sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Talvez, a ignorância seja como um destino provisório

Talvez e apenas talvez, a ignorância seja 
como um destino provisório,
pois, compartilha temporalidades subjetivas 
com as realidades passageiras...
Estabelecendo paradigmas 
sempre limitados num paradoxo perpétuo,
onde ela própria atua como horizonte, 
sempre vencido, mas nunca alcançado...
contudo, talvez, apenas talvez...
de forma inconsciente ou não
isto seja desejado!
ralleirias

Ter medo, alimenta o medo...

Talvez o grande paradigma estabelecido
pelo medo, no imaginário das pessoas,
seja justamente esta perpétua conservação
neste estado de refém, aonde ter medo,
alimenta o próprio medo...

O antídoto ao medo, pode ser uma mistura complexa,
pois nem sempre dissipar a ignorância é o suficiente...

Eis que o medo, pode ter uma motivação bastante real
e num perigo verdadeiramente objetivo e pior, efetivo.

Contudo, teremos ainda partindo do conhecimento e
do entendimento das reais ameaças, uma boa chance
de vence-lo... O que me parece bem melhor do que
apenas temer.

Revela-se assim também, um portador de paradoxos o medo.
Como protetor e então propelente para libertação,
agindo concomitantemente como paralisador e daí,
mobilizador na própria ameaça......ralleirias


Imagem: © Virginia Lee -  Tree Girl

Breves e divertidos momentos...

Arte, talvez seja o que pulsa entre
a realidade e a verdade...
Quem sabe é colheita dos
objetivos frutos da subjetividade?
Ou um lugar, onde cirandam
nossos entendimentos e
brica nossa razão,
por alguns breves
e divertidos momentos
fluindo na imaginação...
ralleirias


Há uma espécie de espectro...

Há uma espécie de espectro, ainda que imaginário, onde marcadas
estão as expectativas sobre nossos engenhos.

Sejam eles físicos ou não, há sempre uma esperada ação, reação e
prévio entendimento de função cumprida ou não.

Mas todas as coisas aparentemente reais, sejam objetivas ou
subjetivas, intangíveis ou tangíveis, transitam em outros universos
além do nosso.

Multiversos compartilhados com nossos pares, são assim,
configurados pelas interações de nossos mundos .

E nesta encruzilhada de nossos entendimentos, podem acontecer
distorções do mundo idealizado como real e factível...

Talvez sejam então, estas distorções de nossa expectativas, o que
possibilite um objeto interagindo de forma diferente e com um
elemento inesperado transformar-se naquilo que podemos reconhecer
assim, como a arte...
ralleirias


Imagem: Charlie Waite - Serpentine, Hyde Park, London

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Talvez sejamos instâncias temporárias ...

Essencialmente? Talvez sejamos instâncias temporárias ...
Mas, o que nos diz realmente algo sobre o que somos?

Sujeitos estaremos ainda a relatividade... pois
todo o sistema de medição, talvez seja meramente um
comparativo e portanto restrito estará à amostra, métodos e parâmetros...

Gosto de pensar que a tranquilidade e facilidade de permanecer
em silêncio, e inclusive de calar os pensamentos, pode nos dar
uma ideia ainda que pálida de nossa potencial dimensão do ser ...

Há vastidões e lugarejos... vastidão é como o desapego, e
lugarejo seria como o desejo...
ralleirias


Os pensamentos, andam de mãos dadas com às certezas...

Os pensamentos, andam de mãos dadas com às certezas,
e às vezes, eles correm tão soltos e com um vigor e uma
estupidez tão tremendamente inocentes em nossa mente,
que parecem até como crias totalmente nossas...
ralleirias


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

síndrome de culminância

Há momentos, em que parece acontecer
uma síndrome de culminância.
Nela, vários eventos combinam-se, como se
desafiassem a própria aleatoriedade.
Então, espremem-se ombro à ombro nos mais
absurdos gargalos ...

Coisas como,  quando o 'amor da sua vida' está por perto,
e também neste evento, você está muito atarefado...
Ela liga...Mas o seu telefone, estava desligado...
Lhe esperará até determinada hora em um lugar
para o qual, até você lá chegar, encontrará todos
os cruzamentos fechados...
E então ela 'já foi'...
Mas deixou um recado importante com alguém
que estava ali, e deveria assim lhe entregar,
mas que depois, teve que sair apressado também...

E assim, nos desencontros agargalados
permanecem redundantemente suspensos
também numa pré culminância
os destinos desencontrados...

ralleirias(fragmento)






terça-feira, 28 de outubro de 2014

Quem em sã consciência autorizaria ...

Quem em sã consciência autorizaria o ódio,
como se fosse uma entidade circulante,
e convincente à permanecer entre as pessoas?

