quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

tudo demanda, até o nada.

Tudo demanda, até o nada... e enfim,
tudo demandará até o nada.
Antes ignorar nada, do que tudo.
ralleirias

negar idéias

Brincar de negar idéias
pode ser revelador...

A ideia, pode ser um 'robô'
sem cérebro.

Mas com um robusto,
e até agressivo
sistema motor...

Tal qual
o desejo
quando é interpretado
como o amor...

Resulta em confusão
e cria-se
a própria dor.
ralleirias -Meta teatro - criando ficção na vida dos outros





O que sabemos realmente

Então, a 'sociedade', um dia determinará enfim o destino,
não apenas da civilização, mas do planeta...
Ou será que o sujeito correto a ser empregado aqui,
seria 'a linguagem'?
Afinal, do que são feitas e por quem são feitas, todas estas idéias?
A linguagem é um comando lógico condutor... bem,
ela geralmente parece com as vontades dos outros...
O destino..!? O que sabemos realmente sobre algo!?
Somos como um pretensioso fungo, numa placa de Petri cósmica...
ralleirias


Outra vida

Acho que todos os poetas,
enxergam a possibilidade
de uma espécie de 'outra vida'...
E ela aconteceria ' no enquanto' de sua mensagem...
Assim, uma virtual imortalidade ocorre.
Eles morariam escondidos entre às dobras
dos pensamentos que entregam aos outros...
ralleirias (fragmento)
Imagem : 'photo manipulation by david Szauder'

se estica...

Ninguém lhe contou ainda?
O tempo se estica...
Acontece de vez em quando...
Especialmente quando os problemas são grandes.
Mas, acontece também, e daí a sensação é bem melhor,
quando ocorrem coisas épicas, como um amor intenso...
Curiosamente, isto não significa que ele não passe rápido...
ralleirias

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

no corpo das horas mortas da noite...

Às vezes,
      eu vivo um pouco,
            quando acordo, no corpo
                                     das horas mortas da noite...

E me lembro
       de olhar para as estrelas...

Sempre recordarei,
             de como elas podem me dizer
                            onde e quando 'estarei'...

eu que me lembro
de rastejar em brejos...
de só viver nas sombras
e na noite...
                   por isto,
tão bem sei entender o céu...

Agora,
não reclamo a sorte
e os sacrifícios...
e não temo a morte,
nem os meus vícios...

E ao fitar o firmamento,
vejo como tudo,
permanentemente
mudou o tempo todo,
e mesmo, antes de tudo isso existir...
ralleirias  (Fragmento- das mortes não morridas)



no talvez...

O bem nem sempre é bom...
O bem não é o sim...
O mal nem sempre é mau...
O mau não é o não...
O bem e o mal não são mitos...
O sim e o não, também...
Mas, cada vez mais, eu desconfio que o
diabo, este sim, existe ...
E acho, que ele se esconde no talvez...
ralleirias (do rabo do diabo)


Tão 'pobrezinhos'

Tão 'pobrinhos'
os meus sentimentos...
Nada adiantarão
frente à este castelo
que são os teus...

Ficarão lá em baixo,
no fosso,
gritando por tua atenção,
que da torre,
os ignora
seletivamente...

E eles, tão entregues,
que catarão teu lixo,
imaginando serem
grandes oferendas de amor...

E ainda, gritarão lá do fundo:
- Por favor! Por favor!
Amor! Nos dê amor!
Mais amor! Mais, por favor!

ralleirias (*blues - fragmento)

fazendo uma visita

Andei fazendo uma visita ao inferno,
pra relembrar os velhos tempos...
O diabo, me disse daí, que todo demônio
gosta mesmo é do antigo... e de se manter no perigo!
-É o que dizem! Falou.
-É o que pensam! Retruquei..
Então, rindo ele me ensinou:
O relevante, é a força que
com o verbo vem!
Logo pensei: A didática, é coisa que o diabo gosta também...
Ele me disse, que lá, a vaga vai estar sempre disponível,
pois assim como a de todo mundo, a minha é intransferível...
ralleirias


Quantas vezes?

