sexta-feira, 30 de março de 2018

É pagar para ver...

Seria justo
mesmo sem
querer amar...
Acontecer de
se apaixonar...
E daí desejar, e
então se mobilizar
e se converter, e
daí se conquistar
e se convencer
que vai dar,
desta vez o amor
é tão mais real
e vai acontecer
e de verdade
irá vencer...
É pagar
para ver.

ralleirias - Meta teatro impondo ficção na vida alheia.


Na firmeza

Na firmeza
pedi certezas
para assim saber
desejar.

Na firmeza
perdi as certezas,
pois vi que
não às há..

Na firmeza
pedi então
para lucidez
brotar...

Na firmeza
perdi desejos
bem forjados...

Dos que não
mais irão
enganar..

Na firmeza
fui firmado,
e não há pedir
nem precisar...

ralleirias-  Das asceses místicas

crédito na imagem

quinta-feira, 29 de março de 2018

tanto querer...

Incomoda o não estar,
e o não saber
o não poder ouvir,
e nem poder falar,
o não poder tocar,
não sentir,
e não ver...
Incomoda o não ter
e o não dar,
e o incerto tempo
de tanto desejar
e nada poder.
Incomoda,
tanto querer...
ralleirias- das lutas de classe




terça-feira, 27 de março de 2018

Uns sins e uns nãos?

Em sins e nãos
pela observação, 
forja-se o tempo 
num existir 
que constrói 
'um' intrínseco possível, 
nalgum devir?

Pari-se o tempo em conceito, 
da observação 'em' movimentos,
seriam 'existires' entrelaçados 
na percepção da 'forma' que molda-se 
ao espaço, este mesmo, que lhe 
dá a permissão... Mas, o que faz
um gabarito de compreensão?
Uns sins e uns nãos?

Como o nunca e o sempre 
equilibrando-se em opostos 
ocupam semelhante função
nos todos existires, e em sins e nãos...
Por qual permissão?

No limbo bardo da presença 
não notam-se as 
nenhumas ausências.

Aonde há vontades, 
devora-se referências.
Como ergue-se o ser 
em formadas concupiscências...
por tantos sins e nãos, e
em bênçãos e maledicências...

ralleirias - Meta teatro - impondo ficção na vida alheia






sexta-feira, 23 de março de 2018

leve

O jaguar pisa leve,
ao coração adentro,
parece estar espreitando meu tempo.
A atenção espalhada pelo espaço
e instante, eis que se expande,
atinge uma rarefação
no todo permeante.
Pulsa o coração transpassado
pela vibração da terra.
Voa acima, aos céus,
levando minha mente,
o gavião que varre todos
os horizontes fazendo
do agora, um provimento
imanente...
ralleirias- das asceses místicas


faz outra saga

Do fogo e cerne da pedra e da terra,
da água e do ar, há um espírito que emana...
Uma vontade urge e evoca lidas de sagas heroicas
em roldão eterno e circulante que eclode
em vidas como em chamas...

Milhares de entes errantes, entre existires
sagrados, fazem mundos emaranhados, desejados...
Destino assim é causa, cumpre-se a sorte,
vem para vida, chega a morte...
segue ao acaso, faz outra saga,
vence batalha, morre de praga...
E nasce de novo, e tem outra vida,
morrer novamente, adentrando ao inferno
e do paraíso fazendo saída...
Num então, toma jeito, mas,
lamentavelmente decai...
Eis que entra de novo,
mas de novo, sai...

Do fogo e cerne da pedra e da terra,
da água e do ar, há um espírito que emana...
Uma vontade urge e evoca lidas de sagas heroicas
em roldão eterno e circulante que eclode
em vidas como em chamas...

ralleirias- das mortes não morridas


quinta-feira, 22 de março de 2018

é tua sorte

Bélico coro que luta
por amor e verdade.
Já em ti não cabem vaidades,
o desapego é tua sorte,
já não temeis nada,
pois o brilho da vida,
traspassa qualquer saga...
Segue pois, sem mágoas,
que em meio a tantos oponentes
não haverá sequer um inimigo,
enfrente-os e ajuste-se a todo perigo
não temeis um instante a sorte ,
em tal destino decidido e liberto,
seguirás sempre do justo ao certo,
rumo ao teu norte...E assim,
tudo passará, até as mortes...
ralleirias -Meta teatro - impondo ficção na vida alheia


esferas incomuns

Outros mundos e esferas incomuns de relação com o universo. 
Mudava a linguagem, tinha então, outros cabelos, outras curvas, 
e outra sagrada beleza singular e ímpar, era outra deusa, outra diva. 
As mesmas lutas, a mesma força, a mesma nobreza, a mesma santidade. 
Já tantas estações na busca do amor que está espalhado pelo mundo 
em pedacinhos, tudo junta e converte em outras alvoradas, abençoadas 
e outros lindos crepúsculos com o seu mágico cadinho...

ralleirias- Meta teatro - impondo ficção na vida alheia


nem sei se é o certo...