São suas as idéias que lhe autorizam às vontades?
De onde vêm suas idéias? Elas originam-se de informações?
Quem ou o que lhe comunica o que você entende por realidade?

A informação precede a comunicação,
que precede o conhecimento, e estas,
precedem à educação, e todas moldam
a cultura, e mesmo a percepção e o comportamento ...

A culpa pode ser um artifício da ignorância sobre
a incompreensão da causalidade...
Toda informação, por relativa, é meia verdade...

Assim o matreiro fascismo, caminha sobre a terra,
destilando ódio e o dando de beber aos incautos,
os tornando seus involuntários soldados...
Mas o ódio faz mal para todos... Não beba!
ralleirias


Imagem: 'viñeta de Chris Ware '

Um ato inexequível...

Fazer  alguém feliz.
e não apenas a si próprio..?
Isto, não é querer ir muito além...
Mas, seria impróprio, de alguma forma também?

Esta presunção de ser
um distribuidor de felicidades...
(ainda que sejamos, talvez...
meros portadores dela)
Não é, como o cúmulo das vaidades..?

A bem da verdade, assim,
acho, que a tal felicidade,
nos ocupa, pouco tempo
e muito espaço...
E pra chegar à ela,
temos ainda que
atravessar a infelicidade,
e às vezes, ela é dura como aço...

A felicidade, residindo estaria
na mesma localidade, quem sabe,
onde também está a utopia..?
É assim que seria?

Então, e não que me pareça
impossível, mas conseguir
de fato, desta forma, ser feliz,
é mesmo quase incrível...

Afirma-se a felicidade
uma imposição,
como um ato egoísta...
O mundo de um só...
não é algo plausível...
mas, quase  um ato inexequível...
ralleirias


Não há e nunca haverá nada de novo

Parece que não há e nunca haverá
nada de novo sobre a terra, além
de nossos enganos...
Enquanto às certezas estiverem ligadas a
temporalidades, finitudes e ciclicidades...
No entanto há no centro destas engrenagens,
talvez um segredo...
O próprio movimento mostra uma liberdade
que é, essencialmente, a própria mutabilidade
destes grandes enredos...
ralleirias





E existe exequível equilíbrio no impossível?

Entropia ou distopia?
Quem diria...
Não é possível saber..!
Com sim e não, como noção
entropia e distopia, são criação...

Acho que por isto, este reconhecer-se
em alguma instância temporal, é como um acordar...
e nisto, toda realidade conjecturada, acaba por desmanchar.

E quanto ao sonho sonhado,
assim, já não há mais o que fazer...
Por isto, também neste mesmo pontual evento
o acordar, é como se fosse um 'morrer'.

Desta forma, recordar não é viver...
Mas, é como evocar distintos fantasmas de um não passado...
Explico: não se passou, se passa, estávamos enganados...
E todo e qualquer passado ou fantasma é algo inventado.

Pois é que de fato, assim é que o tempo nos reclama à vida...
Como um doador, que depois de doar-nos seus tecidos
mostra-se então arrependido... e eis mais uma falácia resolvida...

Pois, o que é o tempo para alguma coisa reclamar?
O tempo sem percepção, é como coisa nenhuma.
E sem nós, e nossas compreensões do todo,
para quem ele iria passar?

Naquele lugar, onde acontecia algo de 'verdade'
sabia eu que ali, não havia nada de ampla realidade...
Pois somente dali anulam-se, todas as outras possibilidades.

A entropia, se é um devaneio em realização...
A distopia seria uma impossível solução...
E existe exequível equilíbrio no impossível então?

ralleirias- meta teatro


Como uma prece...

Todas as palavras que saem ou já saíram
das bocas da humanidade, são como uma prece.

E nesta continua ladainha, é rogada,
nada menos que a felicidade.

Cada som emitido é um testemunho para ela própria...
Confirma sua realidade, possibilita concretude,
lhe traz integridade,  frente à um mundo
que se desvanece continuamente...

Todas as palavras,
 são como uma ancoragem da realidade...
Afirmação de identidade...
Amarração da desejada sorte...
Comprovação da própria verdade...
Autorização aos sonhos...
E são, como uma fuga da morte...

Todas as palavras,
são como uma invenção de mundos...
São como unção de dádivas.
Uma gaiola que segura o tempo...

E o tempo de uma palavra é coisa única...
Pois ainda que seus sons, sejam perpetuamente temporários,
são como um cárcere mágico, para estes 'não nossos' tempos
que prendem as compreensões e os entendimentos...