Quantas vezes?
Tu dobrou à esquerda,
ou dobrou à direita, e
quantas vezes tu voltou
ou tu seguiu?
Dá pra saber,
quantas vezes?
E foi, este tu...?
Conferiu?
ralleirias - Meta teatro

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

satisfação de necessidades

Claro que o amor, cresce também na
satisfação de necessidades...
Assim, no cumprimento de desejos,
e da mesma forma, no exercício das
vaidades, e então, mesmo no mais
inconfesso e oculto egoismo...
ralleirias


quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Um novo ente...

Aquele que resistiu e assim,
causou transição...
Venceu as barreiras
das mudanças, mas
encontra também,
uma derrota nestas fronteiras...
As penas de uma revolução...

É que diluídas, foram também,
todas as antigas certezas
e da mesma forma, aquelas,
eram as esperanças...
Assim, são sentenças
então abolidas agora,
pelas mudanças...

Mas, eis que surge
neste novo agora,
um novo ente.
E este, nasce sempre
com fome e ganas de viver...
Do contrário, nem nasceria,
e tudo diferente seria...
E ele, paga pra ver...

Foi aquele mesmo,
que deixou as estradas
em quais achou, não valer à pena seguir,
Estava errado, mas agora está certo.
Não tão curiosamente, valeu à pena desistir!
Sim! - Quando isto se faz num corajoso
e novo construir...

Um novo ente,
quer sempre,
mesmo aparentemente,
involuntariamente,
apenas, transcender
permanentemente
aquelas barreiras de si...

E, para ser assim,
à este novo ente,
requerido é estar
sempre presente,
e... constantemente,
mergulhando no aqui!
ralleirias (Das mortes não morridas)



Se eu soubesse o que eu não sei

Se eu soubesse o que eu não sei,
talvez já fosse rei,
quem sabe seria eterno?
Mas, pode ser que estivesse
em pleno  inferno...
Se eu soubesse o que eu não sei?
Saberia que é diferente?
Ou seria como toda  gente,
que não saberia o que eu sei?
Eu sei o que eu não sei!
Isto já não bastaria?
Quem liga para o que eu saberia,
se eu não soubesse o que eu sei!
Sei, sei, certo...
O certo, é que eu não sei!
ralleirias


terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Eu não me comportei...

Foda-se velho 'stalker', moralista!
Eu não me comportei,
e não me arrependo,
de tudo o que aprontei...
Não me importo com estes enfeites,
bugigangas e toda a encenação!

O natal, não tem nada à ver com isto!
E isso, não passa de uma enganação!

Pois assim, é um molde pra subserviência
onde chantageiam-se crianças, gerando
escravos, para um só patrão...

O natal, é bem mais que isto!
É dádiva de liberação!
ralleirias (diário dum bocó)


as comidinhas de um deus...

Quer queira ou acredite,
Talvez duvide ou evite...
Mas, é razoável que exista um deus...
Soberano, intolerante, exigente..?
E é quem sabe, tal qual você e eu...

Do que ele se alimenta?
Como ele se diverte?
De que forma se sustenta?
Será que ele tem internet?

Acho que tenho uma pista...
Sei que ele aprecia taoistas,
maometanos, cristãos e judeus...
Mas, importa mesmo a crença?
Não faz mesmo, nenhuma diferença,
eu acho, que somos todos seus brinquedos
e somos, como as comidinhas de um deus...
ralleirias



Apenas pensa...

Apenas pensa...
Tão breve é esse viver.
E gastar o tempo com penas..?
Nada podem nos render!
ralleirias



Fazer uma coisa nova

Fazer uma coisa nova, e
sempre pela primeira vez?
Escreva...
E então, escreva outra vez...
ralleirias

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Eu estava lá, e vi ...

Eu estava lá, e vi quando caiu...
Tremeu a terra toda!
O céu escureceu...
O fogo, em seguida veio,
e retomou tudo, o que um dia foi seu...
Choviam meteoros...
Mas, eu sempre escapei...

