autenticidade...

Olho essa dor

e eu, 

a vejo 

com amor...

Ainda assim, 

ela dói em mim

e parece não ter fim.

E do propósito, é qual ?

Será mostrar que há um mal,

ou, revelar que haverá um bem?

Mas, quando ele vem?

Quando muda o quê, 

para quem?

Olho a alegria

parece um pouco diferente 

da felicidade...

E essa, exige verdade, 

que parece rimar melhor 

com autenticidade...

E cabem nela também

minha dor, a felicidade,

a minha alegria e o meu amor.

- meta teatro

Solitude

Pode a solitude como um trunfo conquistado, ser para poucos, 

pois só é lugar também possível, atrativo e habitável, 

principalmente à partir de nossas integridades, e quando 

revestidos de nossas forças próprias de equilíbrio, com 

estofos de lúcidas naturalidades...

Assim, seremos como mestres e senhores absolutos de nossas personas 

e de suas vontades, e mesmo que ainda não o sejamos, de nossos destinos. 

E então, se houveram pessoas que em algum momento contribuíram na
criação dessas instâncias em luminosidade, com atos, palavras e gestos, 

e que nos geraram as potências de amor e firmeza, e assim nos inspiraram

tais possibilidades, somos daí, fruto desta soma, e ainda que por ora estejamos

fatalmente desacompanhados, realmente nunca apenas seremos sós...

- Meta teatro

randomicamente reinventado

Sonhamos insistentemente, sobre todo possível à ser sonhado,

sonho que é assim, randomicamente reinventado...

Reconheces os antigos demônios, 

estes, que circulam à tua volta?

E porque continuas à fazer-lhes dedicada escolta?

Agora, eles já tem outros nomes, e ora parecem humanos, 

e então parecerão santos, depois serão anjos, mas, com todos 

os seus dons exauridos... são daí, como deuses caídos, 

e eles foram derrubados por ti ...  são teus velhos conhecidos... 

São tuas decisões? 

O calor de fogo alto e profundo, desta chama que trazes, infinita... 

Veio do mais ardente inferno, aonde queima uma vontade aflita...

Seriam as tuas paixões?

Sonhamos insistentemente, sobre todo possível à ser sonhado,

sonho que é assim, randomicamente reinventado...

- Meta teatro

Eu te respiro

Eu te respiro, em cada pensamento.

E cada sentimento que emano em 

palavras e ou atos, percebo agora 

que tudo está por ti, dedicado.

Eu te sinto, em cada movimento.

Cada momento, me perece tão delicado,

só porque qualquer acontecimento teu, se faz ...

Eu existo mais feliz, vendo o teu feliz existir.

E, quando contigo, sinto a paz se expandir...  

e em amor, eu me abrigo.

E o meu sol, é esse teu lindo e natural sorriso...

- Bravo Amar

grande ficção

 É a morte então, o justo pagamento 

por uma vida bem ou mal vivida...

Onde não há trajetória escolhida, 

isso é apenas a mais pura ilusão...

E de que adianta essa angústia 

que é tanta, pelos sonhos e vontades

se nada é de verdade, está tudo muito 

mais para uma grande ficção...

Mas embora disso saibamos, 

a aflição nunca para, 

até que pela morte 

ela se cala.

ralleirias -meta teatro

da desumanidade

Assim como em diferentes épocas e locais, enquanto não houver conscientização, 

respeito,  justiça e equilíbrio, integração e adequação, assimilação, retificação

e reparação, sobre o que já fizemos no passado, e sobre a forma como 

surgimos, e como e de que forma chegamos até aqui, e como nos 

comportamos, enquanto indivíduos, povo, cultura e civilização, 

seguirão acontecendo esses pulsos mortais e genocidas 

destrutivos, através das expropriações e do desprezo, 

e pela crueldade e pela barbárie, sempre ressurgirão 

como holocausto, ora sobre um ou outro povo, e 

de alguma forma, reproduziremos este mal, 

da desumanidade que recairá sempre

sobre todos nós...

- das lutas de classe

de onde venho

Pensando bem, 

o tempo 

é só o que tenho,

e nada mais além...

E também, é mesmo 

o que eu sou, é para 

aonde vou, e é de 

onde venho...

ralleiras -trimúrti

possessão...

 E é no

momento,

o agir...

Mas também

é o calar.