Contudo, ao quebrarem o sagrado
e perpétuo silêncio
ao irromperem após a intenção,
ao estruturarem e obrigarem o som, em concatenação...
ao emularem assim, limitada compreensão...

Decretam apenas, uma temporária permanência.
Fazem-se desta forma, somente como hiato de noção
ante a sua latência, em um potencial de eterna existência...
ralleirias - Meta teatro
Imagem: 'Deep' - Aegis Strife



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Huxley, transcendia...

Huxley, transcendia com sua imensa sabedoria
as questões relacionadas a modelos de governo.
De fato a ditadura maior é a dos costumes,
e mesmo, até a da linguagem...
O que dá a esta afirmação não um cunho apenas
genérico, mas de amplo espectro, que transpassa
não só modelos atuais mas também os modelos futuros.
E assim, a liberdade está onde sempre esteve,
nas consciências despertas.
ralleirias

Como uma metamorfose

As mudanças são como uma metamorfose,
e que começa antes mesmo do sucesso de
seu processo acontecer...
Então, perpetuam-se em transformações,
ainda que cristalizações também ocorram
em algumas instâncias...
Desta forma, é que elas também têm o
engano, como um de seus mais importantes
ingredientes...
Assim temos a gênese de uma transformação,
não na sua origem, ou cristalização,
mas na sua contínua mutação.
ralleirias

sábado, 25 de outubro de 2014

Será bem vinda!

Ainda que a felicidade aconteça, ela normalmente está atrelada
à subjetiva realidade, (por ser causal) e, embora a própria realidade
sustente-se assim, por tempos incertos em instantes breves ou
mesmo longos, estas duas, inevitavelmente entrelaçadas
em algum momento colapsarão...

Contudo, entre todas as opções disponibilizadas pela lógica e
ainda que permeadas pela sentimentalidade, podemos sim,
firmar nossas vontades na felicidade, mas, como uma causa
e não como uma consequência ...  Mas, como isto seria possível..?

Felicidade à partir da própria paz, e paz à partir do próprio silêncio...
Desta forma, a felicidade estará não condicionada como subproduto
de emoção, mas será causadora, como ação condicionante, e sua
durabilidade poderá estender-se além das expectativas do porvir ...

Como o silêncio pode significar paz, como abstrair-se da realidade
de felicidade apenas carreada por passageiras causas?

Nós como entes, somos quase instantes, nossas identidades são mutantes
Nossos mundos embora duráveis , são inevitavelmente impermanentes...
Nosso contato com o infinito, este que ainda está transcendendo o tempo
se dá por uma instância quase insuspeita, o próprio silêncio objetivo
e o silêncio subjetivo, que é o silêncio obtido pela quietude da mente...

Mas, toda felicidade advinda de sentimentos ainda será bem vinda!
No entanto, uma mente pacificada na própria quietude,
transcende mesmo o silêncio, é como uma emanadora
da própria paz, bem estar e de felicidade infinita...
ralleirias
- das asceses místicas


Já disse que torço por ti?

Já disse que torço por ti?

Mesmo que não estejas mais aqui...

Mesmo que nunca tenhas estado,

pelo menos não ao meu lado...

Pelo menos não em sintonia comigo...

Nosso amor, descobri, nunca correu perigo...

Pois... simplesmente nunca existiu...

Digo, não o nosso, apenas o meu...

Nosso amor (o meu!) foi uma ilusão que me aconteceu...

Explico melhor: Nosso amor foi devaneio... e deu..!

Por isso, também nunca sumiu...

Por isto, torço por tua felicidade...

Não tens culpa da minha ingenuidade,

E não tens culpa da minha fascinação...

Não foi tu que criaste toda esta ilusão...

Ou foi?
ralleirias


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

heróis todos somos um pouco

Numa cultura em ebulição permanente,
o herói se consagra como figura mítica, mas,
nesta forma quase não se faz presente...
No entanto, heróis todos somos um pouco,
E contudo... Amando, pagando prestações, trabalhando,
cumprindo contratos, e no meio de todo este caos, não ficando loucos...
ralleirias

Nossas compreensões

Há um aspecto relevante na invisibilidade, e na maneira como
ela acontece e se dá...  é mesmo necessário um deslocamento
(ainda que nem sempre físico, mas sim lógico) de nossas posições,
para enxergar os indivíduos que são normalmente confundidos com
a própria paisagem ou meio... seja ele fruto de um sistema
econômico ou cultural, ou uma paisagem social ou mesmo temática...
E, mentes ecléticas e plurais conseguem isto mais facilmente,
pessoas que cresceram entre a diversidade cultural, racial e
econômica, tem por isto, uma maior facilidade em enxergar
diferenças, como coisas que são potencialmente positivas,
pois estas diferenças já integram ou integraram o seu patrimônio cultural...
Também é necessário observar, que algumas das mentes que permanecem
imersas, apenas na própria realidade, quase sempre serão refratárias para
o que é diferente, talvez por medo, desconhecimento e o inerente desprezo ao
que lhes é irreconhecível e ou desigual...
Clareza quase sempre ajuda em nossas compreensões e capacidades
de ação no mundo... Assim também, as trevas e a invisibilidade,
em seus sentidos múltiplos, também quase sempre prejudicam.
ralleirias

