quinta-feira, 30 de abril de 2015

uma força que exala

O silêncio não é exatamente a paz,
mas é como uma força
que exala uma enorme não resistência
e 'onde' assim,  conseguimos não apenas contempla-la,
mas vive-la, mesmo que apenas momentaneamente.
A paz, assim como o silêncio, sempre estarão à nossa espera.
ralleirias


terça-feira, 28 de abril de 2015

Assim, de bate e pronto!

Acho que não trata-se de conquista,
talvez,  seja mais como um encontro,
ou melhor, é como um reconhecimento...
Assim, de bate e pronto!
É... E às vezes, um amor bate tão forte
que ficamos o resto da vida, meio tontos...
ralleirias



'ainda'...

Nossos mundos,
por estarem grudados
nas certezas,
vão junto com elas
se acabando...

E veja que, cada uma
destas certezas,
silenciosamente finda.

Fragmentos destes
mundos velhos, vão-se
com elas também...

E assim, o mundo
se troca,
numa espécie
de 'ainda'...
ralleirias


O amanhã tem potência de surpresa e alegria...

O amanhã, tem potência de surpresa e alegria...
Boa parte da humanidade, vive apenas por isto.
E tenta sempre, mais um único dia...
 ralleirias

Tsar...

Houve este despertar
há algum tempo...
E o nome deste titã é Tsar...
Ele é fúria e descontentamento.

Nas entranhas da matéria,
haviam estes anéis de contensão...
Mas o ódio e a miséria intelectual
romperam esta prisão...

E ele agora, vaga sobre a terra...
Com sete espadas na mão,
alimenta-se de medos e enganos,
e quer a guerra...
desperta a confusão...
Cinquenta e oito é o seu arcano.
E todos os dias, testemunhamos sua ação.

ralleirias(fragmento)



Na imagem, o momento em que despertaram o titã 'Tsar'... e seus 58 megatons.

domingo, 26 de abril de 2015

Processo escatológico (?)

Existirá um momento
no qual se dirá,
que no fim das contas,
parece que é mesmo um profético
processo escatológico,
o que está ocorrendo?

O expurgo final de todo mal...

Defina-se o mal: O mau.

Pois, na loucura da batalha,
que segue encarniçada
direto para um abismo,

nenhum dos lados mais
sabe quem é o bem,
ou o que é bom...

O mau, todos sabem,
pois pratica-se.

Sim, e daí, o mal perderá,
mas, apenas para si mesmo.

ralleirias (Das lutas de classe - fragmento)


-- Não dá! Dá?

Segura o tempo! Segura a vida!
-- Não dá!
Impede o amor de acabar!
-- Não dá!
E isto tudo, sempre girando, dá pra parar?
-- Não dá!
Mas, pega de jeito! Agarra firme o mundo!
-- Não dá!
Tanta mudança! De novo, e novamente...
Dá pra não mudar?
-- Não dá! Dá?

ralleirias (fragmento)


Cinco segundos

Cinco segundos de consciência, não mais que isto.
Investidos, bem mais de cinquenta anos de pura dedicação.
Obteve isso.
Lhe pareceu mais do que o suficiente
pra justificar todo o universo.

- Onde, é quando.
Quando, é quem.
Quem é onde.
Que é também!...
ralleirias (Do rabo do Diabo - fragmento)


várias ou algumas

Esta balança confusa que carregamos
pra pesar os males e o bem que já fizemos,
não há como equilibra-la novamente.
Nenhum bem oferecido, desfaz um mal cometido,
pra dor já sofrida, ou infligida, não existem compensações.
Não, nem que nunca mais se erre...

______________

O 'sempre', pode ser como um lugar.
Instancia onde esta voz,
que concatena às linguagens
pensa que é donde ela fala...
Isso cria um para-mundo
algo que não é, acaba sendo.

________________

E quem não quer amor ?
Só os que não precisam...
Os, um por cento, dum milésimo
das pessoas realmente boas do mundo...

_______________

-- É como uma exigência, pra poder me amar.

-- Eu sou assim! Goste se quiser!

= Mas, assim como?

-- Dum jeito indefinível.

