evidente

De evidente, é que há muitas dores visíveis na linha , 

e, de frente... É , e até parece oculto, mas o óbvio é que
todas estas dores, são escolhidas por esta gente...
De repente, as vontades abarcam as certezas mais resistentes
e toldam o agora, com verdades sofridas, em lutas perdidas

que encaramos como nossas móveis identidades, prontamente...
De evidente, é que de repente, então, só o amor incondicional 

é que nos resgata, aonde salvamo-nos na entrega 

deste amor pleno, completamente...

ralleirias - meta teatro

armadilhar

A atenção pode armadilhar realidades,
aonde as certezas querem produzir verdades...

Mas, o que sempre está aceitando
todas as manifestações, em formas,
cores e sons..?

Silêncio, espaço, observação?
Ou desejos sobre as realidades?
ralleirias

novidade diluída

Na novidade diluída da realidade,
o olhar ao mundo,
fala traduzindo compreensões
direto das vontades
e também dos medos e vaidades.

Assim, antes,
socorre-se nas esperanças
de um mundo já posto.
e por gosto...

Aonde outorgadas
foram para velhas formas
de um antigo padrão,
o cárcere da vida,
para a tentativa
eterna em repetição,

Coragem para
mergulhar no vazio,
das buscas inseguras  no
oco da persona pueril...

ralleirias -meta teatro

Bota tua mente em lugar seguro

Bota tua mente em lugar seguro
e eu te juro, que tudo ainda vai mudar.
E ao observares o que observa,
ainda, nada nunca vai restar...
Agora.

Bota tua mente em lugar seguro
nem no passado, presente ou futuro.
No agora, que é como fora
dum tempo, que não muda
ou vai embora...
No imanante momento.
Agora.

Bota tua mente em lugar seguro
aonde não é garantido o domínio
dos sentidos, nem de claro ou escuro
sem cercas nem muros, ou mundos
mandados e infligidos, e sem inimigos.
Agora.

Bota tua mente em lugar seguro
Tal silêncio sem persona, nenhuma
identidade assim aciona...
Agora.
ralleirias- meta teatro

Ah! Como eu queria..

Todo dia,
como eu queria...
Quero ainda,
toda vez...
Ah, como eu queria
que tu quisesse
me querer...
E essa tua boca linda,
e todos os sorrisos
que ela já fez...
ah! Como eu queria,
todo dia, é que
tu, é igual a alegria,
quando ela chega de vez...
Queria sim, poder, ah queria
sempre te falar e te ver.
E sim, como eu queria...
que nos integrássemos
em amar, num sagrado
e vasto viver...
Quero ainda
e, de vez...
Ah, como eu queria
que tu quisesse
me querer...
ralleirias - Bravo amar

Solipsismo

Não resiste algo
contra alguma coisa,
quando é só ela que existe...

Aí, ela, como sim ou não,
há em instâncias,
em que nem resiste.

E... nem insiste só
em no que é a incisão
de só o que persiste...

veja só... insiste
em que nem resiste
existe só... existe...
existe...
ralleirias - Metateatro

Voa passarinho

Voa passarinho,
voa passarinho.
pousa num galinho,
canta cantorzinho,
Voa passarinho,
voa passarinho.e
beija uma florzinha,
e come sementinhas...
Voa passarinho,
voa passarinho.
voa a fazer ninho
bota os seus ovinhos
Voa passarinho,
voa passarinho.
e cuida os filhotinhos...
Voa passarinho,
voa passarinho...
ralleirias
- aonde está o blues

siga

Por lucidez, ou pelo próprio amor,
enfrente, siga em frente.
O inevitável, é um ter que ir...
pois sempre haverá uma passagem
acontecendo entre todos estes instantes,
das trocas de muitos ambientes,
de circunstâncias, paisagens, instâncias
e suas estâncias , todos os seus
correlacionados mundos, e entre
suas mortes e suas vidas...
Esta passagem, o caminho,
é para qual direção?
Por lucidez,
ou pelo próprio amor,
enfrente, siga em frente.
das lutas de classe

Amanhã amor, quem sabe

Amanhã amor, quem sabe te vejo? 

