezes, simultaneamente. 

Assim, estas tantas camadas de existências, 
ainda que condicionadas ao quorum que nos contém e compreende,
longe de representarem um encarceramento, 
são uma prova incontestável da liberdade absoluta, 
e da capacidade de nos tornarmos o que for necessário 
para nossa evolução ... 

E este, é o motivo maior, porquê creio então, 
que a felicidade sim, pode ser uma questão de escolha... 

ralleirias - meta teatro


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Demônio principal...

Meu demônio principal,
já se chamou medo,
depois
se chamou ódio,
também
o nome dele,
já foi o
prazer,

só que era uma máscara
de culpa,
e que também se apresentava,
até como amor,
outrora, então
passou a ser ignorância,
depois
teve o nome surpreendente de
sucesso...

Ele, é só uma entidade birrenta
e desaforada,
e que fica irritado
quando não encontra um suprimento 
suficiente de felicidade, 
e ele é bem estúpido, pois
sempre procura nos lugares errados... 

Meu demônio, já não usa mais disfarces,
eles desmancham-se
como as aparências, são impermanentes...

Agora, resolveu seguir sem nome,
pois ele sabe que as identidades
são todas provisórias...

e num espelho,
ele próprio testemunha
a sua transitoriedade,
e sofre,

pois sabe
que nunca 
vai alcançar 
o desejo 
de não ser

e que as suas identidades 
móveis, sempre
transitarão neste inferno,
entre suas vergonhas e 
infelicidades e suas 
inglórias certezas...

ralleirias - Do rabo do diabo

créditos na imagem

sábado, 1 de agosto de 2015

milagres mágicos

(...)Não é um problema a roda girar, se está andando...
A evolução é assim, repete-se naquilo que funciona bem.
Eficiência, economiza recursos, reduz esforços e tempo.
Competência é então dádiva que abre possibilidades de
florescimentos únicos, como os seres pensantes,
e de milagres mágicos, como a tal felicidade também...
(...)
ralleirias (Do rabo do diabo - fragmento)


Crédito na imagem

sexta-feira, 31 de julho de 2015

desnecessário

Escombro de um desejo louco, o herói conquistador
é uma presa de seus sonhos, devaneio duma
soberba de um ideário bélico desnecessário
baseado na covardia da imposição do próprio poder.
(...) ralleirias- Das lutas de classe