= Como assim ?

-- Assim!

= Como eu ainda não entendi,
posso ir tentando num enquanto?

-- Como assim ?

________________

Não vou ser eu
a te contar,
que teu mundo
já não existe.
E isso parece
bem triste,
mas, já não há mais
como. o 'então' voltar...

Tudo tem prazo
e hora incerta.
Mas, sabe,
a porta está sempre aberta,
e novos mundos
sempre costumam
sair e entrar...
(...)

_________________

Todo mundo ama
todo mundo chora,
todo mundo martela um dedo,
tropeça nas pedras, sente, sofre, ri....

Somos tão parecidos em tudo, quase todos ....

Quais coisas mínimas em nós
realmente compõem,
aquilo que desejamos
que seja um tão sonhado eu?

__________________

Tudo que é lindo e terno...
Sim, tem potencial de céu,
mas, também de inferno...

_______________

Nunca e sempre são duas pontas
duma corda, que nada, pode tocar.
Mas parece que não toca.

ralleirias


delírio poético.

Parecem querer nos convencer,
que a vida só vale à pena,
se for como uma sequencia orgástica de
eventos frutuosos e gozosos...

Como se felicidade fosse uma obrigação,
tivesse padrão, como voto, dogma ...

E como se fosse um falta grave, uma anomalia
ser infeliz. Infelizmente não é. Felizmente!

A felicidade permanente é um delírio patético.
Não é a infelicidade também como uma mola
pronta pra nos catapultar?

Melhor que a felicidade,
seja mais que tudo, delírio poético.
Assim, sempre poderemos criar.

ralleirias


Yidam

Antes, o contato.
Como fração dum olhar.

Mais que imediato e retroativo.

Acontece nos tempos onde ocorrem as paixões.

Daí, surgem as conexão pra mente,
pois o amor, se faz em compreensões
e identidades partilhadas...

Nesta singularidade equalizada,
se farão também às elaborações
de reconhecimento e apaixonamento
pelos corpos, e então, também o meio...

Será daí, formado o receptáculo desta entidade,
assim, mútua, e que a gente quer amar, por bela
às nossas também agora mútuas definições...

Pois, sem este pacto silencioso, como um Yidam
não há tesão, nem mundo ou ente, que se forme, ou dure...

ralleirias
(Yidam =  como 'um ser que é meta' ou uma divindade
inspiradora ao qual o ente deseja se igualar / absorver.)


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Livros, são quimeras.

Também são caminhos os livros
São impressões e vontades...

E há o óbvio, que é serem sonhos.

Também vaidades, e meias mentiras feitas como
verdades não consagradas, e mundos bisonhos.

Há um tando de ser, outro tanto de ter, e
um bocado de querer...

Uma estória é um ensaio, talvez 'prum' teu devaneio?

Mesmo uma história, não é como um conto fantástico
onde tua mente, pode optar por ser o fim, o principio, e o meio?

Livra assim, teu imaginário da obrigação da verdade,
desencarcera?

Mas, sim... Livros, possibilitam novas realidades.

E o que te libera?

Na mensagem, só há novidade,
quando uma outra possibilidade
totalmente pronta, te espera?

O que faz haver verdade?

Livros, são quimeras.
ralleirias

A tirinha é do Ricardo Siri Liniers


terça-feira, 14 de abril de 2015

Há metáforas...

Há metáforas fortes e eloquentes, e algumas nos são tão óbvias,

pois de forma holística, capacitaram-se e prepararam-nos para nos

devorarem nos sentidos que carreiam...

Algumas engolem nossos mundos com suas goelas largas, sem nos

permitir acesso às suas sagradas epifanias.

Estas mesmas metáforas, também ocultam numa vasta bagagem,

novos sentidos, os quais, aguardam serem descobertos pelos seus

observadores, na medida em que estes se aprofundam em conheceres diversos...

Algumas, carregam polifonias desencadeadas por combinações

de palavras impregnadas de sentimentos, trazendo caos e confusão,

mas, não como problemas, e sim, como ingredientes secretos de uma

possível liberação em novas, amplas e libertárias consciências.

ralleirias




sexta-feira, 10 de abril de 2015

paradigma

Um morto se apossou do corpo
e disse, que o nome dele é 'sou eu'.