Imagem: The Invisible Man Artist Liu Bolin Hides in Plain Sigh

terça-feira, 21 de outubro de 2014

erva daninha

Aos pés do teu leito, seja no chão na relva ou cama
Tua angústia por teus feitos te proclama...
Nós impossíveis te prendem, e nada te condena ou indulta...
Nada além de tua própria culpa.
Todo bem e todo mal  também...
Eles brotam misteriosamente? Eles vêm do além..?
Então o bem ou mal, são como um alguém?
Mas, quem além de ti, plantou e cuidou
de cada erva daninha, maldita e mesquinha...
Não temas esta tua sorte, para além da morte...
A maldade, se ela foi tua consorte,
já implementou o teu inferno por aqui...
ralleirias


Sabe-se lá?

Quem sabe o que eu sei, 
não sabe de nada...
Não é sobre o que eu sei, 
é o saber que não é sabido...
O saber controvertido, 
sabe que não sabe mas, saberá...
Saber de sábio, é sobre o não saber...
Saber só está, até não mais saber...
Saberia, sobre ser um conhecer 
e seu sempre desvanecer...
O saber sai... Sem saber, 
o saber vem...
Quem saberá?
Sei ou não sei?
Sabe-se lá?
Saberei? Será?
- meta teatro

ralleirias







Portadores de sonhos

Num lugar, no qual há uma realidade combinada,
lá, anseiam encontrarem-se, estes nossos desejos comuns...
Não são os nossos sonhos tão estranhos?
Eles se reconheceriam ao entreolharem-se?
Em que fábulas cavalgam, que miragens perseguem?
Encarcerados nestas formas e conteúdos imaginários
como em bolhas... tão frágeis, flutuantes num tempo incerto...
Mas, enquanto estes ventos das razões compartilhadas,
soprarem para o mesmo lado, haverá uma esperança!
Nossos pensamentos são portadores de sonhos...
E nossos sonhos, são como os portadores de nós?
ralleirias


Imagem:Chiara Bautista

domingo, 19 de outubro de 2014

onde o 'todo' é possível...

O Lugar ou instância onde 'não há',
é como, aonde o 'todo' é possível...
Não são fixas nem imutáveis, as saudades,
nem os sonhos, nem as realidades...
Mesmo o 'não haver', como uma definição,
sofre num encarceramento da compreensão.
Tudo, seja qual for sua potencialidade lógica e razão,
no âmago, é algo móvel, liberto e sem nenhuma restrição.
A liberdade e a vontade, estão emaranhadas
não carecem de verdades objetivas
correm no vazio, leves e soltas
e são então, aparentemente loucas...
ralleirias

Um meio hábil

Um meio hábil de esquecer
o quanto a vida, pode ser miserável...
é contemplar a beleza...
E um meio hábil de tornar
a vida memorável... é amar.
Talvez, somente assim
a beleza, então, possa
transcender as formas...
ralleirias


moldar o mundo

Providos de suficiente ingenuidade,
e ainda, cheios de certezas,
pretendemos moldar o mundo,
com nossas vontades e avarezas...

Nada mais pueril,
grande, enorme engano...

O mundo contudo, muda...

E nós, inevitavelmente, assim
por ele, nos moldamos...
ralleirias


São como miragens...

Capta, codifica, decifra, compreende e se rende.
No olhar, há um resumo da criação do mundo...
Ancoradas na razão e referendadas pela certeza na imagem,
todas as compreensões, não são bem o que são...
Mas são!
São como miragens...
ralleirias


sábado, 18 de outubro de 2014

Sejamos vencedores ou não...

Somos personas que pulsam...
Nos altos e baixos da vidas.
Muito iguais, em quase tudo.
Somos assim, chegadas e partidas...

E nossas glórias,
não compreendem
totalmente as nossas histórias,
pois às vezes, estas glórias
são só estórias..!

Ser campeão, é cumprir uma agenda mítica,
Ela nem sempre é nossa, nem sempre é verdadeira...
Pois o emaranhado lógico que à sustenta,
pode não passar, de uma coleção de besteiras...

Quem melhor obedece às regras finais..!
O que luta, como leão!
Aquele que mais se submete..!
Vencendo numa arena..? E nada mais?