Por hoje, ainda só te desejo... 

Amanhã a vida abrirá em flor. 

Agora ela ainda é por hora, só amor.
Amanha amor, te encontro,
pois por enquanto, apenas
meus desejos eu estudo e confronto...
Amanhã amor, e sempre, 

pois eis, que o amor é como 

uma graça de força 

que é presente...
E que vence o agora 

e se instala muy resistente...

Amor, amanhã é hoje, e o amor, 

nunca vai embora, é bem como este hoje, 

que é um sempre agora...
E por amor, nada nunca se perdeu...
pois o amor, que é o que importa,
já aconteceu...
Amanhã amor, quem sabe te vejo? 

Por hoje, ainda... só te desejo.
ralleirias - aonde está o blues 

(Bravo amar)

agora

O agora, está na legitimidade
das vontades?
E se a vontade que está
em vigência não é exatamente
a da sua existência,
então, este agora não é seu,
e nem é agora..?
E aonde o agora se perdeu?
Agora é fato, ou ato?
Agora em qual hora, de
que ponto de observação...
Da mente, ou do coração,
estória que faz a história
de qual consumação?
Fazer quorum no agora...
É agora ou não?

ralleirias -das lutas de classe

como for

Pega o amor,
sente o amor,
curte, o amor,
nutre o amor,
aceita como for, e
vê que é só entrega...

E faz amor! Amor,
não faz regras.

ralleirias - Bravo amar

Amor, te convido

Amor, te convido, vem me mostrar
me ensina o que é amar.
Amor, faz eu entender
com grata humildade como receber
da tua generosidade, e assim,
como posso melhor me entregar
a este sublime amar...
Amor, te convido, vem me mostrar
como compreender que tudo faz sentido, só
se é o amor comprometido, apenas com o amar...
Amor, te convido, vem me mostrar
O amor destemido, firme e evolutivo
amor apaixonado, intenso, sem posses,
franco, humano, equilibrado e abençoado...
Amor, te convido, vem me mostrar
me ensina o que é amar.

ralleirias- Bravo amar

Tudo se soma...

as 'INSTRUÇÕES' estão funcionando?
A vida é vontade de quem?
Quais inteligências é que estão operando?
As do lugar, da cultura ou persona?
História estanque das estórias de antes?
Tudo se soma...
ralleirias - das lutas de classe

Quer trocar aconchegos?

Quer trocar aconchegos?
Fazer é nada complicado,
vem minha nega, que eu
quero ser teu nego...
Vamos amar e ser amados,
dispensemos os apegos
lembra que o amar mesmo
vai além da paixão, e
do carinho e paciência,
também é amizade
e sossego...
ralleirias- do sambar sem som

Pandora

Pandora,
só me resta tu.

Mas, não te toco,
e nem te vejo.

Eu te desejo.

Pandora, então
só me resta eu.

É a esperança,
que já aconteceu...

ralleirias -- meta teatro - da ficção na vida alheia

Descansa em paz amor

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

Pois afinal, das partes que nos compuseram
o que era do meu eu, e o que era do eu de ti?

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

Veja que mesmo as nossas presenças
são como coordenadas avenças sobre
a consciência do que vai de nós, se repetir...

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

Daquele 'eu quero', e do, 'tu quer', do querer geral
sobre o bem e o mal, e sobre nosso instinto animal..

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

O que vai saciar as fomes de viver
dos desejos a crescer,
das repetidas sagas
de vitórias vazias
das doídas chagas
destas idolatrias...

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

Me compreendestes
Te compreendi
Nada perdestes,
nada perdi.

Descansa em paz amor,
já nem sou eu aqui...

ralleirias -aonde está o Blues

neste seu amor...

E assim,
posicione
a mente,
opte por
não acreditar,
aceitando dor...
Bote fé plenamente
na sua essência,
e coloque consciência,
neste seu amor...

ralleirias - meta teatro

Verdades?

Verdades? Conceitos.
Arcanos, amostras, voragem,
linguagens, convenção, desejos,
mensagens, imaginação, enganos.
Ocupações causais do
espaço que abriga a forma e
do silêncio que acolhe o som
gestando o agora num tempo...
Verdades?
ralleirias

Somos nós...