Como lhe disse...

Estava lá, foi eu quem caiu!
Eu também é que 'tremi' a terra...
Fiz surgir a noite!
O fogo? Fui eu!
Eu é que queimei!
E 'chovi' em meteoros...
Mas, do sempre, eu não escapei...
ralleirias- blues




estabelecer às certezas sobre as memórias

Acho, que nestas tentativas, que todos fazemos
ao registrar o nosso presente, carregadas estão
as esperanças, de estabelecermos certezas sobre as
memórias de um bom  passado, para só então,
poder celebra-las daí, talvez no futuro!
ralleirias




Acontecerá, mais além?

O que é mal e bem, diante do
que acontecerá mais além?
Me parece, que mesmo os mais
contundentes desdobramentos
de cada ação, não encerram nunca
totalmente, nenhuma situação...
ralleirias


domingo, 21 de dezembro de 2014

Não sei quem ditou todas as regras

O tempo? Passa...
E às nossas razões, seguem...
Entoando os mesmos cânticos...
É uma dança, o que elas propõem?
Não sei quem ditou todas as regras,
mas, eu vi quem às obedeceu...
Todos pisavam
conforme o compasso,
e inclusive, eu...
ralleirias

ImagemBetween Mirrors | John Kenn Mortensen (Fan)

"Schoolhouse Haunting"



Eu vou em breve

Eu vou em breve,
e logo te verei...
Teus sonhos,
já não viraram pesadelos?
Então... O que foi que te falei?
Não bastam tuas glórias, e o
teu grosso medalhão...
Perdidas às memórias...
qual mente louca, não mente sã!
Teu tempo, é só por hoje...
E não chegas ao amanhã...
ralleirias

Imagem: Peter Mohrbacher
http://www.vandalhigh.com/

Nas medições de nossos instantes...

Tão breve, tão longe, tão perto, tão longo!
Nada há de exatidão, nas medições de
nossos instantes...
Existe assim, às vezes, um  longo 'durante'
e alguns 'sempre' são tão breves...
O agora, é um nada, frente à todo o amanhã!?
O ontem? Nem chegou mesmo ao durante...
E por isto, o melhor é esquecer?
O instante... eis que ele está, num quase agora,
do qual, uma boa parte, é só desvanecer....
ralleirias




Neste último segundo...

E eu? Estou preso aqui...
Neste último segundo... ele é eterno!

Passam-se no entanto, estações...
Primavera, verão, outono e inverno...

Será que, eu é que sou o tempo?
Fui eu! Eu que o inventei?

O tempo? Sou eu, em meu brinquedo?

O tempo? É o tempo que eu desejei?

Ora! Eu vi todos os meteoros!
Andei no antigo Egito, estive
em toda a queda de Roma.
Não estou pra brincadeiras!
E sei que eu vencerei!

Pois eu é que sou o meu tempo!
Fui eu! Sim, eu que o inventei!
O tempo sou eu, em meu brinquedo!
O tempo, é o tempo que eu desejei!

Eu que já vi tantos meteoros!
E caminhei no antigo Egito,
assisti toda a queda de Roma...
Não quero e nem estou pra brincadeiras!
É assim, é como sei que eu sou o tempo.
É assim, ah! Que eu sei que vencerei!

ralleirias - blues do sol




sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

É fundamental, não perder o fio da meada

O tempo, pode ser impiedoso com nossas certezas...
Uma identidade, uma cena cultural, uma linguagem
e mesmo as esperanças, e os sonhos, olhados de uma certa distância,
 podem mesmo parecer caricaturas...
É fundamental, não perder o fio da meada, pra memória do que é,
e do que foi belo e bom, nunca ser apagada...
ralleirias

Conjunto Farroupilha 

- Ratoeira

Rebanho rastreável e sim... chipado.

