quarta-feira, 11 de maio de 2022

no cais...

 O velho capitão encontrou um corpo... 

estava ao sol, no cais... 
O corpo morto.
O velho capitão zarpou do porto... 
sem olhar pra trás... 
pois era seu, o corpo morto... 
e daqui em diante, à porto algum 
retorna mais... 
pelo menos, não mais como antes. 
O velho capitão, agora é o mar... 
como sempre foi... 
antes, durante e doravante... 
mas agora, segue em paz... 
em paz constante
sem olhar pra trás... 
ralleirias- Crônicas das mortes não morridas- fragmento

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