terça-feira, 26 de abril de 2022
Nua
os verbos
degradados
sobre os
seres atuais
tão aviltados
que ao que
é o belo
de fato
não o podem
querer,
ou saber
e nem viver
sem os riscos
de nestes atos,
um talvez em si,
morrer...
Pois singelo
é o que é belo
e tão sagrado
o é assim
em apenas ser...
Que em carne
viva
e pele
crua
impõe-se
a beleza
como
nua...
Afrontando
aos feios
tempos
dos árduos
esforços
sem
alentos
e ao
obrigatório
ato de
sofrer...
- Metateatro
domingo, 17 de abril de 2022
Aonde está esta pessoa
Aonde está esta pessoa
que acha que sabe o que é...
tá na mão, na cabeça ou no pé?
Será que está no que faz?
Será que está no que pensa?
Será que está aonde anda?
Mas, tudo isto, como crença...
Aonde está esta pessoa
que pensa que sabe o que quer
e que se construindo nos desejos
vai se afastando do que já é...
E deseja felicidade
e se faz em imaginação
e as verdades faz de vontades
se construindo na construção...
ralleirias - meta teatro
o que espero
Aonde sou o que quero?
Naquilo o que espero...
Então, num ato contra ortodoxo
mas não muy complexo
torcendo-se o paradoxo
extrai-se o novo nexo...
Existir é como só insistir
em construindo-se
se construir...
ralleirias -meta teatro
A poesia já não mais encanta
A poesia já não mais encanta
aos corações e as mentes mortas...
À eles e elas, parecem apenas
amontoadas palavras
torpes, confusas e tortas...
O sagrado amor perdeu
o seu significado.
Parece que foi
desconfigurado...
E a esperança,
então é só uma crença...
Para as mentes
e os corações mortos,
Já não faz diferença.
- crônicas das lutas de classe
segunda-feira, 4 de abril de 2022
não necessitar
Podemos ser realmente escravos de nossos desejos...
mas podemos também desejar melhor,
e por fim, não necessitar desejar.
- Crônicas das lutas de classe
capilaridade
Intrínseco, está o benefício de capilaridade
na economia local,
onde estes produtos costumam ser comercializados e cultivados...
carreiam também trabalho, saúde e felicidade...
E o bônus, é que a vida lhe agradece se sua opção for à melhor,
e também lhe premia se for à mais acertada...
- das lutas de classe
Mas, pode ser
de que estamos em algum lugar, seguros....
ou mesmo que nossas existências possuam uma constância,
em relação à transitoriedade, e mesmo de nossas identidades,
nos mostrem, que o caminho que trilhamos não é um único,
e possui multiplicidade...
o lugar seguro já não o é tanto, no entanto
ele também é uma verdade,
mas verdade apenas num enquanto,
o de nossas transitoriedades...
e os caminhos portanto,
sejam muito mais, nem mesmo um enquanto,
mas sim num tanto de todas as possibilidades...
- meta teatro
uma espécie de liberdade
Mas mesmo aos que negam esta realidade velada,
de que somos escravizados por nossos desejos
de consumir aquilo para qual fomos treinados...
restam alguns argumentos e que de certa forma são consolos...
por exemplo, o de que ainda não chegamos 'lá', não plenamente...
nossos contratos de trabalho, ainda não tem inclusas cláusulas
nos proibindo de suicidar-nos durante o expediente...
e podemos votar naqueles em que o capital
nos convence de que nos representarão
perante os senhores que mantêm a nossa escravidão.
- das lutas de classe
muito próxima ao desejo...
E o desejo, pode ser um mar agitado...
dia de Oxalá
Hoje é dia de Oxalá
O rei do branco
O rei da paz
e o amor que ele traz
é a cura que ele faz
Hoje é dia de Oxalá
O rei do branco
O rei da paz
é a cura que ele traz
é o amor
e é a paz.
ralleirias - aonde está o blues
Me ignore
Me ignore por favor,
pois sou um estorvo
que faz sobre ti,
a sombra das asas negras
de um horrível corvo...
Que te diz tudo, sobre a tua feiura
essa que revela, que tua alma, não é pura
e que ela, assim por enquanto, não tem cura...
dessa soberba que te sustenta
e da integridade necessária
que tu nem tenta...
Abomine-me enquanto pode
neste lugar aonde tua consciência
muy enojada, nunca te acode...
Faz tu, de conta, que eu nem existo
que então eu, faço pouco esforço,
e nem insisto...
Me ignore por favor...
que nestas trevas não há luz
e nem amor... essa é a tua cruz
e essa é a minha dor...
Me ignore por favor...
- crônicas das lutas de classe
emanam em nós...
pois é...
e o grosseiro o sutil o secreto e o mágico,
teluricamente atávicos,
em tudo, nas coisas mais simples,
e no mais complexo,
na confusão e no nexo...
na política, no café e no pão,
no trem bala
e no passarinho de bico alongado...
quando atentos e assim conectados,
emanam em nós...
- meta teatro
E é tudo agora
E é tudo agora e é neste instante,
e nada nunca é ou será como antes...
Somos o tanto que sabemos
e o quanto o que achamos
sobre o que queremos.
Até atenção no seu café...
e no seu pão, e nas suas lidas
em toda a sua vida...
é, ainda é sobre a qualidade
de nossos instantes...
- Meta teatro
todas as suas glórias...
E, se ainda existe ou já existiu
ou talvez num site que ninguém
e definitivamente quando você morrer...
Suas conquistas, doutorados,
ralleirias - crônicas das lutas de classe
estão a serviço
Há um demônio
e é o primeiro
se chama certeza
e tem outro
que se chama beleza
parte fazem de tua construção
engendrados na tua criação
há mais um, e se chama fome
e há o outro que se chama medo
e todos chegam sem alarde
aos poucos te consomem
mais tarde ou bem cedo
há mais um que se chama abandono
e são tão necessários como o sono
muitos são delírios teus
mas todos estão a serviço de teu Deus...
ralleirias - do rabo do diabo