quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Cão acoa, forte.

Cão acoa, forte.
E late para o sul
e então, rosna para o norte.
O nascente já foi
o poente já veio
e todas as latidas possíveis
se dão e darão neste meio...
Cão, late, e acoa, e acoa forte.
Será por medo ou fúria...
das sombras da vida,
ou das portas da morte?
Cão ataca, rosna, acoa!
O cão sabe, que
não há coisa só boa,
e que o mundo vem
só para quem
vai mordendo...
e que todos
só saem desta,
não latindo...
mas morrendo.
- meta teatro

Sky Mojáo Mojojo .

se dramatiza..

É entre 50 60 mil pensamentos diários que a mente vaga.
Entre sete novos, mas repetidos dias
e uma centena de cenários ela se roga.
E utiliza um conjunto de sentimentos correlacionados
com os ambientes que frequenta.
Mais do mesmo sempre aguenta e contabiliza.
Dai o real se faz, e a vida se dramatiza..
-meta teatro



num mesmo lugar

O carinho é fluente para quem conhece empatia, 
também dá capacidade de ter compaixão pelos iguais e diferentes, 
é mais possível para quem acredita nesse negócio de amor real 
que é coisa bem verdadeira, e até muito óbvia, e tá em toda a parte...
olho como todo o espaço e silêncio, se deixam tomar por qualquer forma 
e cor e som, e tons... e qualquer que seja a coisa, eles amorosamente aceitam 
em qualquer vibração e pelo tempo que for tomado..
Acho que agrande benção do carinho é perceber-se no outro,
e então, é ser uno e ser para todos amorosamente em si
ocupando num mesmo lugar amor e gratidão.
- meta teatro


Grosseiro, sutil, secreto e mágico...

Molotov grosseiro,
estoura e ameaça,
ateia fogo, e estilhaça....

Molotov sutil,
a bomba moral, é o
que ascende o pavio...

Molotov secreto,
queima pesados orgulhos 
pífios, mas, sendo discreto...

Molotov, pode ser mágico,
quando explode, longe e fora
de todo esse ódio trágico.

Mas meu molotov,  
é de flor... e eu, 
só o jogaria, pelo 
semeio do amor...
- meta teatro


além,

Existir aqui, além,
e daí, para quem?
Quem é um o quê?
Silêncio, tempo
espaço pra ser...
Um aquilo ou isso,
ou eu e ou você...
- meta teatro

Qual é a pergunta certa?

Qual é a pergunta certa?
Pergunta é como
porta entreaberta...
E quem quer que sejamos
quem nós somos, de onde
achamos que viemos
para aonde pensamos
que já fomos...e ou vamos
Realidade, de e para quem
quer confirmar vontades,
que fazem fatos,
estórias da história
e que engendra verdades
em fracassos, e glórias?
- meta teatro


sonoras

Brilha uma luzinha turva,
nesta mente que graceja tolices
em meio ao breu
das realidades indesejadas,
vai assim, piscando
em suas ilógicas sandices
que nada têm de engraçadas...
Mas, é bem mesmo por isto,
que o idiota, insiste
em dobrar-se em esquisitices
na sua peculiar forma
de dar muitas e sonoras
gargalhadas...
E ele, nem sabe,
mas, infelizmente
é a própria e trágica
alma duma péssima piada.
- Das lutas de classe


é da vontade?

Verdade é da vontade?
O olhar é da vaidade, ou da aceitabilidade
do próprio lugar? E o que pesa na identidade
é algo que está com a posta realidade à confabular..?
Verdade é da certeza, esta que constrói-se nas delicadezas
de tudo que está a se correlacionar... por tanto e por quanto
tempo estaremos ali... em desejar este observar?
Fluência é da humildade de aceitar, da sabedoria elevada
emana lucidez inteligente que não julga ou negligência nada,
se coisa, fato ou gente, sendo ou não realmente
como coisa sonhada, passageira, não perene, diluente...
- meta teatro





O campinho

O campinho não é nosso, nem a bola.
Mas pode jogar... Pode jogar... A regra é a da casa...
Faz um fuleiro futebol meia boca, quebra canela
no arranca toco futebol clube... cumpre as tabelas...
só isso já é futebol. E joga mais quem aposta ...
Joga quem acha que quer, quem pensa que gosta,
e que precisa, joga, quem pensa que joga pela camisa...
- das lutas de classe



num tanto

Num tanto, somos o que nos é dado,
ao virmos ao mundo, e daí, somos
também parte de nossas criações,
assim, somos corresponsáveis
pelo mundo e pelo que cocriamos
para e à partir do mundo...
e assim, somos responsáveis
por partilha-lo com o próximo,
seja um ser ou objeto, forma, 
sentimento ou coisa.
Intrínseco ao existir está o coexistir,
não existimos sem a relação
com os demais agentes do mundo.

Me parece que a partilha necessária,
é também uma expressão de aceitação
humilde de nossas responsabilidades
de cocriadores de nossos mundos.

ralleirias - crônicas das lutas de classe


em camadas

Malaico, tomo tuas falas em camadas
de expressões semi conscientes nos
jargões do cotidiano...
Vejo a prosa concatenada
com estes interesses
não teus e, tão desumanos...
Ali, acolá... vê que caçam sentidos?
E daí, vontade própria é vício morto
deste mundo que já foi perdido...
Herdaste um agora' impositivo,
dum real não teu...
aonde a tua atenção se dissipou
e nisso, se converteu?
Daí, só saem ou passam
palavras, na maioria rasas, e
outras, desprovidas de real
teor vivo, que falam de lugares limbos
ocultos e labirínticos, de um ente
dissolvido e sem mais sentidos...
Vê, por tua liberdade,
presta atenção na tua fala,
e se não for tua, cala...
E cava fundo nova vala
como sutil trincheira da verdade
não pra esconder algo nela,
mas pra enterrar as falas das maldades...

ralleirias (Das lutas de classe)



Só o que pode?

Só o que pode?
Será sentir?
E daí, fazer ou permitir...
Se porque pode,
pode é porque já existe?
Criar daquilo que veio antes
mas, durante...e pode livre ser,
e pode não ser...contudo,
faz-se dum molde
do que ainda persiste...
E é do que pode parecer.
Pode porque quer, e
por que gosta, pode.
E pode quem pode
quem não pode
se sacode..?
Pode com poder
de quem..? Rendido
naquilo que quer
ser deste ser, mas,
nem pode ser além...
Só o quê, que pode?
Será que pode
um real poder..
Ou pode,
só num
'porquê'...
-Das lutas de classe


dizem ser,

A certeza... dizem ser, o primeiro elo do real posto,
e assim, faz-se também como a estruturação do próprio engano.
Daí, vontades discorrem em atos e por isso, fatos,
e constrói-se assim, todo o cotidiano.

- meta teatro

Dedica-te

Dedica-te a ser.
Aceita, agradece,
assim, manifesta o amor.
compartilha,
e eis que ele cresce.
Humilde aceitação
e entrega do teu labor.
E das tuas trilhas.
Manifesta a compaixão
deixe estar e faz o bem
que caminho certo
ou errado não há,
e não tem...
sem haver
o depois e o além ...
Manifesta a tua história
Tua presença atenta ao
instante sagrado
no abençoado
momento do agora.
- meta teatro