Somos nós...

Tudo o que
tu sente,
eu sinto.

Até quando
tu mente,
eu minto

e finjo
quando disfarço

que te acredito.

Somos nós...

Tudo o que
tu queres,
eu quero.

E quando
tu sente,
eu espero ...

ralleirias  - Do sambar sem som
fragmento

o simples desejar...

Será que ainda nos enganamos
quando falamos de amar ?
Talvez falte um equilíbrio,

talvez, haja um falha em entender 

o receber, e compreender
o que é doar...
Descobrimos quando é tarde...
Que o amor só tem lugar,
se houver o empenho forte
em transcender o simples desejar...
ralleirias

Estar, ser, permanecer

Estar, ser, permanecer, nascer
Estar, ser, permanecer, amar
Estar, ser, permanecer, saber
Estar, ser, permanecer, criar
Estar, ser, permanecer, fazer
Estar, ser, permanecer, esperar
Estar, ser, permanecer, querer
Estar, ser, permanecer, sonhar
Estar, ser, permanecer, entender
Estar, ser, permanecer, lutar
Estar, ser, permanecer, aprender
Estar, ser, permanecer, falar
Estar, ser, permanecer, morrer
Estar, ser, permanecer, voltar
Estar, ser, permanecer, vencer
Estar, ser, permanecer, cantar
e nascer e amar e saber e criar 

e fazer e esperar e querer e sonhar

e entender e lutar e aprender e falar
e morrer e voltar e vencer e cantar...

ralleirias - Aonde está o blues

é a colheita do praticar?

No cume, tão sonhado, há
vasta solidão e ar gelado...

Cada um, vai até aonde alcança, 

pensava, já sem esperança

junto à pequena pedra que o

protegia contra o frio vento 

potente, cortante e incessante,

ajoelhado, congelado no ápice 

do pico escarpado, 

e de tudo, tão distante...

Ninguém nem nada

é escolhido para coisa alguma...
Não existe o final de algo 

que dependa de tudo...

O silêncio, nem sequer 

está mudo...

Será a rarefação do oxigênio... 

ou é uma questão

de bom ou mau gênio, 

o que faz a mente balbuciar...

A estupidez em ser, será inerente ao ser,
ou é a colheita do praticar?

ralleirias - Cartoon escrito

Pudera

Pudera o amor,
ser o amor, apenas..
e mesmo como a frágil flor,
e ir além, pelo perfume...
Livrar-se da avareza
e dos desejos cegos,
que fedem forte,
feito estrume...

Pudera o amor, vencer!
E, ainda que um 'sempre',
seja como algo que não existe,
que de vez em quando e pra valer
funcione, para quem nele insiste...

Pudera o amor,
nem precisar sempre resistir
e nem mesmo o perdão,
ou dor, nem penas...
Pudera o amor,
ser o amor, apenas...

ralleirias - Bravo Amar

espada quebrada

Com a ponta da espada quebrada, 

e, cravada, nas costas, queria dar respostas,

mas, doía o suficiente pra confundir o seu pensar, 

mas não o seu agir, e o lutar... 

Apenas, não dava para parar, 

pois era laço e sofrenaço, 

e com a dor em cada corte,

e já cansado o braço, 

e as mãos nuas molhadas, 

com seu próprio sangue, 

tremiam, mas não paravam...

Responsivos arrastos 

de um momento bruto, 

com a mente em comado de luto,

fria, cortava o agora 

com a virulência

 necessária da

paciência irada...

Contudo, mesmo a vitória 

agora e sempre, ainda não

representava, nada...

ralleirias- das lutas de classe

Rezemos

Rezemos aos atingidos

pela fúria da natureza,

Rezemos aos atingidos

pela fúria do homem

Rezemos aos atingidos

pela fúria da desumanidade

na conformidade dos espaços 

sagrados e profanos que ocupam, 

e ocupavam, 

rezemos, pelos colhidos não tão ao acaso 

na luta da sobrevivência cotidiana,

atingidos por ignorância insana

e pelo ódio de classe e as armas de aço

e o vírus, e a febre e o descaso

de falta de ar e da falta de espaço 

rezemos pelos oprimidos, 

pelos tronchos, mancos, 

caolhos ....e toda a 'escória' 

de todos os desvalidos... 