Amo tanto, que nem sei se é certo...
Longe ou perto, o peito, pulsa agitado,
que até engasga a voz, num sin-co-pa-do
tudo de uma vez... numa louca lucidez.

Amo tanto, que nem sei se é o certo...
Todas as horas estão cheias de devaneios
sobre as lembranças do que aconteceria,
se um dia eu a alcançaria...

Amo tanto, que nem sei se é o certo...
Parece estar tão perto...
mas, o fato, é que tudo mesmo,
até o amor um dia acaba, e
nada é tão certo quanto um fim ...
Mas, me entrego com alma plena assim,
na doação do que posso, em minha
humilde posição, de um servo
numa paixão, que sinto abençoada..

Amo tanto, que nem sei se é certo...
Contudo, a paixão sempre fala mais alto
que a razão, e assim para um coração
apaixonado o mundo, e seja o que for,
e mesmo o amor, sempre, como tudo
pode também ser reinventado ...

ralleirias-- meta teatro - impondo ficção na vida alheia
(fragmento)

terça-feira, 20 de março de 2018

Na sucessão de eventos

E destes tempos que passam
pelas palavras, como momentos
e perpassam o agora,
transformando-o
assim desde o outrora,
em todas as 'tuas' vontades...


Se jogada qualquer luz
numa aparente realidade,
então, dá para dizer como foi
que se construíram estas todas
outorgadas verdades?


Na sucessão de eventos
qual encadeamento faz
'o legítimo' real em qual
determinado fato, e que
surge de qual originário
e primeiro ato?


ralleirias - Meta-teatro -impondo ficções na vida alheia.


derradeiro norte

De todos os meus pontos
sempre sigo o mais forte.

Nascido na caminhada
vou como todos,
até meu derradeiro norte.

Forte agora estou nas minhas vontades
feitas sempre sobre as novas realidades...

E meu tempo é como um rio que para lá corre
vai para a mais provável das certezas,
e é só aquela que não morre...
ralleirias - fragmento - das mortes não morridas


poucas imperfeições...

E há poucas imperfeições, notei todas,
vi nenhum defeito, procurei...
Bem sabe mais do que fala...
E fala muito, quando cala.
Tal beleza não acidental
transpassa o natural
num viés forte do sagrado.
E emana forma de graça viva
na perfeição esculturada
de uma Deusa e de uma diva.
ralleirias -








segunda-feira, 19 de março de 2018

mais longe...

E agora mesmo...

A paz de um samurai
e um coração de monge
com alma de um jaguar
abarcam o horizonte...
Mas o amor,
nos leva ainda mais longe...

ralleirias -das lutas de classe


e a passos largos

Vinha a razão vaga em marcha,
gritando lógicas transpassadas por falácias...
E de outra direção e no mesmo sentido,
vinham o significado efêmero,
querendo perenidades iguais
nas crenças dos tolos ocasionais... 
Veio também de outro costado o sentido pífio,
de impermanentes significâncias
ancoradas em fugidias ânsias, 
e a passos largos, mais de uma vez
no ralo  morredouro de assuntos tolos
corria ao encontro de todos a estupidez ...
ralleirias -das lutas de classe


sexta-feira, 16 de março de 2018

sumiram

E sem os teus sorrisos, as cores sumiram, 
não há mais horizonte, não , não há mais 
esperança, não sinto meu coração, acho 
que já não há mais vida... sinto que é tarde, 
é muito tarde, percebo que lamentavelmente 
o amor perdeu, e a dor definitivamente 
ganhou, o mundo assim, acabou.
Não há mais um agora e são outras vontades
 alheias ao existir digno que oprimem, já são 
outros ventos, e nenhuma glória se fará, felicidade
 nenhuma há agora em nenhuma instância, a dor 
se espalha, e é irremediável nesta solidão 
avassaladora e cortante que para sempre imperará 
pesada, na força do esquecimento, nunca existimos 
e jamais existiremos ... 
ralleirias
- das mortes não morridas


quinta-feira, 15 de março de 2018

e consome...