Todo mundo que tem um celular no bolso e um cartão de
débito/crédito, já está chipado...
A bem da verdade, somos como súditos do sistema monetário
internacional, sim.... Não? Mas, eu acho que sim...
Pois pagamos 'devidamente', sistemáticas contribuições em impostos,
que são sugados pelo 'superávit primário'... o pagamento da 'dívida'
que é eterna e alimenta este monstro, criado por uma dúzia de famílias
ricas, desde muito tempo, e elas, tornaram-se literalmente (ainda que
indiretamente) donas 'virtuais' de todas as riquezas do mundo - refiro-me
ao trabalho e produção de todos nós...- as consequências disto, são
notoriamente reparáveis no paradoxo das 'ausências programáticas'...
E assim, sobre todo rebanho, incide um infalível destino:
Estamos sujeitos a tanatopolítica dos donos do dinheiro, que nos
transformaram em rebanho rastreável e sim... chipado.
ralleirias


quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Minha Vênus preferida...

Minha Vênus preferida, tem pés e braços,
mas, 'acima' de tudo... Uma bela cabeça.
ralleirias

Imagem Forms like Francis Bacon paintings. Anne Duffy-Model

O Aleph...

Nataraja dançava, e nesta dança
cada um de seus muitos braços construía alguma coisa.

E então, me percebi, não o olhando,
mas estava eu ali, e então com Shiva,
e modificava, junto com cada um de seus gestos o espaço,

fazíamos uma imensa casa,
de vários cômodos, andares, terraços e jardins.

Mas, logo notei que estava escuro,
então, ao sentir isto como imperfeição,
tudo paralisou-se.

Shiva, agora segurava meus braços
e tentava devorar a minha cabeça...

Neste breve instante, vislumbrei um temor,
e então o senti como uma possível aventura
e logo me rendi,
não ao medo e sim à esta mudança
que agora ocorreria...

Assim, dissolveu-se todo o medo.

Naquele momento, surgiu uma espécie de janela
logo à frente de minha visão, em formato irregular,
como uma pedra lapidada, de muitas faces,
passavam-se cenas, refletidas,
de possíveis e infindáveis mundos ...

O princípio criador é amplo é múltiplo, o 'Aleph'...

ralleirias -Crônicas das mortes não morridas 


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

é uma ponte...

Amar, como nunca amou antes...
Viver apenas, nos seus próprios instantes
Preocupar-se exclusivamente como o necessário
Livrar-se da culpa e de seus inventários.
E o olhar rente, mantê-lo ao horizonte,
pois do passado e do presente, ao futuro,
é uma ponte...
ralleirias

Imagem: Gomez

metáforas...

Há os que detestam metáforas... e, os que não às entendem.
E também, há os que às detectam em toda parte,
pois seus subconscientes, à estas imposições carregadas
nos signos delas, não se rendem...
ralleirias


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

a gravidade não perdoa...

Uma linha delicada, separa esta fronteira
onde as razões do auto convencimento e então
da diplomacia, justificam-se nos próprios desejos...
Neste lugar, a lucidez, equilibra-se titubeante...
Do lado de lá, parece que há um abismo nebuloso,
de sedução e mesmo, um pouco mais fundo,
está a própria corrupção...
O problema, é que a gravidade
nunca perdoará os pouco equilibrados...

ralleirias


colecionador de cabeças

Todo colecionador de cabeças, eis que um dia vira troféu.
Também os bons seres morrem, e contudo, não vão para o céu...
É que, quem corre atrás do tempo, acaba perdendo o seu...
Por isto o mundo está repleto de estúpidos, acho, que inclusive eu...
E nestes cíclicos devaneios, sobre o que é a vida,
Eis que ela própria, assim, acaba por nós esquecida...
Pensares, tantos os pensares...
Quanto são os mares
e suas praias perdidas...
Como as idéias esquecidas
e as palavras não faladas,
ficam elas assim, em nós colecionadas
e assim é que as cabeças, viraram um troféu...
Pois é ... também é assim que os bons morrem,
e que ninguém vai pro céu...
-  das lutas de classe



Imagem: Pesc_Arte

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Estranho paradoxo...