Uma vontade abocanhou a linguagem, e
o binário dela é:  'comprou', 'vendeu'.

Um 'quadro geral' adonou-se da cena...
Feito pastiche duma época de glórias,
que nunca ocorreu...

E o mundo, confundido, traça vida torta...
Neste enredo, colapsa suas verdades, 
por mortas, e eis que também ele morreu!

O que resta ao paradigma agora vazio?
Qual observador e regra? Tudo sumiu...

Solto no espaço indefinido e disforme,
o paradigma aderiu ao nada,
relativizando-o ... ao 'conforme'.

 Então, Um morto se apossou do corpo
e disse, que o nome dele é 'sou eu'.

ralleirias - crônicas das lutas de classe




extinguir-se-á

Já não restará mais dor.

Do agora, extinguir-se-á todo o tempo.

Então, de nada valerá, mesmo o amor,

ainda que seja, o mais caro dos sentimentos...

Desta forma,
a ordem natural do mundo,

                    dissolverá todas as insistências

     vencerá em todas as sagas de resistências,

                      e extirpará todas as existências.

Não, nem tudo ficará em paz,

pois assim, o nada,
                              não se limitará mais.

E na vida,
          necessitamos
                         simplesmente
                                            tudo...

ralleirias (fragmento)

Imagem: Jean Benner 1836 -1909 - Briseide sul corpo di Patroclo

quinta-feira, 9 de abril de 2015

a resposta

Parece que estamos num momento,
em que as bestas do fascismo atacam em todo o mundo...

E vemos elas, dando manotaços e cravando suas
garras em pontos estratégicos de nossas vidas...

Justamente onde nossas dores e sacrifícios são maiores.

Intentam elas, usarem assim, o nosso desespero, contra nós, e
isto fará o ódio brotar da indignação e do sofrimento, que assim,
entrarão em ebulição...

Sim, estão aqui também, botando às garras em sua
vida, e em todos os seus direitos...

E as nossas respostas, vão definir, quem sabe,
o futuro do próprio mundo...
e talvez, seja esta uma das suas últimas batalhas...

Mas como saber quem sairá vitorioso ou derrotado?

Se você não se transformar naqueles monstros, os quais combate,
o mundo sempre terá ainda uma chance.

Sim, a 'resposta certa',
provavelmente, ela está
na resposta do seu coração.
ralleirias


domingo, 5 de abril de 2015

cerne do carvalho

Toda vez que ela me olha daquele jeito, sequestra minha atenção...
E eu, fico refém das histórias que ela quer me contar...

Ela disse que o meu primeiro coração,  está enterrado dentro de uma
tora de carvalho, e até que toda a madeira apodreça, eu vou ficar
preso ao meu passado longínquo, e na dor de não saber bem, o que é
um grande amor... ela me disse, que isto foi uma maldição e uma punição...

Me contou, que há um mesmo besouro devorando a madeira,
que ressurge geração após geração, para tentar me libertar...
e esta dedicação de vidas é o que nos liga...
Em uma dimensão mágica, ela 'é' estes besouros.

Então agora, finalmente nos conhecemos, pois o besouro, chegou ao
cerne do carvalho, aonde o meu coração está preso...

O amor que ela tem por mim, está simbolizado nesta dedicação
de vidas...Então, ela disse que vai libertar a minha capacidade de amar,
como nunca eu imaginaria...

Não, ela não é maluca.
Ela é maravilhosa...
E talvez, seja também um besouro...

ralleirias - Cartoon escrito






Central do Carma Informa: aviso 2

Central do Carma Informa: aviso 2

Este turbilhão ao seu redor,
é causado
por você estar e 'ser'
um caldeirão,
localizado no centro do inferno.

O tridente que lhe espeta,
também
é feito dos seus desejos...