Não!...
Pois a vida, não é como nas vitórias...
Tão breve e tão pequena...
Mover-se no mundo, para ir ao cume!
E isto, apenas!?

Mas, também o derrotado, assim submetido,
constrói e corrobora, com este legado,
de tudo que lhe foi infligido...

Eis que toda a preparação,
não passa de um ensaio
para suprema submissão...
Sejamos vencedores ou não...

E assim, todas as respostas
são o troco de uma fútil aposta...
ralleirias


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Três eventos na eternidade.

Nunca acreditaria em nada disto,
se não houvesse acontecido com ele.
Duvidava sempre destes relatos...
Então, recusava estas suas lembranças,
imaginava-as como devaneios da lógica.

Pois, assim aconteceu o primeiro evento, brutal,
catastrófico, e de forma tão surpreendente que ele o negou ...
Refutou, que esteve desconectado daqui, e também,
àquelas coisas extraordinárias que viu e sentiu...

Mais um longo tempo se passou, até o segundo evento...
Este, então lhe pareceu assustador, como um sonho na morte!
Assim, logo após buscou ajuda, mas não revelou o que havia visto,
pois duvidava ainda, do acontecido, e principalmente,
temia ser taxado de maluco, e ainda mais, temia estar louco...

Foi somente no terceiro evento... o qual aconteceu de forma
admiravelmente lúcida, que então admitiu... sabia agora,
que a vida e a morte são como uma coisa única, porém, inversas,
são como o dia e a noite, verso e reverso...
Como nós nunca percebemos? Como, ele nunca antes percebera?
(...)
ralleirias (Das mortes não morridas - fragmento)



O utilitarismo econômico e a meritocracia são falácias

O utilitarismo econômico e a meritocracia são falácias de uma

sociedade deformada pelo poder violento e a especulação financeira...

Um novo mundo colaborativo é necessário, ou o colapso

inevitavelmente virá para todo o planeta...

Pautas como o decrescimento inteligente, a real sustentabilidade,

uma educação libertária e uma economia solidária, urgem em seus avanços...
ralleirias


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Condição bastante privilegiada e feliz...

Distribuir seus dons, claro, já é uma forma de praticar generosidade...
Ser gentil, mesmo no seu trabalho remunerado, como, quando faz, mais
do que o que deve... Faz ' muito bem feito'... Faz mais do que o necessário,
e com esmero dedicado... principalmente aos colegas e também, obvio,
aos seus clientes...  Sim, isto vai além do profissionalismo.
Eis aí a grande generosidade quase insuspeita...

Em um desdobramento disto, também sua capacidade de oferecer o que
é seu por 'direito', e em uma instância mais avançada, como dar algo
material, parte de uma suprema bondade, e certamente tem a mesma raiz
neste entendimento, que mesmo  inconsciente, mostra profunda consideração
e amparo, neste aspecto generoso do próprio mundo...

De forma 'holística', foi o mundo que lhe encaminhou dádivas e direitos,
generosamente. São suas, por conquistas causais ou não... então, assim,
você dará a continuidade nesta mesma generosidade da qual tudo recebeu...

E saiba, que se você consegue perceber, esta felicidade em ser generoso e
dar o que recebeu, proporcionando alegria a si próprio e assim, aos demais, você
está em uma condição bastante privilegiada e feliz em relação à grande maioria...
ralleirias


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

o próprio cavaleiro

Mas... e quando então, o próprio cavaleiro é como
o seu santo de proteção, mas é também do signo de dragão?



Imagem: Sculptures Made out of Cardboard by Chris Gilmour

Mudam o mundo...

Nossas compreensões, trafegam da ignorância à sabedoria...
Numa ciclicidade aparentemente crescente, como uma
serpentina ascendente...

Cada estágio que é avançado,
é como o lugar que o ponto ocupa na reta,
aparentemente insignificante,
mas fundamentalmente
ele é a própria reta.

A ignorância não é um mal em si,
pois ela trás sempre intrínsecas,
muitas potencialidades.

Compartilham assim, sabedoria e ignorância,
um espaço,  que é tal como o 'nunca' e o 'sempre'...
Onde eles são aparentemente antagônicos,
e cumprem papeis inversos, mas contudo,
em suas performances são idênticos...

E assim, há mesmo instâncias, em que o saber é um cárcere,
e a ignorância, ali,  é como a liberdade...

A realidade se contorce num emaranhado de subjetividades
até aparentemente fundir-se cristalizada, num determinado
período e momento histórico... Assim, ela será 'uma' verdade.