Estranho paradoxo...
Quando uma tristeza, é motivo de felicidade...
Veja só... Ontem, eu nem lembrei de ti!
Mas, isto não funciona, lá muito bem de verdade...
ralleirias



Imagem : Water portraits @Laurence.Demaison

Marés e correntezas...

Pequenos fragmentos do mundo, é o que somos.
Contudo, contemos o cosmos em nossos sonhos...

Como gotas d'água de orvalho, riacho, rio que corre para uma
praia, em que cabe um mar, onde, toca-se o oceano e o mundo
e este, mergulhado está no universo...

Entregamos realidades eternas,  preservando temporalidades.

Compartilhamos então identidades, sobre o que foi, o que é
e tudo que ainda virá a ser,
e ainda, sobre o que já não mais é...
E então isto tudo, também é o que desejamos receber...

Derramando, por onde andamos, nossas gotas destes mares de certezas.
É assim que somos também, desde nossos sonhos, até nossas avarezas...
E o mundo aonde estamos e andamos, se faz como nós,
somos marés e correntezas...
ralleirias



quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Uma espécie de florescimento.

Sempre considerei a beleza, como uma espécie de florescimento.
Me parece que, até biologicamente, de fato é.
Há 'espécimes' fantásticas, que estão sempre floridas...
Tembé há flores raras, que se escondem e surgem apenas
em momentos muito especiais...
Há quem nunca reconheça a beleza, mesmo em florescimento,
quanto mais quando oculta...
Mas também, há quem possua o dom de reconhece-la em todo lugar...
Me agrada imaginar, que entre estes, eu possa estar...
ralleirias
Illustration by Cathyrox

Um galope da imaginação.

A lua, noite após noite, esfrega na cara da humanidade uma verdade...
O tempo não é nosso, nada tem à ver com nossos relógios, calendários,
nem com os nossos compromissos...
Talvez o tempo, esteja mais para movimento e espaço...
Contudo ainda são conceitos, presos à noções de realidades,
linguagens e identidades...
As revoluções da lua, nos dão uma pista, sobre o que pensamos ser o tempo,
É algo como um galope da imaginação, sentada sobre o acaso,
daquilo que entendemos por realidade...
ralleirias


Eis que a genialidade, se vê no todo, mas também em cada detalhe...

Eis que a genialidade, se vê no todo, mas também em cada detalhe...
Quem domina uma arte, talvez à domine, pois dela já faz parte.
Assim, despeja obras primas por aí, apenas agindo em seu elemento natural
que aos olhos dos outros parece algo absolutamente fenomenal...

Papa Joe Jones, nestas suas demonstrações de virtuosidade
demonstra não apenas talento, faz um show à parte ...

Reparem na preciosidade e dedicação da alma de baterista
'surfando' na própria apresentação, o que ele explicita nas
micro expressões faciais, e parece que elas possuem um dom mágico
de nos carregar também para dentro daquele momento, chegam mesmo
a nos dar esta sensação, de como se lá estivéssemos...
ralleirias

Papa Jo Jones 

Drum solo...

O discurso de ódio,

O discurso de ódio, esta apologia sistemática ao crime,
este fascismo explícito, a segregação de classes, credos
e cores, serve à uma agenda especulativa dos ganhos de poder,
assim como quase todas as ausências sociais e de estado.

E claro, serve à quem o pratica, para firmar posição entre
seus pares, também serve como instrumento de aliciamento
de bestas humanas descerebradas...

Acho que ele não é tão combatido, com a firmeza e
contundência que deveria...

Poderíamos supor, que estas bestialidades são fortes e se
sustentam ainda, pois têm raízes profundas e históricas...

Poderíamos pensar na complexa rede de interesses e mesmo
intrigas que são permanentemente remodeladas, mesmo
que, embora combatidas...

Mas, surpreendentemente, talvez os discursadores e o discurso,
também sirvam aos interesses dos que, na disputa deste poder
político, e por consequência, econômico, colocam-se numa
posição de antagonismo meramente oportunista...
ralleirias

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Solidão?