Então, assim se faz

o surgir, daquilo

que se quer

cocriar...

Surge da sua

atenção...

Pois do instante,

ele pode ser

possessão...

Relevante é

pois assim,

daí, sua justa

ação...

- meta teatro

brecha no tempo...

 Há uma ínfima

brecha no tempo...

Mas, pela qual,

se vê a eternidade.

Fora do próprio turbilhão

de todas as continuidades...

É no silêncio, presente

antes, durante e depois

de absolutamente todas

as possibilidades...

- meta teatro

é um limbo

 Todo desejo é um limbo 

onde nada acontece.

Pois como evento, só é momento, 

no fim das teias que a ele tecem...

Como novidade é instante, 

reverberado, e perpassando, 

mas só pela vontade.

Vontade que é compreensão

com muitas parcialidades...

ralleirias - meta teatro

descontaminar-se

Mais que sempre, lutar é preciso, e sempre será.
E o poder maior contra tudo que está errado, 

de fato, é a consciência pautada na lucidez 

sobre o quê e quem somos e para aonde 

e como devemos ir. 

Da bravura, ela não é o ódio, assim, 

descontaminar-se da reatividade da raiva e do medo,

é o início de uma grande cura, antes de talvez acertarmos 

o passo nessa longa caminhada até nossos ideais...

e que ainda nos exigirá postura e valentia para 

seguir e fazer o que é o necessário, 

inclusive até o que não nos agrada ...
ralleirias -das lutas de classe

envenenado

O sistema está envenenado e podre, a confortável conivência das
castas enraizadas nos três poderes, e de algumas das classes
sociais privilegiadas, nos tomaram a real política, e a
transformaram num instrumento de manutenção de privilégios e de
nefastas diferenças, alijando-a da cidadania, roubaram-na do digno
lugar cotidiano e cidadão. Uma revolução profunda se faz
necessária, à começar por nossos hábitos servis, preguiçosos e
temerosos, que nos colocam como religiosos, covardes e escravos de
nossas ignorâncias, de nossas zonas de 'conforto' e de nossos medos
- das lutas de classe

domínio

Não tem solução para o mundo, fora de mim... 

E posto qualquer lugar de desgosto, 

que saibamos, que para todos nós 

também será assim... 

E aonde uma solução passa à ser 

novo início, e não um fim...

E é no ser, que será na mudança, e como 

ser, será na esperança, onde ser não é como

no amor, ser é furor, como na paixão...

Assim, não há reserva de domínio de um eu, 

numa razão, ou identidade de fixação,

muito menos, decerto, há qualquer mandato

aberto... e mesmo pródigo, lúcido ou lógico, 

que firme-se em um eu, ser em perpetuação... 

ralleirias- meta teatro

A dor

A dor aperta e desespera, mas, a dor nos desperta, e o que temos se não apenas a nós mesmos, para nos resolvermos diante de seja lá o que venha, ou o que seja? Responsabilidade ... a auto compreensão, sobre si, sobre os papeis de vítima ou algoz de si próprio... sobre como nos apresentamos ou representamo-nos diante do todo... tomar coragem, exercitar auto reflexão, e buscar lucidez para atitude,
por amor, ou por dor.... e sempre pela ação.
O medo, sistemicamente, compulsoriamente, serve-se... e pode ser como veneno, que se transforma em nossa medicina mais potente... empurra para um despertar da vontade de emularmos assim a nossa coragem, viver uma vida real e verdadeiramente nossa, fora das fantasias que nos imobilizam nas
impotências plantadas por estes sistemas aonde fomos gerados. 

Nossa dor, assim, oferece também a força para buscarmos nossa liberdade, e realizarmos nossas vidas e potencias como dádivas, para uma colheita de todos os nossos resultados, melhor que sejam bons, e
mais ainda, que nos vençamos nos papeis e nas coisas que não mais queremos.
- das lutas de classe

todo o espaço

É o amor que
ocupa tudo
e todo o espaço
e a imensidão
permite estar e
permanecer
em simples 

gratidão
No sentir
o agradecer
Calar e perceber.
Estar e receber,
basta ser
e viver
então...
- Bravo amar

descaso

A confortável conivência entre algumas castas, perpetua o inevitável mal do descaso social alheio à elas, assim, de uma forma ou de outra, todos sofremos, resilindo impositivamente nas dores e na miséria geral... ouroboros.

- das lutas de classe