Quando a percepção anda de mãos dadas com a consciência,
elas duas enfim, passeiam pela liberdade... e assim, há verdade..!
Então deste jeito, é que a verdade também vagueia por aí,
sem dono, como um cão soberano e um tanto vagabundo...
Desta forma, as mudanças na compreensão, despertam as pessoas
e estas assim, mudam o mundo..!
ralleirias - das lutas de classe

constrói a compreensão

Avídia é uma palavra em sânscrito, que normalmente
é traduzida como cegueira...
Contudo, não trata-se da cegueira do não ver, é a cegueira
do 'apenas ver', do ver somente, ela fala da compreensão
limitada por uma certeza muito elaborada.
Fala de uma perda de visão, e fala de visão, como uma
compreensão de mundo e tão aparentemente completa,
que não admite considerar outras possibilidades e complexidades.
Então, com quantas certezas se constrói a compreensão sobre o
que é de fato a ignorância?
ralleirias

terça-feira, 14 de outubro de 2014

um pacto... o lucro, meritocrático!

A ganância, promete selar um pacto...
Que reveste-se de lucro, e como,
se apenas fosse meritocrático!
Contudo, é muito pouco simpático...
Se dá por um aperto, uma contrição...
somente ao que é legitimamente democrático...
Lhe entregaremos, a nossa própria libertação!
Assim, a miséria
e sua extinção
deixam de ser, coisas realmente sérias...
Pois, sobrepõem-se à elas,
os direitos da exploração...
Afinal, lucrar, não carece de coração...
Mil vivas ... e...  milhares de vidas,
tudo pela devoção à maldita especulação!
ralleirias


razão já estabelecida

Encarcerada pela razão já estabelecida, a opinião só concorda...
Optou nesta 'plena' liberdade, em apenas ter mais do mesmo.
Afinal, não há pensamentos flutuando à esmo...(ou há?)
Eles nos chegam, assim, em fila indiana.
Então, a verdade é servida cozida, pronta...
E a realidade, nem faz esta afronta,
de propor novos mundos, nova cura...
Pois, tudo que com esta razão, não concorda
é relegado ao ridículo, quando não à loucura...
ralleirias (fragmento)


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

uma longa noite

E talvez, o que mais nos assombre,
não seja esta possibilidade de fazer-se
então, uma longa noite após a vida,
mas sim, ter sido o acaso, o seu condutor principal,
em meio ao lodo da ignorância, das vontades rasas
e vaidades tolas...
ralleirias(Do Rabo do Diabo- fragmento)


Francamente, eu gostaria de ver um mundo melhor...

Francamente, eu gostaria de ver um mundo melhor,
mais justo, igualitário e não baseado apenas nas
relações de poder e principalmente deste modelo do
poder dos mais fortes...
Este modelo, é um modelo covarde e medieval,
pensado para aprisionamento perpétuo de mentes
toscas, conservadas em bases irresponsáveis nas
quais, abdicam da razão em detrimento da preguiça,
mas principalmente do medo...
Nunca consegui entender como positivas, de forma alguma,
estas relações de privilégio ao capital e a falácia da ingênua
fábula meritocrática que a direita prega...
É um elitismo bastante estúpido, espúrio e enganoso...
Voltar no tempo, ao projeto de exploração do país por elites,
às mesmas que se mantém há séculos, desde o tempo da
escravatura é o que a direita e o PSDB representariam.
Eu votei no PSOL, mas também, aqui no estado eu
votei no Tarso e no Olívio do PT...
Então, para manter e estender às mudanças sociais implementadas
 (e, dada a minha atividade profissional nos últimos dez anos,
realmente acompanho e assisti estas mudanças positivas)
e pelo socialismo democrático que elas representam,
pelas lutas de resistência à ditadura, e contra o fascismo que
cresce no mundo, agora sigo com meu voto na esquerda, eu voto na Dilma.
ralleirias


Cárcere moral

Odioso cárcere moral, instrumento de poder, coação e controle...
É como um tratamento equivocado, que tenta acabar com o mal
não pela cura, mas pela morte do paciente.
E de fato mata, primeiramente eliminando a real conexão que todos
temos com o sagrado... escravizando o que é divino, pelo dogma.
ralleirias
As religiões são filhas da ignorância, 
que não conseguem viver por muito 
mais tempo do que sua mãe.
— Arthur Schopenhauer, in A Arte de Insultar.

Loukanikos Sempre!