rezemos, pelas almas torpes 

que espumam raiva e militam ódio,

rezemos pelos 'pseudo' descerebrados, 

os violentos e também os imorais,

rezemos mais,
pelas aldeias dizimadas, 

pelos inocentes desavisados, 

úteis, como massa de manobra,
e pela ingenuidade e dor do amor,
que for apenas devorador.

rezemos, pelos povos nativos 

de toda a parte, 

e todos os seres puros, 

e todos os animais de toda a natureza,

 rezemos pelos reféns da maldade dos interesses de poucos..

Rezemos assim inclusive, por nós, e por este lugar 

de onde conseguimos ainda rezar, 

enquanto ainda o temos e podemos.. 

Rezemos.

ralleirias-  das lutas de classe

Cura.

A luz que desloca,
o brilho que toca
e o olho procura,
lucidez e loucura...

Ser... sede,
fome,
desejo, vida...
e cura.

ralleirias- das asceses místicas

para criar novos e melhores mundos ...

Ouça as suas palavras,
elas falam de quem, aonde?

Verdades postas em
arranjos lógicos grupais
para instantes fatos
e que encabeçam
fatídicos destinos?

Vontades, palavras, são como fomes.

As palavras puxam para o real
as ações que podem fazer mundos.

Devoram quase todos os seus instantes.

Tome o tino dos significados
encadeados socialmente, os
que vieram habitar no que
era para a ser sua mente...

Presente nas configurações
da construção do seu momento
numa vontade clara, há poder
para criar novos e melhores mundos ...

ralleirias - 

cada humano é uma quimera

Cada humano é uma quimera
de setenta e dois nomes sagrados,
existindo sobre a terra
Cada humano é uma quimera
blasfemando e emanando bençãos
devorando vidas e destinos
nas palavras
Cada humano é uma quimera
construindo, mantendo e destruindo
tudo, e é pelo que se está sentindo,
arrastados nas correntezas
das lógicas presentes,
e seus logos envolventes...
cada humano é uma quimera
de sonhos, devaneios, em bardos
imaginados e descontinuados
ad aeternum...
Cada humano é uma quimera

ralleirias - onde está o blues

orbe sagrada

Excede,
orbe sagrada,

padecemos mais
do que o próprio tempo...

Nossas virtudes derramadas
num perpetuado condicionamento...

Vinde a nós, a vossa vontade

e que se faça
o natural silêncio

do espaço e do nada,
em todo o seu acolhimento...

ralleirias -das asceses místicas

Onde está você?

Onde está você?
Em que parte da história?
E não são estórias? Em que lugar está
agora e sempre toda a sua vida?
No último segundo, lá, em alguma memória?
Nas glórias, fracassos, lugares instâncias
tão intemporais como um sonho?
Mas, aonde está você, ancorado nas suas
marcas mentais e linguagens, na forma e aparência,
que tem agora, ou na que possui a sua
identidade social, ou num lugar de fala?
Em qual tempo, em quais vontades e sonhos...
Nas móveis circunstâncias longe de seu instante...
São espaços, formas, cenários que foram e
vão o tempo todo... para onde, são seus?
O que resta? Onde está você?

ralleirias- das asceses místicas

ao condicionado.

Na terra a permanência vibra.
A água flui até parada.
Vento move o movimento.
Fogo em sol, faz saraivada...
Tempo, acontece, informa,
esquece, transforma, em tudo e nada...
O ser é causado, e enlaçado ao condicionado.
ralleirias- das asceses místicas

Som inaudível.

Em teu nome, 

tudo cabe...

E em tudo, 

sabe, 

e a tudo cala.

Aceita a fala 

e ser,

em qualquer 

tom, 

e som.

Abriga a forma,

em todos 

os seus dons.

Nada te diz, 

espelho d'alma 

invisível

Com tudo e nada,

és crível, 

e não crível...