E não sei porque, nem por onde, 
vem uma saudade imponente 
que chega e não se esconde,
resistente, resiliente, intransigente.
E é um tempo, e é um ente, 
é um momento, uma mente,
e é um sentimento... 
E eu nem sei do que 
nem de quem, 
mas não some,
e assim consome,
do antes ao agora 
e além ... 
ralleirias - Das mortes não morridas 


Como conter...

Como conter...
Quando brota, verte,
e como água, escorre por toda parte
vaza por todo lado,
feito gravidade que sempre vence,
se reinventa e se converte
expressando-se também como arte,
é como coisa que a tudo pertence,
tal como o ar que nos circunda
coisa sagrada e profunda
emana em intensidade
e faz semeadora razão
de leveza benfazeja
e toma a mente
e o coração?
Como conter...
ralleirias


quarta-feira, 14 de março de 2018

estou teu.

Para sempre, agora,
estou teu.
Mas, não acabou-se minha vontade.
Pois urge isto como incrível liberdade
de eu, ser teu em pura lealdade
e em propósitos abençoados eternos d'alma .
Para sempre, agora,
estou teu.
E em todas as vidas e personas,
servo fui, sou e serei.
Teu Amor, me concede ao acompanhar-te
neste teu existir sagrado e lindo
e pleno e livre...
Para sempre, agora,
estou teu.
Surge um sol em mim, radiante
nos teus sorrisos, que me traz
força de infindáveis vidas em nós.
Para sempre, agora,
estou teu.
- Bravo amar

terça-feira, 13 de março de 2018

Não e sim, sim e não...

Não e sim, sim e não...
Não é quase tudo ilusão?
Amor e ódio, um afeto perto,
ou só uma solidão...
não e sim, sim, não...
na presença que falta
na ausência que acompanha
na omissão e nas campanhas
por atenção... é não ou sim...
sim e não? Que vai e vem
e fica e sai, abandona e escolta
e nunca veio e sempre volta...
Não e sim, sim e não...
Não é quase tudo ilusão?
(ralleirias - onde está o blues)




mede o afeto

E assim, se mede o afeto, pode não ser amor...
E, se mede a certeza do gostar, pode ser medo, 
e desta forma, importar-se demasiado com as reciprocidades, 
pode ser então, apenas parte duma dedicação a uma fome de atenção ao ego, 
e aos próprios interesses, idealizada pelo imaginário sobre seus merecimentos 
casuais e causais ... 
e pode ser que a vontade formada na ilusão, assim, transforme-se 
em cárcere das crenças soterradas neste pobre imaginário 
de mundo e destino e do que é amar...

ralleirias- 


sexta-feira, 9 de março de 2018

nunca mancha...

Na forma das vontades,

moldadas em passageiras instâncias

às vezes cabem Inverdades formadas

em mundos fictícios e com encarceradas relevâncias...

Sem o olho, não há miragens, o espaço aceita o molde,

e um espelho, com as imagens, nunca mancha...

ralleirias -Meta teatro -proposições para o impossível crível)


quarta-feira, 7 de março de 2018

tem grassa

Eis que nada que passa, tem grassa
não sem ter que significar...
Não, nada que passa tem graça
enquanto você, lá, não chegar...
Causa é vontade, consequência é linguagem,
caos é verdade, dor é mensagem?
E é assim mesmo,
nada que passa tem grassa
e não é de graça, pois eis
a desgraça: significar e não notar...

ralleirias- das lutas de classe




terça-feira, 6 de março de 2018

Tua fala

Tua fala, é acordada?
Tua fala leve e esperançada...
É a tua fala revoltada
fala alto, até calada.
Tua fala, fala verdades?
E a tua fala, fala quais vaidades?
Fala sério, tua fala, tudo fala?
Fala do querer o apego a própria dor
fala sobre estabelecer regras sobre amor?
fala da saga, fala dum pressuposto
de mundo, que cabe em quais mandalas?
E ali, fala de qual lugar de fala?
É esperançosa, belicosa, e fala, 
tua fala, é mesmo a tua fala?

ralleirias (das lutas de classe)

maliciosamente bem

E não move-se a violência 
maliciosamente bem, 
e em qualquer instância? 
Veja, mesmo disfarçada na linguagem, 
e na velhice e na infância... 
Vê como constrói fronteiras 
assim também, 
estabelecendo tácitas distâncias...

ralleirias(das lutas de classe)


cartum- De Brasi