E este diabo que te tortura...
Em alguns momentos,
ele é você.
ralleirias


Central do Carma Informa: aviso 1

Central do Carma Informa: aviso 1

Basta continuar vivendo
no automático
para renovar sua assinatura.
ralleirias



São dragões... ou serpentes

-- São dragões, às linguagens...
- Dragões?
-- Vivem se empoderando, nestas nossas dependências
em manter o mundo como ele é e está....
Serpenteiam na concatenação dos significados
de cada palavra...
- As linguagens?
-- Os dragões! ... E que são às linguagens... É no que
nos fazem acreditar... E toda lógica é como um rabo de
lagarto, se contorcendo antes do bote que ele dará no final,
e depois da compreensão geral de todos os sentidos...
Alguns são como serpentes, que não mais do que
de repente, nos dão uma picada, inoculando epifanias...
- São dragões... ou serpentes?
-- São dragões, às linguagens!
ralleirias(fragmento)


sábado, 4 de abril de 2015

Não como antes...

Dai, a dúvida foi vencida pelo desejo!
Faz tanto tempo que eu não te vejo...
Tu, ainda me ama..?
Será que eu sou ainda,
o teu melhor amor de cama?
Melhor sermos apenas bons amantes...
Afinal, agora, já não nos enganamos,
não como antes...
ralleirias


Destino pronto!

Assim!
Cospe no meu cadáver inerte,
preso na tua ratoeira, e isto te diverte!
Sim, sou  como rato morto.
Joga minha carcaça no lixo, despreza,
enfim, como começou,
nosso amor acabou:  Torto..!
Fui eu, mais um pobre bicho...
Acreditei em todas aquelas asneiras...
E nos teus labirintos de besteiras, fiquei tonto
Veja só, gata e rato, destino pronto!
ralleirias


Tanta coragem...

O que realmente está por trás de tanta coragem?

E que te faz ir contra tudo, ataca como um leão!

Qual a verdadeira força que te move...

E de que é feito este teu coração?

Não teme as bestas, e contra elas, investe...

Espumando em ira, na fronteira da razão!

Esta loucura, é bem como uma couraça que te veste...

E a besta é tu, só que disto, não tens vaga noção!

ralleirias (Das lutas de classe - fragmento)


quinta-feira, 2 de abril de 2015

Agarrados

É que, na existência,
mudam nossas realidades
mais ou menos,
como numa dança...

E assim, bailam
desequilibrados e bem
agarrados, um ao outro,
a dúvida e a esperança...

Não exatamente como na saudade...
Mas, talvez como numa boa lembrança.
ralleirias (fragmento)

Imagem: La Vie Parisienne 1923 By Chéri Hérouard

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Escaravelho

Onde ela estiver, certamente terá também um destes besouros.
Aonde ela vai, tem de haver um destes besouros... há um no escritório dela.
E haverá um destes besouros, na casa de cada pessoa que ela frequentar.

Quando ela viaja para um determinado lugar, antes, ela envia
para agência de correio local ou mesmo para a recepção de algum
hotel na localidade, uma caixa contendo um besouro,
às vezes, ela telefona para confirmar se a caixa já chegou,
antes mesmo de partir para lá...

Antes de seu nascimento, a mãe dela usava um amuleto de escaravelho.
A bisavó e a avó dela também usavam, e agora, ela usa o mesmo amuleto.

No berçário, após o parto, a avó dela arranjou um jeito de esconder um,
debaixo do colchãozinho dela, e que foi encontrado somente após
ela já haver seguido para casa com a mãe dela.

Tudo isto, foi ela quem me contou, e sorrindo, me pediu para eu não
fazer perguntas sobre o assunto... Me disse que isto era uma tradição
de família, uma espécie de brincadeira...

Daí, ela me entregou uma caixinha, dentro havia este escaravelho verde
metálico, e falou que era para eu guardar num lugar seguro, o qual
somente eu tivesse acesso, mas tinha de ser na minha casa...

Às vezes, parece que o besouro faz barulho dentro da caixinha e logo
em seguida, ou no mesmo dia, ela faz contato ou aparece...

Poderia ser apenas uma impressionante coincidência, talvez seja apenas
minha imaginação, pois, acontece que o besouro não está vivo...

Ela é mesmo maravilhosamente misteriosa...

ralleirias(fragmento)