O que podemos fazer?
O tempo, o nosso tempo,  já não passou?
Mas, ele volta por instantes, aqueles belos instantes...
Neste recordar das coisas boas,
agora, tão longínquas... tão distantes...
Pois é..! Foi somente isto, o que nos sobrou...
Dizem que é o que sempre resta , destes amores eternos...
Que numa reviravolta nebulosa, um dia, transformam-se em infernos,
Mas eis que assim, então, o nosso, felizmente, também acabou...
ralleirias

Ben Webster 

- Solitude

Onde o real é secreto!

Não trata-se de sonho...
Mas, de um tempo, onde o real é secreto!
Nem é bem um lugar, contudo existe...
Nada estará aonde deveria...e
tudo será, como não poderia...

Apenas um sonhador, atravessando dimensões
de um mundo que ele mesmo faz...
segundo para segundo, e contudo,
o silêncio ainda não se desfaz...

E exatamente, como quando estamos acordados,
ele assim, tal qual um bastião sagrado,
eis que sempre aguardará o todo, nesta paz!
ralleirias



segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Não há nada que eu possa fazer

É sempre uma viajem sem volta.
Talvez, ainda bem...
E um mesmo caminho,
no entanto, novo!
Intimamente desacompanhados
ainda que não estejamos sozinhos...

Haverá, sempre uma nova paixão!
Então, novamente... o potencial de solidão!

Desta forma serão os nossos destinos
dos quais, nada nos separará!
E eis que a terra, mesmo sem nós,
um dia girará...

Há coisas, sobre as quais
acho que nada podemos saber...
Assim como não tenho certeza se 'a terra é azul,
e, sobre isso,  não há mesmo nada que eu possa fazer'...
ralleirias

Space Oddity

DAVID BOWIE -

Natural como a verdade.

O real,
também compõem-se 
de pequenas distorções do natural...

Mas, há um ponto, 
em que o natural é suprimido
e o real comprimido
dentro dos sonhos e desejos,
assim, compondo o ideal...

E o ideal 
em seus devaneios de realidade,
acha-se natural
como a verdade...
ralleirias

Imagem: High Picture

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Teu etos, de forma truncada te faz enganada nas próprias convicções...

Teu etos, de forma truncada
te faz enganada
nas próprias convicções...
Eu sei... a bem da verdade
nenhum amor carece de elaborações.
Pois, tem muito mais à ver com liberdade...
Mas pra ti, que contudo, mora na filosofia,
pra quê rimar amor e dor?
Terá isso alguma serventia?
ralleirias

Mora na Filosofia 

- Caetano Veloso


Eu vou lhe dar a decisão
Botei na balança e você não pesou
Botei na peneira e você não passou
Mora na filosofia pra quê rimar amor e dor
Mora na filosofia pra quê rimar amor e dor

Se seu corpo ficasse marcado
Por lábios ou mãos carinhosas
Eu saberia ora, vai mulher
A quantos você pertencia
Não vou me preocupar em ver
Seu caso não é de ver pra crer
Tá na cara!

Música:  "Mora Na Filosofia"por Caetano Veloso 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Precipitação e culminância...

Somados todos os teus desejos,
arrebanhadas todas as tuas ânsias,
agregadas todas as tuas esperanças...
Eis que, num dado momento, tudo isto
acarretará em precipitação e culminância...
E pode ser, que em meio à este furacão,
te depares com a percepção sobre a imprevisível
força destruidora de mundos alheios aos teus entendimentos.
Verás quem sabe, assim, que as tuas certezas
também trazem para ti, um poder de besta...
ralleirias


Imagem1,000,000 Pictures

E ele é um mito!

Suficiência lógica...
Sem parametrização mundana!
Que mundo fantástico! Que bacana!
Como uma ilha paradisíaca
onde não se necessita nem cabana!

                                         Mas, se é bacana e paradisíaca, é mitológica...
                                         Hum... ainda assim é lógica...
                                         Assim é referenciada, e é então replicada!
Um mundo onde a vida continua limitada...