Morreu ontem o cão  Loukanikos...
Aquele que tomava o lado popular para si, nos protestos sociais
da Grécia. Muito simbólica esta perda...
Principalmente pelo que o cão Loukanikos representava...
Fidelidade, luta pela igualdade e preservação dos direitos mais
humanizados, pela parceria e fé numa vida melhor, pela entrega
aos ideias e por um mundo mais justo, pela amizade, segurança,
confiabilidade...
Simbólico, porque também o fascismo e a direita crescem em
todo o mundo... inclusive aqui...
E porque a desigualdade é cruel e mata, é impiedosa
e seletiva ao lucro apenas...
Certamente aos olhos da direita, sua representação é como a de um
cão reles e vira latas... Mas aos olhos da esquerda, ao olhar humanista,
Loukanikos é um epíteto do herói popular ...
Loukanikos Sempre!
ralleirias
Imagem: Laerte Cotinho

Fugaz lucidez...

Fugaz lucidez,
da qual sou capaz
uma ou outra vez...
Perdure o suficiente!
Para, além da lógica,
transcender eu, o eu,
e mesmo, à própria mente!
Ah! Onde é este aonde?
Consciência...qual tua fonte?
Porque és horizonte!?
ralleirias


Qual o preço de nossas escolhas?

Qual o preço de nossas escolhas?
Não é exatamente o monetário...
Não o saberemos num 'depois'...

Nossas escolhas,
nos 'falam' de onde viemos...
Pois, a realidade, costuma se apresentar
em coisas, nas quais apenas já 'nos' reconhecemos...

É alto o custo de uma outra opção..?
Não se apequene na conformação...

Uma nova escolha é assim como uma invenção.

E pode ser um grande,
um ótimo investimento...

E esta grande oportunidade,
acontece agora
Não há um 'depois',
ocorre momento à momento...
ralleirias


quinta-feira, 9 de outubro de 2014

"Ebola"

 ... E então, houve esta agilidade enorme, norte americana,
em repatriar às suas vítimas do ebola, para 'tratar' rapidamente
a doença...
Ignorando assim o gigantesco risco, na prática eles propositalmente
internaram o vírus em solo americano...
Isolaram cepas e detêm agora seu genoma ...
Que tragédia seria para a humanidade e principalmente
para a população pobre de todo o mundo, se isto, por algum
motivo 'saísse' de controle...
ralleirias

Imagem: "Ebola" by André Carrilho 

O mundo vai se ajeitando...

Após perceber muito 'mimimi', o 'absoluto'
não por cansado, mas por resoluto
numa encruzilhada, resolveu verificar suas opções...
- Construir- Certo, já havia feito...
- Manter - Mantinha, mas longe estava do perfeito...
- Destruir - E após tanto trabalho, 'que tudo exploda-se'?
Quer saber? O mundo vai se ajeitando... então ... foda-se!
ralleirias

Sete palmos de solidão...

Um palmo de orgulho,
mais um palmo de vaidade,
e outro palmo de preguiça...
Um palmo de prepotência,
e mais um de soberba, e
ainda, outro de Indiferença...
E então, finalmente um palmo de certezas.
Não é qualquer cova rasa,
assim, enterram-se mundos...
São sete palmos de solidão.
ralleirias


quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Eu desconfio das certezas...

Eu desconfio das certezas...mesmo as mais robustas,
elas estarão sempre sujeitas à existências muito limitadas
e portanto finitas...
Acho que na verdade, elas são um pouco como fronteiras
demarcadas por nossas vontades ou ignorância...
Portanto, cada nova conjectura, cada desconfiança tem
um potencial de conquista, e assim, mesmo um erro, daí,
vira um campo fértil para criação, e o melhor, algumas
fronteiras, destas que rompemos, nos colocam em terrenos
tão novos (pelo menos para nós) que tudo à partir disto,
é uma invenção de um novo mundo, muito próprio.
Então, acontece assim, uma oportunidade de experimentar
isto como vivência única, e que tem potencial de ampliar
não só o nosso, mas, outros mundos...
Neste campo das possibilidades do errar ou do acertar,
ainda que subjetivos, tem um ensinamento que recebi,
e que ao recebe-lo percebi que já o sabia,  embora não
de forma tão sintética, mas sim prática, então, ele sempre
me ajudou bastante, é o seguinte:
Todas as coisas tem pelo menos três dimensões, são elas:
A grosseira, a sutil e a secreta... e ainda uma possível quarta
dimensão ... a dimensão 'mágica', que de certa forma,
une estas três.
Acho que está quarta dimensão é algo como a nossa vontade
ou arbitragem de escolha das certezas e realidades...
Contudo, eu não tenho certeza...
ralleirias


O que é extraordinário ou 'ridículo' ou é impróprio?

O que é extraordinário ou 'ridículo' ou é impróprio?
Padrões são apenas conceitos.
Talvez, necessários em alguns momentos ou situações
específicas.
Mesmo a forma, pode ser importante em algumas instâncias,
naquelas em que a própria forma, é apenas parte do necessário
conteúdo, e só.
A beleza é um padrão interno, e a felicidade e a alegria, também...
Ainda bem.
ralleirias



Metáforas, parecem com algo mágico.