Som inaudível.

ralleirias -das asceses místicas

faz de conta

E que tantas metáforas preciosas,
a vida faz de conta que cria...
Afinal, do que se faz luz e sombra,
dor e alegria?
Ó Saber, seja sóbrio nas certezas
e amoroso nas aplicações...
Ó cultura, seja amiga delicada
que ensina enquanto encanta
como num belo canto
levando-nos a aprender
sem dores e sem pranto...
ralleirias - das lutas de classe

Do que quero

Do que quero
todo bardo
espero...
Em rebentos
de realidades
desejadas
constroem-se
verdades
emancipadas?
Do que quero
prazer
sorte
vida, morte
derradeiro
alento do
sofrimento...
do que quero
no que quero
perde-se e faz-se
um eu?
No quero, um eu
não se perdeu?
ralleirias -das asceses místicas

um mistério

Teu nome, um mistério
sina de uma busca
que não irá cessar.
Teu nome, por ser
vida, tem esta fome.
Teu nome, é o mesmo
da palavra, a qual
não nos é possível
ainda pronunciar.
Teu nome, em rostos
felizes e risonhos.
Teu nome, cabe e
não cabe em todos
os sonhos...

ralleirias - das asceses místicas

na PEIA

Disse que na PEIA

( processo espiritual de intensa aprendizagem) 

de onde a mente parte é que a grande lição se carreia... 

ali, que se mantenha a postura...

na altura que clareia toda miragem, 

veja e sinta e seja a solução e a questão na própria mensagem...

ralleirias - das asceses místicas

Vence o bardo.

Vence o bardo.
São passagens.
Vence o bardo.
São linguagens.
Vence o bardo
Auto limbo da
continuidade.
Vence o bardo
aonde tudo
se passa e
não passa.
Vence o bardo
na presença que
ao logos não caça...
Vence o bardo.
ralleirias- das asceses místicas

Viux na terra mágica

Lá naquele tempo em que Viux sonhava,

existia um código chamado linguagem, 

que se expressava em logos e bardos diversos. 

Seus sonhos assim, eram signos representativos 

de seu imaginário emulados neste logos, 

com impressões icônicas sobre quem

 poderia ser e o que deveria fazer ...
mas logo começou a sonhar 

à partir do próprio criar. 

ralleirias - Viux na terra mágica (fragmento)

permanece

Pode, o jaguar,
saber de tudo.
Mas, permanece
quieto e mudo.
Daquilo que foi, não
sendo, do que será,
não querendo.
Pode o jaguar, espreitar
o eterno, nas bocas
do céu e do inferno.
Na ampla mirada
atravessa a noite
percorrendo todos
os sonhos dos
sonhadores na
madrugada.
E então,
ataca,
vem
como o sol,
num clarão
aonde toda
a ilusão será
abocanhada...
Pode, o jaguar, saber
tudo. Mas, permanece
quieto e mudo.
ralleirias - das asceses místicas

tentando mante-lo.

Ouço uma fala
manifestando zelo
por um passado posto,
e tentando mante-lo.

Fala noutro tempo,
no  não momento.

Fala no cárcere de
um antigo
condicionamento...

Vejo um lugar de fala,
manifestando medo
pelo instante novo,
num não titubeante,
pouco disposto
em concebe-lo...

ralleirias -das lutas de classe

uma música infinita

Tenho uma música infinita
nunca ouvi coisa mais bonita...
E toco ela sempre quando quero
e saem sons que eu nem espero
e em todos os tons, já toquei...
sai de onde, eu nem sei...


Tenho uma música infinita
não fala de vida e morte
nem amor, dor ou de alguma sorte
mas expressa algo, como norte
pra onde quero ir
e a música, compartir...
Tenho uma música infinita
nunca ouvi coisa mais bonita...
(...)
ralleirias - Meta teatro

Posso trazer-te flores...

Posso trazer-te flores...
Sim é como a verdade
que pode ser uma escolha
com uma secreta singularidade.
Pois, se queres
flores criando vidas
não as colha...
É, posso trazer-te flores...
Lírios brancos¨
flores de um
amor  desarmado
e franco.
Sim, posso trazer-te flores...
Mas, desejo os teus desejos
e não os desejos meus.
Não se pode deter o perfume
na flor que floresceu.
Assim, ainda posso
trazer-te flores...

ralleirias - Bravo amar

Que tanto

Que tanto do sonho é desejo?
E, do criar-se nas próprias
promessas, é quanto?
Dar-se a ilusão
num quando...
Que tanto do sonho
é amor, acalanto,
fome, e dor e pranto?
E, que tanto do sonho
é só um encanto?