Não! Pois, eu me atrevo à evocar o espírito antes do mito...
Nem mesmo um novo agora é, senão, sempre um agora diferente!
Ébrio, lascivo, alegre, não lúgubre, festivo e não conscrito.
Um agora, onde estas energias, eram, e são livres num 'pré' infinito...
E eis que assim, transcendem e antecedem as afirmações dos próprios mitos...

                                Um novo baco surgirá, mas não como o do mito,
                                Ainda sim, ele é, e será como um velho 'proto' baco...
                                Mas, ele vem de antes, de bem antes do olimpo!
                                E continua não mundano, em alma e foro íntimo, limpos...

                                E ele veio me dizer,
                                que o mundo, sim...
                                É um pensar finito,
                                e assim, pois sim...
                                O mundo...
                                Ele é que é um mito!
ralleirias




Decerto, que não caminhamos sós sobre a terra...

Decerto, que não caminhamos sós sobre a terra...
Ainda, o ser transcenderá o seu meio, ao ponto de
em um determinado momento, atuar como co-criador
de seu próprio mundo, e então, este interferirá em outros tantos...

Desta forma, a aplicação de conhecimentos dos pais,
talvez pelas implicações dos modelos sociais que eles seguiram,
nem sempre será suficiente, para dar boa base aos novos entes
que surgem, e mesmo por conta da permanente pressão que estes
novos seres fazem, ocasionando uma contínua necessidade de mudança...

Talvez por isto, ainda o amor permaneça, geração após geração,
como um importante ingrediente na construção de todos os mundos e seres...
E este amor aos filhos, pode ser extremamente valioso, quando então,
motivados por ele e por eles, os pais se reeducam,
para assim, educarem melhor os seus filhos...
ralleirias


Mas contudo...

Em que mundo
monstruoso
estamos...
Onde, mesmo o amor
é perigoso!
Mas, contudo...
Ainda do mundo,
gostamos..!
E contudo
ainda...
amamos!
ralleirias

A alma de toda construção!

Penso, logo...
penso mais um pouco...
O que penso é fruto de um mundo louco?
O que penso é colheita da imaginação...
O que penso é a alma de toda construção!
Mesmo o agir é pensar, mesmo o vencer
e ainda, o falhar, também antes de tudo, é pensar...
ralleirias

Imagem: Disturbance

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Depois de meio século...

Particularmente, gosto deste aspecto virtuoso, da continuidade
descendente e ascendente que as gerações familiares sucessivas
que se comunicam têm.

Depois de meio século, acesso agora compreensões
às quais jamais imaginaria ...

Das virtudes desta ancestralidade que vem e que vai,
me encanta, este complexo entrelaçamento aparentemente
paradoxal das mudanças:
Elas são carreadas, justamente por continuidades...

Me vejo, de certa forma, muito melhorado no meu filho.
Percebo ele, se expandindo em potencialidades
humanas infinitas...

Contudo, superar ou comparar-me à meu velho e querido pai,
que para mim, sempre foi um sábio, é inimaginável,
pois além das contextualizações daqueles diferentes mundos
onde ele surgiu, também ele representará sempre uma outra
dimensão, e esta, será  assim, irreproduzível e por isto, inatingível...

Mas juntos, extraordinariamente, somos como uma
só entidade, um só ente...
Um homem que avança ao futuro, em meio ao
emaranhamento das fibras do passado e do presente,
e ainda em construção permanente.

Mas, acho que por isto, o que mais me encanta, é esta
capacidade, então, volátil de nossas identidades...
Nestas multi dimensões, que embora cíclicas,
também permitem daí, acontecerem às mudanças do mundo,
Assim, elas parecem que surgem, através de nossas próprias mutações...

Contudo, também esta minha admiração, nem é sobre a forma como
rompemos incessantemente com nossas estruturas internas e externas,
nelas nos 'matando' em instâncias vencidas e renascendo e nos renovando,
em nossos então, novos mundos...
Mas, minha grande admiração mesmo,
é sobre esta essência de 'multiversos' ínfimos, mas,
surpreendentemente infinitos, que isto nos atribui...
ralleirias -Meta teatro