Então, mesmo uma metáfora requer compartilhamentos
de universos de vivências, ou se esvazia.
Podem elas assim, distribuir-se em diferentes níveis de
compreensão, à ponto de despertar velhas e novas sabedorias,
pois estas, muitas vezes são ocultadas pela obviedade das certezas vazias.
Metáforas, parecem com algo mágico.
Mostram situações diversas daquilo que realmente falam
mas, são mesmo capazes de provocar cascatas múltiplas de epifanias...
ralleirias

Imagem: The Bus 42 - Paul Kirchner

Qual o alcance das palavras, em tua mente?

Qual o alcance das palavras, em tua mente?
São vozes de plena razão? Ou são tolas? São consequentes?
Algumas ainda te trazem uma lição ou mais...
Outras, carregam aquelas velhas coisas 'novamente'?
São ousadas, abusadas.. usadas, desgastadas...
Ditam pra ti uma realidade, ou te falam como possibilidades?
A linguagem é uma longa, sinuosa e invisível cerca.
Assim, o silêncio é um campo vasto aonde
dificilmente conseguiremos chegar...
Acho que estamos desnecessariamente muito ocupados
e que às vezes, perdemos tempo demais pastando palavras...
ralleirias


terça-feira, 7 de outubro de 2014

ainda tem batata assando...

Claro que assusta, o fato de fascistas serem eleitos e reeleitos ...
Mas, devemos lembrar que há uma onda neo fascista varrendo
o mundo neste instante, muito como resposta das lutas e do
despertar da primavera passada... mas as conquistas sociais
alcançadas, as fomes já muito reduzidas, a ignorância e a
apatia e o raso ódio político se dissipando momento à momento,
sinalizam... ainda tem batata assando...
ralleirias


único e mesmo lugar...

Significâncias, são antes, prerrogativas...
A intensidade em cada momento, parte assim, de uma atribuição seletiva.
Uma glória desejada e mesmo já vivida, foi em algum momento, induzida
inspirada ou aprendida, e talvez, por isto apenas, ela tenha sido escolhida...
Seja qual for a instância, e o momento em que pensamos estar...
Estamos antes... E sempre partimos dum único e mesmo lugar...
Do silêncio que se faz entre os pensamentos.
ralleirias


 Imagem: Diego Sanchez

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

E a resistência, é antes uma confissão de fé na vida...

Mais um passo,
rumo para, 
sabe-se lá, 
aonde...
Tão longo 
parece o 
caminho, 
e quem sabe 
o quanto?
E ainda, eis 
que o destino, 
sempre o final 
nos esconde...
Não bastasse 
o peso do tempo, 
e quanto quando assim, 
é mesmo longo o enquanto...
E se... não teremos felicidade, 
em nenhum momento? 
Só dor, tormento e pranto?

Mas, no entanto...
O que nos resta, 
senão resistir?
Conjecturar que poderá
haver um 'depois',  
nos faz insistir...
Boa ou má, 
no final,
toda trajetória 
um dia 
será esquecida...
E a resistência, 
é antes, 
uma confissão 
de fé na vida...
ralleirias -meta teatro


ato máximo de poder, lucidez e liberdade.

(...) havia me explicado, há alguns dias ...
Serenamente me olhou, e falou pausadamente:

- Nem sempre é desespero, às vezes é puro desencanto,
na verdade, a partir disto, é contundentemente mais...

- Todas as esperanças são dissolvidas por este desencantamento
contínuo.

- Todas as estruturas de relação com as complexidades da vida,
passam a mostrarem-se assim, refratárias...

- A vida diante desta dor, torna-se um peso difícil de ser carregado.

- Expostos a este sentimento, transformam-se em vítimas das
realidades subjetivas de desamparo, sentem-se relegados à uma condição
descartável e insignificante, desimportante...
E sentem, que estarão assim, perpetuamente sujeitos à contínua desilusão.

- A morte, por isto, passa a ser tão atraente, como um sono profundo
tranquilo, sem sonhos e sem o pesadelo em que a vida se transformou...

- Não há motivos para não existir, mas, nem tampouco para existir...

- Não ha motivos para fazer, mas, nem tampouco para não fazer...

- Prerrogativa máxima de uma mente que se quer livre, e que está aprisionada
numa teia iníqua, o fim da vida, esta decisão sobre a própria existência ou
inexistência é o ato máximo de poder, lucidez e liberdade.

ralleirias ( Das mortes não morridas - fragmento -)

Créditos na Imagem