Sonhado no sonho do sonhador
no sonho, sendo sonhado
no sonho do sonhar sonhado...

ralleirias

das escolhas sobre as verdades.

Passou por mim uma tristeza
que não tinha fim...
Medo pela minha humanidade.
Das dores das escolhas sobre as verdades.

E vinha daí uma história
armadilhando um tempo
descontente com a realidade posta
seguiu mudando a esmo, mas
sempre noutras abertas respostas
incompletas sobre descontentamento.

Dai, passou do fim,
do princípio e da incerteza.
Ficou rodopiando entre
o dual e a sua natureza.

Passou assim o
que não tinha fim...
Algo que vinha,
e não vinha de mim...
Construção dum agora que
estava ainda antes
do aqui e do lá fora...

ralleirias

está fadada

Toda certeza
está fadada
ao desmantelamento,
e carrega consigo
uma boa dose
de ingenuidade.
O mundo é mutação
e experimento,
e mesmo quando funciona
tem relativa durabilidade.
Pois é que aquilo
que já foi um tesouro
por fim, será um excremento...
E assim se conta,
quase toda a história
da humanidade...
ralleirias - das lutas de classe

pra ver se aguenta...

Foi um Demônio ao paraíso,
que é lugar que nem frequenta...
E Insiste em ficar por lá,
pra ver se aguenta...
Foi o Demônio, desconstruir-se
em sorrisos, e se sacode
e sacodem todos os seus guizos...
Desmancha mundo
cai por terra
jorra n'água
chora, berra...
Foi Demônio
agora é o quê?
Resiste e continua
até dar no que dê...
Foi um Demônio ao paraíso,
que é lugar que nem frequenta...
E Insiste em ficar por lá,
pra ver se aguenta...

ralleirias -

o refúgio..

Olha o refúgio..
A tua mente toma
as razões do teu
mundo como tuas?
Olha o lugar...
teu como persona
ou como fato?
Tua fala diz de quem?
Ato histérico ou estórico
quem faz a tua história?
Tua busca do controle
é uma ficção implantada
por quais interesses e certezas?
Olha o refúgio..

ralleirias - das lutas de classe

vai confirmar...

Quero lhe dizer,
que o amor vai confirmar...
Vê se quer.. Pra crer...
Está o momento a consumar...
Você pode ver, em seu Eu maior
está a se criar.. E nem precisa ser...
Ainda assim, o amor vai se firmar...
Há um novo tempo para fazer.
E é este o momento de amar.
ralleirias - das lutas de classe

No meu

Se eu pudesse estar contigo, 

por mais alguns momentos,
com o teu consentimento,

te abraçaria bem disposto,
e beijaria todo o teu rosto,

por um longo tempo, 

até... suspirar...
e toda minha atenção 

estaria em cada expressão 

e no brilho de teu olhar

meu grande amor...
delicadamente seguraria 

a tua mão, e sentiria a 

tua pele e nela, o teu calor.

Apenas cultuaria essa 

divina presença e

esse teu resplendor...

Assistiria, tu, como uma 

glória viva de beleza 

de luz e alegria...

Então, cada mérito

e em cada dia, 

que por ventura 

eu obteria

para poder 

ficar contigo

eu me dedicaria 

convertido, 

em só estar ali, 

a te amar...

ralleirias - bravo amar

adequado?

Qual o amor adequado?
Enquadrado, pode ser?
Amor ao quadrado...
Ou é exponencial,
difícil prever...
Qual o amor adequado?
Despreocupado...
deveria ser.
Amor desregrado?
Será que pode acontecer?
Qual o amor adequado?
Aquele que se pode ter.
Ou o que puder acontecer?
Amor plenamente amado
Bem embasado? encantado?
Qual o amor adequado?
É o amor, o que se pode viver...
ralleirias -Bravo amar